Março é o mês da mulher! Essa data foi comemorada com mais do que cumprimentos pelo “nosso dia”, foi mais um dia de muita luta por igualdade e direitos que, em pleno século XXI, nos continuam sendo negados. Quando certas feridas estão tão abertas e pulsantes que já não é mais suficiente apenas falar, debater ou gritar, elas precisam transbordar e é na arte que elas encontram uma válvula de escape. É aí, quando o teatro vai além do entretenimento e se torna instrumento de denúncia, crítica e manifestação, que abrem-se novos horizontes para a mudança. Pensando nisso separamos algumas dicas de espetáculos que possuem em seu cerne temáticas feministas e/ou sobre o feminino que estão dando aquele toque especial à luta e você não pode deixar de ver.
Eugênia: O que a amante de D. João VI tem a dizer prara a mulher do século XXI
A peça pretende discutir o papel da mulher na formação da identidade brasileira, levantando questões de gênero ao longo da história, mas lançando um olhar contemporâneo sobre a mulher do final do século XVIII e início do XIX. Quem foi “Eugênia” – bela, sedutora, amada, usada, grávida, confinada em um convento? O intuito é revelar o feminino oculto e velado dentro de uma sociedade machista. O que significava/significa ser esposa, amante, concubina, mãe, freira, escrava, prostituta, bastarda? O Brasil é uma nação de bastardos? A ideia é revelar ao público a história inédita dessa mulher – cujo enredo conta muito da história do Brasil, vista por de trás dos panos. A peça esta em cartaz no Espaço Furnas Cultural com entrada gratuita nos dias 18, 19, 25 e 26 desse mês (Sábados às 20h e domingos às 19h ).
Chica da Silva – O Musical
A força da mulher negra brasileira foi construída a partir de séculos de batalhas, conquistas, decepções e sonhos. O desejo de levar à cena essa impactante trajetória, que inclui discussões sobre gênero, raça e cultura afro, motivou a montagem de “Chica da Silva – O musical”. O espetáculo segue em curta temporada até dia 8 de abril, no Teatro Sesi, no Centro (quintas e sextas, às 19h30, e sábados, às 19h).
Gisberta
“Gisberta”, brasileira vítima da transfobia, teve morte trágica em 2006 no Porto, em Portugal, após ser torturada por um grupo de 14 menores de idade. Ela atravessou o oceano para buscar um território livre, mas morreu no fundo do poço, afogada em ódio e água. Na época, o caso ganhou destaque nas discussões sobre a transfobia em Portugal e Gisberta se tornou (e até hoje é) ícone na luta pela conscientização para uma erradicação dos crimes de ódio contra gays, lésbicas e transexuais. Em 2016, dez anos após a sua morte, Gisberta foi amplamente lembrada em Portugal por meio de inúmeras reportagens. Está em cartaz no CCBB de quinta a domingo sempre as 19:30 horas.
Tragédias
“Tragédias” é um espetáculo teatral do dramaturgo carioca Luiz Carlos Góes, que mostra que as tragédias contemporâneas das mulheres são tratadas com a tradição da tragédia grega. Com uma estrutura formada por monólogos e números musicais executados ao vivo, o espetáculo captura diversas essências femininas, causando identificação imediata no público. Está em cartaz no Teatro Café Pequeno até dia 30 de Março às quartas e quintas as 20 horas.
Polacas – As Prostitutas Judias
Em um momento onde vemos na sociedade brasileira um nível de violência contra mulher crescer, entendemos a necessidade de levantar essa questão e debater de forma contundente o preconceito e o papel da mulher na sociedade. Ao contar parte da vida dessas mulheres que viveram no inicio do século XX a “Cia. de Teatro Contemporâneo” revela como a mulher ainda é marginalizada e tratada de forma vil. Assim cooperamos para que cada vez mais a mulher ocupe um papel de respeito e credibilidade dentro da sociedade brasileira contemporânea. Em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim de quinta a sábado às 21:00 horas e domingo às 20:00 horas.
Eu – quase – morri afogada várias vezes
Do começo do mundo aos dias de hoje, percorremos a vida de dez mulheres comuns – uma delas facilmente poderia ser você. Com rotinas e histórias bem diferentes entre si, elas descobrem sua força no poder do encontro. Nessa história, misturam-se ficção e realidade: as trajetórias pessoais das atrizes se entrelaçam às de seus familiares e pessoas próximas, bem como aos infindáveis relatos de redes sociais e reportagens. Ao mesmo tempo, o texto estabelece um paralelo com as histórias de mulheres distantes, geográfica ou historicamente, mas que coexistem na condição de mulheres, com o mundo de coisas que isso significa. Essas dez mulheres vão descobrir, junto do espectador, a importância de encontrar e abraçar o feminino que reside dentro delas mesmas e do outro, além do que é ser feminista e “feminina” em um mundo que deturpa o significado das palavras em prol de valores tão tortos. Em cartaz na Sede das Cias até dia 24 de abril, de sexta a segunda sempre às 20:00 horas
Lóve
“Lóve” é um solo de palhaça. O espetáculo foi resultado de uma pesquisa regular sobre palhaçaria feminina com orientação da integrante Karla Concá. O espetáculo é sobre a espera, a expectativa – a Palhaça Valquíria Mascarenhas se prepara para um encontro romântico com o amor de sua vida. Durante muito tempo Valquíria se arruma e cria uma atmosfera de amor perfeita. O solo desenvolve um roteiro romântico tendo como fio condutor uma das principais características do trabalho do palhaço: o ridículo, este arquétipo tem como princípio rir de si mesmo, transformando o erro em acerto, a dor em riso e a queda em humanização. Os clichês amorosos ficam expostos ao longo do espetáculo e colocados constantemente em questão, os afetos humanos são revelados através da perspectiva da palhaça. Em cartaz no Teatro Serrador até dia 01 de abril, sempre aos sábados às 19:30 horas.
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