Remakes: Como Hollywood Pode Ser Desnecessária

Vamos começar dizendo que nem todos os remakes são coisas horríveis. Há alguns filmes que se não são melhores que a versão original, ficaram tão bons quanto, mas há aqueles que realmente não funcionam e alguns vão ser citados aqui.

Hollywood não tem sido, e isso já faz vários anos, muito criativa em relação a filmes de terror. Eles fazem alguns remakes que podem dar certo (como, por exemplo, “O Chamado” e “O Grito”, que são remakes de filmes de terror japoneses), mas também tiveram algumas decisões terríveis nessa área, tipo “Poltergeist – O Fenômeno”. O filme original, de mesmo nome, dirigido por Steven Spielberg, é uma obra prima do terror. Ainda que a tecnologia não estivesse ao seu favor, o clima que o diretor conseguiu ali não pôde ser copiado nem em suas sequências. Em 2015, Hollywood decidiu refazer esse sucesso de maneira mais contemporânea, porém, não teve tanto êxito nesse remake. O filme não flui e a tecnologia atual não ajudou a fazer com que o longa tivesse melhor ritmo ou que fosse tão assustador.

Seguindo esse estilo, temos ainda “Carrie, A Estranha”. O filme de 1976, baseado no livro de Stephen King, fez sucesso e é considerado um clássico. Sissi Spacek estava absolutamente incrível nessa obra. A história flui bem, a estranheza que causa cria empatia direta com o público, no geral, toda a produção funciona de maneira excelente. Então, obviamente, fazer um remake de algo tão bom seria uma tarefa complicada, e baseando-se na refilmagem de 2013, que leva o mesmo nome, tornou-se impossível. A história não funciona, a atuação de Chloë Grace Moretz é exagerada e deixa muito a desejar e a única pessoa que realmente fez um bom trabalho foi a Juliane Moore, que é sempre uma excelente atriz (o filme ainda teve uma versão para TV em 2002 que igualmente não funcionou).

Outro gênero que sofre nas mãos de Hollywood é a ação. Volta e meia eles refazem histórias, ou montam alguma baseada em vários filmes, ou simplesmente fazem um remake. “Caçadores de Emoções”, ou no original Point Break, foi um parte-águas em relação a esse gênero. Ele falava sobre jovens, tinha um ambiente fresco, contava sobre surf, era algo, para aquela época, novo e interessante. Os atores, Patrick Swayze e Keanu Reeves, eram bonitos e casavam diretamente com a imagem indomável que o filme precisava. Point Break serviu como inspiração para o primeiro filme de “Velozes e Furiosos”, mas tem um remake oficial: “Caçadores de Emoções – Além do Limite”, de 2015. Fraco e com uma história que não ganhou nada positivo com o passar dos anos, o remake, pode-se dizer, foi um fracasso.

“A Fantástica Fábrica de Chocolate” é um filme que fez parte da vida de muitas pessoas por vários anos a fio. O filme de 1971 conta a história do dono da melhor fábrica de chocolates do mundo, que o faz de uma forma misteriosa desde que sofreu uma tentativa de espionagem e resolve abrir sua fábrica para um número limitado de visitantes que eram escolhidos após ganharem um concurso. Um filme tão exótico como esse necessita de um diretor igualmente exótico, e Tim Burton parecia ser essa pessoa. Com seu ator mascote, Johnny Depp, fez um longa que pecou pelos excessos. Com toda tecnologia funcionando ao seu favor, as cenas, personagens e histórias ficaram caricatas, não estando a altura da obra original.

Estão em produção os remakes de “Dirty Dancing – Ritmo Quente” e “Os Intocáveis”, que provavelmente farão parte dessa coluna na versão do ano que vem. Aqui foram colocados filmes que Hollywood refez de seus próprios arquivos. Proximamente ainda veremos filmes que foram feitos baseados em longas de outros países.