Na segunda temporada de “A Diplomata”, Kate Wyler enfrenta aliados instáveis, conspirações globais e os próprios demônios.
A disputa de poder está em alta na 2ª temporada de “A Diplomata” da Netflix, protagonizada por Keri Russel (da séria “Felicity”) e o ator Rufus Sewel como marido e mulher diplomatas representando os Estados Unidos em Londres, seguindo exatamente de onde encerrou o primeiro ano, um atentado que matou uma importante testemunha do caso investigado por eles e feriu gravemente o esposo Hal e outros membros do staff de Kate Wyler.
Sem tempo para firulas, pois essa nova leva tem somente seis ao invés de oito episódio da primeira, Kate, a diplomata, corre contra o tempo para descobrir o(a) responsável pelo atentado ao navio britânico que vitimou quarenta e um soldados gerando uma grande desconfiança entre nações estrangeiras, e fora do eixo EUA/Inglaterra, que já não são muito amigas, podendo gerar literalmente a terceira guerra mundial.
Os jogadores principais continuam no tabuleiro, mas agora com uma suspensão de confiança e aumento de paranoia porque antes os Estados Unidos e a Inglaterra eram aliados de unha e carne, mas toda essa situação pode regredir em cem anos a relação entre esses dois países.
Belicoso, beligerante e um tanto ignorante o Primeiro Ministro Britânico, interpretado magistralmente por Rory Kinnear, continua nos convencendo que é um daqueles líderes inadequados de super potências que está lá pelas circunstâncias do regresso da civilidade política dos governos e também dos eleitores, tornando-se um suspeito muito conveniente.
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Porém, Debora Cahn criadora da série com créditos como “The West Wing” (1999-2006) e “Homeland” (2011-2020), é muito hábil para criar os diálogos e situações necessárias para nos manter ligados na trama e o fato de ser mais curta que a temporada anterior, não permite tempos mortos em época que encomenda de mais e mais episódios são solicitados pelos streamings inchando a trama, causando cansaço e desinteresse.
E Debora é mestra em utilizar o que se convencionou chamar de “walking ‘n’ talking”, popularizado em West Wing que ela comandou em que os muitos diálogos necessários para o andamento de uma obra são declamados enquanto os personagens estão literalmente em movimento de um cenário para o outro.
Uma solução espertíssima que permite dinamismo à trama e como os diálogos são deliciosos, é uma preciosidade estendida a todos os membros do elenco, com tiradas rápidas e cômicas que rendem momentos de diversão, mas também de reflexão visto que a situação é de extrema periculosidade.
O casal principal Kate e Hal Wyler, continuam naquela dinâmica de amor/rejeição e idas e vindas na relação, pois ele é um estrategista e manipulador incorrigível e às vezes, a pessoa é para o que nasce.
Quanto ao staff de Kate após a tragédia, há rachaduras tanto em situações pessoais quanto profissionais, pois os feridos desenvolvem stress pós traumático inclusive a estouros de fogos de artifícios em mais uma sacada esperta, tornando esses personagens mais humanos e tridimensionais, ou seja, o elenco principal está cada vez mais afiado.
A ardilosa Margaret Roylin, da fantástica Celia Imrie, tem mais tempo de tela nessa temporada trazendo um personagem que mostra de onde vem o verdadeiro poder nesse mundo político, o da influência.
Ex tutora/conselheira do primeiro ministro inglês, ela é quem tem a chave para desvendar todos os mistérios que faltam para encaixar no quebra cabeça que deu origem à série e com seu ar alusivo, provoca Kate e Eidra a agente da CIA (Ali Anh), o que pode trazer consequências ainda mais preocupantes ao caso.
Keri Russel está muito à vontade com sua personagem principal e transforma Kate em uma personagem interessante e que mesmo sem muito traquejo social ou senso de moda, faz jus ao seu trabalho, pois o que é a diplomacia a não ser o toma lá, da cá entre os envolvidos?
Só que nem sempre essa reciprocidade vem dos lados que você imagina e se antes Kate estava receosa em aceitar sua indicação à vice presidência, quando a própria aparece nas formas e talento da espetacular atriz Allison Janney (parceira da criadora desde The West Wing), sua convicções ficam em perspectivas, pois algo mais do que assombroso é revelado e agora a Diplomata que sempre quis ficar fora de todo esse jogo político, vai ter que entrar de cabeça nessa dança para sua própria sobrevivência profissional.
E as cenas em que a vice Presidente Grace Penn critica a aparência e os modos de Kate, é especialmente maldosa, mas divertida de assistir ao mesmo tempo, define as diferenças, dualidades para lidar com as situações e como cada uma se posiciona no jogo político.
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E o que dizer do gigantesco gancho para vindoura e confirmada terceira temporada?
Tudo poderá mudar e gerar para protagonista e seu ambicioso esposo uma grande dor de cabeça que para tentarem se livrar, terão que trabalhar mais juntos do que nunca junto com os seus aliados mais confiáveis.
Uma grande diversão com grandes diálogos e colocações cômicas muito inteligentes, que merece mais atenção de quem procura algo diferenciado para assistir no vasto catálogo dos streamings que estreiam uma novidade a cada semana.
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