Matthew Vaughn, diretor de filmes de ação, possui um estilo marcante dentro do gênero. Tendo feito “Kick-Ass” e “Kingsman”, ele é capaz de misturar o humor com a adrenalina, resultando em cenas memoráveis, como a famosíssima cena da igreja do segundo longa citado. Entretanto, o diretor já foi responsável por 3 projetos dentro da temática de espiões, e com o lançamento de cada uma das cinematografias, sua qualidade diminuiu gradativamente. O diretor então retorna com mais um projeto dentro do mesmo tema, mas fora da saga de Kingsman. O que nos leva a pergunta, “Argylle” é bom?
Interpretada por Bryce Dallas Howard, Elly Conway é uma escritora de uma série de livros focada nas aventuras do agente Argylle, interpretado por Henry Cavill. Prestes a lançar o último livro da saga, sua vida vira de cabeça pra baixo quando espiões de verdade leem seu livro e percebem que ela é capaz de prever eventos do mundo real.
O longa começa com uma sequência do livro, onde Argylle se encontra com LaGrand, representada pela cantora Dua Lipa. A cena é… esquisita? Não somente pela sua ambientação incomum, afinal estamos “lendo” um livro de ficção dentro de um filme de ficção, o caminho mais claro pra explorar esse conceito em um projeto com forte apelo humorístico é realmente se voltar para a cartase. Mas existe uma estranheza que ronda os planos iniciais, onde nada parece encaixar de forma coesa. A ação é sem graça, fazendo uso de um CGI mal renderizado.
Argylle tenta explorar os limites da ficção
Em seguida, saímos do universo dos livros e nos debruçamos na realidade da escritora. Aqui começam os problemas de Argylle… a partir do momento em que as duas partes se misturam, a montagem utiliza de um efeito de pálpebras fechando e abrindo para demonstrar a barreira da ficção se desfazendo. Além de causar um desconforto notável, tira o telespectador da cena de ação, que é muito bem coreografada. É um recurso extremamente preguiçoso, e não é a única vez que vamos vê-lo sendo utilizado.
Terminado o péssimo primeiro ato, as reviravoltas começam a surgir uma atrás da outra. Ocorre então uma espécie de levante, e a experiência fica um pouco mais interessante. O humor que estava morno, também melhora gradativamente. Com destaque para o gato da escritora, Alfie, onde por vezes é substituído por um boneco de computação grafica, gerando cenas muito engraçadas pela sua tosquice. “Argylle” brilha quando abraça por completo o “tosco”. As cenas de ação atingem seu pico, utilizando de muitas cores e movimentos de câmera muito criativos. Além de estarem inseridos em contextos absurdos… amamos.
Mas até chegar lá, temos um tempo muito longo de filme, e quando chega, temos ainda mais alguns minutos. “Argylle” não consegue respeitar o próprio ritmo, e fica maçante no final. Podemos tirar uma hora completa de filme, que ele vai continuar funcionando perfeitamente
Em resumo, a sensação que tive ao sair da sala de cinema é de ter acabado de ver um filme de Kingsman. Só que sem o apelo de Kingsman. Não me entenda mal, o filme é ótimo pra passar o tempo, desligando totalmente a cabeça e o senso crítico. Mas falta uma identidade. O desejo que permanece no meu coração é o de assistir um longa-metragem de brucutus onde o John Cena e o Henry Cavill fazem uma dupla dinâmica (com direito a bromance).
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