Longa de Romuald Boulanger prende o público com desfecho inesperado
O drama “Até o Limite” trata do sequestro da mulher e filha de Elvis (Mel Gibson), um radialista famoso à frente de um programa noturno por décadas, onde ele é uma espécie de conselheiro e humorista. Ao mesmo tempo que ajuda o público por ligações, também faz piadas e cria situações tidas como engraçadas mas que também podem soar duvidosas. Inclusive sendo sinalizado por uma das executivas da emissora sobre isso.
A tensão se inicia logo na primeira sequência e com isso já diz a que o filme veio. Tudo vai bem até que o telefonema do sequestrador colocar em xeque a reputação profissional, a segurança da família, e o equilíbrio emocional de Elvis e sua equipe.
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Com roteiro provocativo, ácido e tenso de Romuald Boulanger, “Até o Limite” prende o público o tempo todo. Afinal. quem não quer saber o desfecho de um sequestro por vingança, apenas narrado pelo criminoso sem nenhuma imagem? Sobra imaginação e tensão para entender o que acontece. Até que começa um jogo: o de encontrar o criminoso através de pistas.
O roteiro sem sombra de dúvida é o grande destaque da obra. Há várias reviravoltas, mas sem dúvida a maior dela é nos dez minutos finais. Quando tudo começa a fazer sentido, então um fato inesperado leva a questionar o limite do humor. O desfecho é curiosamente surpreendente.
A direção acertada de Romuald Boulanger mantém a tensão constante e com isso o público, interessado. Claramente o êxito na direção se deve também a ele ser roteirista. Afinal, quem melhor do que Boulanger para transformar as próprias palavras em cenas impactantes na direção e através de edição, enquadramentos e trilha sonora, escolhida a dedo pra impactar?
A produção também se destaca pela reprodução fiel do ambeiente de uma rádio e com os detalhes que fazem toda a diferença desde a estrutura interna do prédio, bem como as escadas de incêndio.
O elenco é afiado e entrosado e mostra versatilidade, em polos opostos indo do drama ao humor. Mel Gibson defende muito bem seu personagem e mostra toda a ambiguidade presente em Elvis, assim como em todos. William Moseley como Dylan, o produtor novato e parceiro de Elvis na procura pelo sequestrador é o destaque do filme. A curva dramática dele é mais interessante que a do protagonista. Alia Seror-O’Neill como Mary, a produtora experiente, que por tempo de casa consegue buscar soluções rápidas, seu momento de maior destaque é com o sequestrador ao tentar negociar, mas nada além disso.
“Até o Limite” é uma história com equilíbrio entre suspense, drama e comédia que beira o non sense para ao final entendermos que o grande objetivo do filme é provocar e incomodar sobre o limite do humor, mas aviso que você pode se sentir provocado ou irritado, mas independente disso vale o seu tempo.
Imagem Destacada: Divulgação/Globoplay
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