Trazer “Akira” ao formato é um sonho de décadas
E realmente não vem aí: a Warner Bros. abriu mão dos direitos de produção em live-action que tinha para adaptar “Akira”, mangá de 1982 que virou um clássico incontestável do cinema mundial e a grande referência do cyberpunk com distopias high tech low life. O estúdio detinha os direitos de 2002, que agora retornam para a Kodansha, editora da publicação original da obra.
De lá para cá, o filme passou de várias mãos: no início o projeto teria direção de Stephen Norrington (“Blade” [1998]) e produção de Jon Peters (“Homem de Aço” [2013], “Nasce Uma Estrela” [2018]), chegou a ter diversos roteiristas, até chegar nas mãos de Taika Waititi em 2017, que, contudo, se envolveu em diversos grandes projetos — desde o oscarizado “Jojo Rabbit” em 2019 até o retumbante fracasso de “Thor: Amor e Trovão” (2022) — e contribuiu para que Akira ficasse na gaveta desde então.
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O projeto chamou a atenção de Jennifer Davisson e Leonardo DiCaprio, que se mantiveram até o fim como produtores, e contaria com grandes nomes de Hollywood como Kristen Stewart, Helena Bonham-Carter, Ken Watanabe, e estrelaria, em dado momento, Garrett Hedlund, que protagonizou “Tron: O Legado” (2010), à época com 25 anos.
Chegando a atingir um orçamento de 90 milhões de dólares, o filme entrou em reset por diversas vezes e até forçou em 2012 o fechamento dos escritórios em Vancouver que se encarregavam da produção do filme, devido a preocupações com a crescente de seu custo. Vale lembrar que o estúdio enfrenta uma crise de anos, recentemente envolvendo-se em uma manobra de “desfusão” para dar cabo às dívidas.
O longa ainda se envolveu em polêmicas e foi acusado de “whitewashing”, trazer atores brancos para interpretar papéis originalmente de outras etnias. A história, que se passa em uma Tóquio alternativa e futurista, foi até trancada para Manhattan. Isso foi resolvido com a decisão de manter um elenco completamente japonês e até foi dada uma data de estreia: 21 de maio de 2021; que nunca viu a luz do dia.
Dirigido por Katsuhiro Otomo, “Akira” é um marco da animação japonesa e uma obra seminal da ficção científica cyberpunk. O filme se destacou por suas inovações técnicas, especialmente no uso de cores vibrantes e iluminação dinâmica — foram utilizadas mais de 300 tonalidades diferentes, sendo 50 criadas exclusivamente para o longa. Outro destaque técnico foi a fluidez da animação: “Akira” foi um dos primeiros animes a gravar primeiro as vozes para depois animar os personagens — ao contrário do padrão da época —, permitindo sincronização labial mais precisa. O detalhamento dos cenários urbanos e o uso pioneiro de computação gráfica em algumas cenas também ajudaram a definir novos padrões para a animação.
Ambientado em Neo-Tóquio, uma metrópole reconstruída após uma explosão misteriosa que levou o mundo à Terceira Guerra Mundial, o enredo segue Kaneda, líder de uma gangue de motoqueiros, e seu amigo Tetsuo, que desenvolve poderes psíquicos instáveis após um acidente com uma criança de aparência envelhecida. À medida que Tetsuo se torna cada vez mais poderoso e perigoso, a história mergulha em temas como a perda de controle, militarismo, identidade e colapso social. No centro de tudo está o mistério de Akira, uma entidade ligada à explosão original. A narrativa densa e simbólica de Akira influenciou não apenas o cinema japonês, mas também obras ocidentais, como Matrix e Stranger Things.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix
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