Jornalista Marcelo Barreto comandou bate-papo com torcedores ilustres na Bienal do Livro deste ano
O futebol carioca invadiu a Bienal do Livro Rio 2025. Em uma descontraída roda de conversa mediada pelo jornalista Marcelo Barreto, o Café Literário Pólen recebeu Hélio de La Peña, Pedro Bial, João Carlos Eboli e Ruy Castro para falarem sobre a paixão por seus clubes coração, a identidade do torcedor do Rio de Janeiro e as histórias que povoam a literatura.
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O ponto de partida para a conversa foi a série de conferências “Gol de Letras”, organizada pela Academia Brasileira de Letras, e que contou com a participação dos quatro palestrantes. As apresentações foram publicadas em uma série de livretos, que nortearam um bate-papo cheio de boas histórias e controvérsias, e iluminam o futebol como um fenômeno social brasileiro.
Enquanto o botafoguense Hélio de La Peña refletiu sobre a fama da torcida de ser a mais supersticiosa e o maior alvo de piadas pela escassez de títulos do Botafogo, disse que o ano de 2024 reduziu muito sua capacidade de fazer esse tipo de piada, “ainda bem!”. Pedro Bial, desconstruiu a fama do Fluminense de ser um clube racista e elitista. Segundo ele, o Estádio das Laranjeiras estrategicamente levou o povo às portas da sede da jovem República do Brasil, que tinha como sede o Palácio Guanabara, vizinho do estádio. Além disso, reafirmou que segue sem esclarecimento se o uso do pó de arroz foi uma estratégia de embranquecimento de jogadores negros.
A questão racial, inclusive, foi o ponto alto da discussão. O vascaíno João Carlos Eboli, leu um trecho da chamada “Resposta Histórica” do Vasco à criação de uma nova liga de futebol que não permitiria a participação de atletas negros. Ele destacou o pioneirismo dessa atitude como uma política institucional antirracista. O flamenguista Ruy Castro chamou a atenção para o fato de que, iniciativas como a do Vasco, não foram suficientes para evitar que ofensas racistas aconteçam entre as torcidas, citando especificamente a resiliência da torcida do Flamengo em transformar o urubu em seu maior símbolo, ainda que a origem tenha sido racismo, uma vez que a torcida é composta majoritariamente pela população negra e humilde.
Outra história que vale registro, envolve a Bienal do Livro Rio. Ruy Castro organizou uma volta olímpica junto com outros leitores no evento em 2001, quando o Flamengo foi campeão carioca com o icônico gol de falta de Petkovic contra o Vasco. Por fim, como não deveria deixar de ser, aquela provocação sadia entre torcidas se manifestou em contagens de títulos, e números contestáveis. Quem ganhou o jogo? O público presente, com toda certeza!
Imagem Destacada: Divulgação/Bienal do Livro Rio 2025
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