Demorou, mas enfim estreou no Brasil a minissérie “Feud”, exibida pelo canal pago FOX 1, que possuem seus capítulos no catálogo do serviço de streaming, na Fox Play, para quem tem a assinatura premium. Antes de seu lançamento muito foi falado e especulado sobre a produção. Depois de assistir ao piloto, já estamos ansiosos para a continuação da história e por isso resolvemos listar cinco – bons não – ótimos motivos para você assistir a série, caso ainda não o tenha feito.
Ryan Murphy
Para quem não é ligado no ‘mundo das séries’ muito provavelmente nunca ouviu esse nome. Porém, Ryan Murphy é um dos showman mais famosos dos Estados Unidos, criador e produtor de séries bem recebidas pelo público e pela crítica, como “Nip/Tuck“, “Glee“, “Scream Queens“, “American Horror Story” e “American Crime Story“. Seguindo a produção de seus dois últimos sucessos, AHS e ACS, que seguem narrativas específicas por temporada, ele resolveu criar a “Feud” que a cada temporada abordará conflitos famosos, grandes rivalidades reais da história. Para começar ele usa a indústria para falar dela mesma, dos conflitos existentes na Hollywood da época, trazendo a tona a rivalidade midiática entre Bette Davis e Joan Crawford que, ainda que se odiassem, estrelaram juntas o suspense dramático “O Que Terá Acontecido Com Baby Jane?”, que foi um sucesso absurdo nos anos 60 e hoje é um clássico do gênero.
Protagonismo Feminino
O fato de termos duas protagonistas é óbvio que o machismo seria um tema recorrente na produção. Assim como hoje, de maneiras diferentes, a série segue um reflexo da indústria trazendo duas atrizes icônicas a relação conturbada entre elas, indo além e fazendo com que possamos reconhecer que essa rixa pode ter sido induzido pela patriarcado e as circunstancias em que elas foram ‘colocadas ‘por ele. Embora tenhamos homens, afinal o mercado sempre foi dominado por eles, os personagens masculinos são figuras importantes para ajudar a construir a estrutura narrativa, porque os holofotes são para as mulheres, sendo atrizes, jornalistas, assessores e até mesmo empregadas.
Além disso, temos ainda assuntos tão contemporâneos, mesmo que se passe há seis décadas atrás: Ser ou não ser esposa, dona de casa e mãe; subjugamento por ser mulher, o desinteresse por artistas mais velhas, o julgamento do comportamento e o fato de que uma mulher não pode ser amiga uma da outra por conta de um ‘sistema’ que as fazem sentir-se concorrentes e não apoiadoras do progresso uma da outra. Outro ponto válido é que a trama é narrada por outras mulheres famosas que julgam, da forma que acreditam ser correto, o comportamento rival de Davis e Crawford, numa espécie de documentário setentista que mistura drama e tons de humor.
Se Hollywood guarda muitas histórias de estrelas problemáticas, essa nunca foi uma delas, até porque uma das principais características que levou à esse boom midiático entre elas foi a forte personalidade que ambas tinham, a forma como construíram sua carreira e como enfrentaram as adversidades no ramo onde, parafraseando o piloto da série, “quando o homem envelhece ganha caráter e a mulher se perde“.
Bastidores de Hollywood
Se tem uma coisa que as pessoas adoram é fofoca uma boa história. Se for de alguém conhecido então, nem se fala. O fato de termos como centro do conflito duas ex-estrelas da Warner Bros, que foram um sucesso absoluto nos anos 30, e competiam pelos papéis principais numa época marcada pela glamorizarão, sem dúvidas é algo a ser notado. E como foi! Não se sabe ao certo quando as intrigas começaram, mas o fato é que antes, durante e depois do filme que fizeram juntas, em toda e qualquer oportunidade que tinham, faziam declarações maldosas uma sobre a outra.
No decorrer da temporada “Feud” trará o show a parte dado pelas atrizes durante a gravação do filme. Joan, que era viúva do presidente da Pepsi, instalou uma máquina da bebida no estúdio, para fazer marketing e ‘puxar do saco’ da equipe, e Bette não deixou por menos e mandou instalar uma máquina da concorrente Coca-Cola, bem ao lado. Dizem que em uma das cenas em que Jane (a personagem do filme vivida por Bette) maltrata sua irmã, Davis realmente chutou Crawford, para dar mais realismo, e em resposta a agressão Joan colocou pesos em suas roupas para a cena em que Jane tinha de arrastar Blanche pelo chão, fazendo Bette ter um problema na coluna que afastou alguns dias da filmagem. Entre tantas confusões, confesso que gostaria muito de ver na série o ocorrido na noite de entrega do Oscar.
