CCXP Worlds: Uma nova versão para “O Poderoso Chefão 3”

5 de dezembro de 2020
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30 anos depois, Francis Ford Coppola retorna a um de seus clássicos
e reescreve uma nova versão para “O Poderoso Chefão 3”

A clássica trilogia “O Poderoso Chefão” é considerada por muitos como uma verdadeira obra prima do cinema. Décadas depois de seu lançamento, a saga sobre a família Corleone, em especial o primeiro e o segundo filme, ainda é aclamada pelos amantes da sétima arte como uma das melhores histórias já contadas na telona. Entretanto, a conclusão da trama foi taxada como decepcionante e tornou-se um incomodo para muitos fãs, críticos e até mesmo o próprio diretor que, 30 anos depois, decidiu reescrever uma nova versão para “O Poderoso Chefão 3” criando uma reestruturação montagem da obra.

Intitulada como O poderoso chefão. Desfecho: a morte de Michael Corleonea releitura chega aos cinema e plataformas digitais com uma nova estrutura e seis minutos a menos que a obra original. O ator Andy Garcia, que viveu o mafioso Vincent Mancini no filme e foi indicado ao Oscar Ator Coadjuvante em 1991 por sua atuação, esteve no painel da Paramount na CCXP – Worlds, para falar sobre o lançamento e comentou que o filme chegou:

“para que as gerações possam aproveitar a obra do jeito que o maestro queria”.

Uma nova versão da terceira parte da história era uma vontade antiga de Coppola e Mario Puzo (roteiristas do projeto), mas só agora esse corte do diretor virou realidade e chegou surpreendendo à todos. Diversas cenas foram reposicionadas enquanto outras foram cortadas sem nenhum remorço, tudo para dar mais fôlego a narrativa e se aproximar do que era previsto na época.

Andy Garcia aproveitou para elogiar o projeto e agradecer por ter feito parte dessa história: “Sou muito orgulhoso de ter participado disso. Estar junto com esses atores e nessa trilogia foi uma benção para mim como ator”. O ator ainda comentou como trabalhar com Al Pacino foi importante para sua carreira:

“Al sempre foi uma grande inspiração, não apenas para mim especificamente, mas para toda uma geração de atores, e ele é isso até hoje. Mas quando comecei a atuar quando o primeiro Poderoso Chefão foi lançado, então esse filme mudou minha vida. O trabalho de Al foi inspirador para mim por toda minha vida”.

A nova versão de “O Poderoso Chefão 3” já está nos cinema e chega dia 08 de dezembro em diversas plataformas digitais, como: NET NOW Claro, Sky, Apple TV, Google Play, Vivo, Oi, Xbox Video, PlayStation Store.

Um pouco da trajetória dos Corleone no cinema

Baseado no livro homônimo escrito por Mario Puzo, “O Poderoso Chefão” conta a intrigante história de Don Vito Corleone, amparada por uma magistral atuação de Marlon Brando, e sua família entre os anos de 1945 e 1955. A jornada de Don Vito começa no casamento de sua filha, mostrando sua importância enquanto presta favores para diferentes pessoas, e se estende durante quase 3 horas com uma narrativa sem furos e extremamente bem contada até o final impactante que nos entrega a ascensão de Michael, filho mais novo, como o novo Don Corleone.

O filme, que também trouxe no elenco trabalhos esplendorosos de Al Pacino, James Caan, Robert Duvall e Diane Keaton, recebeu 10 indicações ao Oscar e levou para casa os prêmios de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado para Francis Ford Coppola e Mario Puzo, e Melhor Ator para Marlon Brando – gerando ainda mais ansiedade para uma continuação que chegou dois anos depois.

Considerado como sendo uma das melhores continuações cinematográficas de todos os tempos, e por muitos como tão bom quanto seu antecessor, “O Poderoso Chefão 2” começa em 1958 e nos revela a transformação de Michael Corleone e a expansão dos negócios da família. Através de uma magnífica montagem, duas histórias paralelas são contadas em quase 4 horas de filme, contextualizando ainda mais a narrativa e aproveitando para aprofundar-se no berço de todo o império.

A segunda parte da trilogia trouxe um reconhecimento ainda maior para Francis Ford Coppola e junto o Oscar de Melhor Diretor. Ao todo, o filme recebeu 11 indicações ao maior prêmio do cinema e, além da estatueta de diretor, abocanhou a de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante para Robert De Niro, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte e, novamente, Melhor Roteiro Adaptado para Coppola e Puzo e Melhor Filme. Al Pacino foi um dos indicados ao prêmio por sua poderosa atuação como Michael Corleone mas, infelizmente, o perdeu para o ator e comediante Art Carney que, por sua vez, concorria pelo filme “Harry, o melhor amigo de Tonto”.

O Frenesi causado pelas duas primeiras partes e os diversos prêmios recebidos catapultou a carreira de Francis Ford Coppola em Hollywood, colocando-o no patamar dos grandes diretores da época. Ao mesmo tempo, o sucesso fez com que o público e a crítica contassem os dias para a terceira parte e o encerramento em grande estilo da trilogia sobre a família mais famosa do cinema. Todavia, não foi bem isso que aconteceu!

Derrocada e Ascensão de “O Poderoso Chefão 3”

O “Poderoso Chefão 3” só chegou às telonas em 1990, 16 anos após o lançamento do segundo filme, depois de muitos conflitos entre Francis Ford Coppola e a Paramount, que chegou até cogitar outro diretor (Sylvester Stallone era o nome cotado para assumir). Ao todo foram mais de 15 tratamentos no roteiro até sair a versão final que nos entregaria o fim da história. Contudo, quando essa estreou, ela mais decepcionou do que agradou.

O enredo salta 20 anos na história para nos mostrar um Michael Corleone já com 59 anos e o que esse havia alcançado. A trama ainda aproveita para navegar por alguns flashbacks esmiuçando certas façanhas e momentos importantes para tentar desconstruir melhor o percurso vivido pela família nos últimos anos. Entretanto, falhas na estrutura da narrativa e a participação de última hora de Sofia Coppola (Ela precisou substituir Winona Ryder que foi parar no hospital por exaustão e teve que se afastar por indicações médicas) foram alguns dos pontos negativos na produção.

O filme chegou a receber sete indicações, não vencendo nenhum dessa vez, e inúmeras críticas positivas – porém, não foi o suficiente para agradar e ele acabou recebendo a fama de pior entre os três.

Só agora, 30 anos depois de sua estreia nos cinemas, Coppola consegue trazer à tona um corte que faz jus ao seu trabalho ao lado de Mario Puzo. Na época, devido a inúmeras pressões da produção e diferentes acontecimentos, eles entregaram a obra com o peso no coração de que algo estava fora do lugar e a resposta do público e crítica foi a confirmação final. “O poderoso chefão. Desfecho: a morte de Michael Corleone” é uma releitura com diferenças consideráveis, aporta aos cinemas com seis minutos a menos a versão original, e pode, enfim, ser o sossego tão esperado pelo diretor, o já falecido autor do romance que deu vida a obra cinematográfica e, claro, para a infinidade de apaixonados pela saga sobre a família Corleone.


Imagens: Divulgação/Paramount Pictures Brasil

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