E a contagem regressiva para a Festa Literária Internacional de Paraty – FLIP já começou!
A agenda está marcada para os dias 26 a 30 de julho, e este ano, em sua 15ª edição, contará com uma homenagem especial ao autor Lima Barreto, grande e importante escritor brasileiro que se auto-intitulava como “militante” em suas produções recheadas de sátiras e ironias, principalmente no que se referia à politica e sociedade brasileira.
Com curadoria de Joselia Aguiar, jornalista baiana, o festival já tem alguns nomes confirmados que prometem fazer presença marcante neste evento, vamos conhecer um pouco sobre quem são estes escritores?
- Conceição Evaristo
Graduada em letras pela UFRJ, mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense, esta grande mulher de 70 anos, nascida em Belo Horizonte e provinda de uma família numerosa e simples, não é uma escritora qualquer, já que é militante do movimento negro e em suas obras procura sempre retratar temas de gênero, classe e discriminação racial.
A literatura para ela é uma forma de expressar esta existência da mulher pobre, negra e marginalizada. Com grande participação em antologias de poesias e prosas; também tem livros de contos, poesias e dois romances, que serão reeditados pela editora Pallas por ocasião deste festival, são eles: “Ponciá Vicêncio” (2003) e “Becos da memória” (2006), como já estavam esgotados, é uma boa pedida para quem ainda não os conheceu.
- Diamela Eltit
De Santiago do Chile, esta escritora pós-graduada em Estudos Humanísticos e licenciada em Literatura, sempre participou de movimentos artísticos de resistência política em seu país, principalmente contra a ditadura instaurada por Augusto Pinochet, ultrapassando as barreiras da censura que lhes era imposta.
Teve seu primeiro livro publicado em 1980, “Uma Milha de Cruzes na Calçada”, e o primeiro romance surgindo três anos depois, em 1983, “Lumpérica”.
O seu trabalho é basicamente de crítica e resistência à política, colocando em evidência questões como corrupção, violência, autoritarismo e marginalização social.
Autora de quase 20 romances publicados no decorrer de seus 67 anos e diversas premiações, contará com a publicação de uma de suas principais obras, “Jamas el fuego nunca”, pela editora independente Relicário, com tradução para o português de Julián Fuks. Além disto, uma coletânea de textos críticos da autora será editado pela E-Galáxia, intitulado como “A máquina Pinochet e outros ensaios”, traduzidos por Pedro Meira Monteiro.
- Frederico Lourenço
Autor português, nascido em Lisboa, é um importante ensaísta, ficcionista e tradutor, este último, sendo o trabalho de maior destaque para o Festival este ano.
Professor de Estudos Clássicos, Grego e Literatura Grega na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, recebeu diversas premiações por suas traduções de textos clássicos como a “Odisseia” de Homero, “Ilíada”, além de “Hipólito” e “Íon” de Eurípedes.
Atualmente está trabalhando em uma complexa tradução da Bíblia em português de forma literal, que corresponderá a seis volumes, previsto para término em 2020, o primeiro deles já foi entregue em 2016.
No festival terá um papel importante, já que ajudará a realizar “uma espécie de balanço da tradição ocidental a partir da literatura”, como afirma a curadora Joselia Aguiar.
- Marlon James
O primeiro jamaicano e o primeiro a confirmar presença na FLIP 2017, é um escritor de 46 anos e professor de literatura no Macalester College na cidade de St. Paul em Minnesota.
Com três romances publicados: “Devil de John Crow” (2005), “The Book of Night Women” (2009), e “Uma Breve História de Sete Assassinatos” (2014) foi ganhador na categoria de ficção com o prêmio Bocas de OCM para a literatura do Caribe em 2015 e o prêmio Man Booker de 2015, também na categoria de ficção.
Em junho, terá seu livro “Breve História dos Sete Assassinatos” publicado pela editora Intrínseca, e é um romance baseado no assassinato de Bob Marley, livro este recheado de diversidade linguística, combinando o inglês com o patois jamaicano, característica perfeita para ser explorada nesta Festa Literária.
- Scholastique Mukasonga
Nascida em Ruanda em 1956, viveu e conviveu com os conflitos de seu país durante toda a sua infância. Sobrevivente do massacre que houve em Ruanda em 1990, estabeleceu-se na França e escreveu uma autobiografia intitulada “Inyenzi ou les Cafards” em 2006, que abriu suas portas para a literatura.
Logo em seguida publicou “La femme aux pieds nus”, em 2008, e “L’Iguifou”, em 2010. Para Mukasonga, escrever é um compromisso que assumiu para si de manter viva a memória de seu povo e seu país.
A autora estreia no Brasil na FLIP 2017 com a publicação de seu romance “Notre-Dame du Nil”, pela editora Nós, com o título de “Nossa Senhora do Nilo” e contando com a tradução de Marília Garcia.
E, para saber mais sobre este festival tão aguardado pelo mundo literário é possível encontrar mais informações no site oficial do evento.
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