O Elenco
Talvez esse seja um dos motivos mais bobos afinal com Jessica Lange e Susan Sarandon encabeçando o elenco, não podemos esperar mais do que atuações brilhantes como Crawford e Davis, respectivamente.
Lange começou sua carreira no filme King Kong, em 76, que lhe rendeu o Globo de Ouro de Nova Estrela do Cinema. Seus últimos trabalhos de grande repercussão foram as quatro temporadas de American Horror Story que participou e ganhou Sag Award de Melhor Atriz Drama (2012); o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Minisérie ou Telefilme (2012); e dois Emmys, de Melhor Atriz Coadjuvante de Minisérie ou Telefilme por “American Horror Story” (2012) e Melhor Atriz de Minisérie ou Telefilme por “American Horror Story: Coven” (2014). Ela também é vencedora de dois Oscars e dois Globos de Ouro nas mesmas categorias e nos mesmos filmes, Melhor Atriz por “Blue Sky” (1995) e Melhor Atriz Coadjuvante por “Tootsie” (1983). Também venceu o Emmys Awards de Melhor Atriz de Minisérie ou Telefilme por “Grey Gardens” (2009) e o seu mais recente premio é o Tony Award de Melhor Atriz por “Long Day’s Journey Into Night”, em 2016.
Sarandon pode não ser tão premiada, mas estamos cansados e maravilhados de saber que, aos 70 anos, é uma das melhores atrizes das ultimas décadas, talvez até, de todos os tempos. E disso meus caros, não há dúvidas! Ela já ganhou o Oscar e o Sag Award de Melhor Atriz por “Dead Man Walking” (1996), o BAFTA de Melhor Atriz por “The Client” (1995) e o National Board of Review de Melhor Atriz por “Telma & Louise” (1992). Mas, mesmo que isso não seja uma crítica, aqui entre nós, ela está arrasando, roubando a cena e melhor que sua parceira de trama. Pelo menos no piloto.
O elenco ainda conta com Judy Davis como jornalista de fofocas Hedda Hopper, Jackie Hoffman como empregada Mamasita, Alfred Molina como o diretor Robert Aldrich, Staley Tucci como Jack Warner, Catherine Zeta-Jones como a atriz Olivia de Havilland, Kathy Bates como a atriz Joan Blondell e Sarah Paulson como a atriz Geraldine Page.
O Livro e As Obras
“What Ever Happened to Baby Jane?” foi escrito em 1960 pelo americano Henry Farrell e dois anos depois virou o icônico filme de suspense dramático. Considerado um livro gótico, obviamente virou um sucesso absurdo na época e até hoje é considerado um excelente exemplar do gênero. Contando a história de duas irmãs atrizes que vivem sozinhas em uma mansão mal cuidada, num bairro decadente, o livro apresenta a personagem Jane Hudson foi uma estrela mirim que acabou perdendo a fama e após um acidente de carro que deixou sua irmã Blanche sem andar, ambas começam a travar uma guerra entre elas que beira a loucura.
Além do livro e do filme de 62 a história ganhou um remake para a televisão, em 91, que foi extremamente criticado e acabou não agradando. Não suficiente, Henry adaptou o livro para se tornar um espetáculo teatral e teve sua primeira montagem mundial em São Paulo, no ano passado, com Nicette Bruno e Eva Wilma como protagonistas.
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Gostei da resenha, mas considerar Susan Sarandon uma das melhores atrizes de todos os tempos, exagerou…e muito.
Oi Brandon Marlon, obrigado pela leitura e pelo seu comentário.
Então, te respondendo, a Susan Sarandon é sim uma das melhores atrizes, a questão é que ela também é uma dos muitos talentos desperdiçados e subaproveitados de Hollywood. A Jessica Lange, até ressurgir em AHS, também se enquadrava nesse ponto. Se o mesmo acontecer com Saradon, com o tempo, você vai poder ter a mesma percepção que eu.
Abraços.