Joaquin Phoenix volta a brilhar como Arthur Fleck na sequência de “Coringa”
Tido para todos como um delírio coletivo desde o seu anúncio, “Coringa: Delírio a Dois” (ha!), faz sua tão aguardada estreia! Extremamente diferente do primeiro longa, a sequência aborda o julgamento do agora criminoso Arthur Fleck, interpretado por Joaquin Phoenix, através de um… musical?
Todd Phillips, diretor do filme, já havia comentado em diversas entrevistas quanto à nova abordagem. Além de, claro, todo o material de marketing ser construído ao redor do gênero. Isso, obviamente, deixou os fãs do primeiro filme apreensivos. Afinal, “Coringa” é um filme com uma narrativa eletrizante, com uma tensão palpável quanto ao descontrole mental de Arthur. Mas ainda falamos do Coringa, personagem que além de louco, é extremamente performático. Só lembrar da icônica cena na escada.
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Então sim, ao entrar na sala de cinema, espere muitas cenas de músicas, danças, e até um romance (extremamente torpe) entre o Coringa e a Harley Queen. Que, inclusive, é interpretada por Lady Gaga! A escolha da cantora para o papel se torna clara após assistir o filme, a sua performance vocal é excelente. Infelizmente, não posso dizer o mesmo quanto a sua performance dramática. O filme já inicia com uma cena bem questionável da personagem reproduzindo a cena do primeiro filme, onde Arthur aponta os dedos na cabeça e simula uma arma. Além de ter grandes variações de tom por parte da atriz, não entregando um trabalho consistente.
Por outro lado, quem entrega uma performance absurda é o inconcebível Joaquin Phoenix. Ele está maravilhoso, tanto na construção física do personagem (o quê não é surpresa tendo em mente o primeiro filme), quanto na sua entrega. Com pequenas “gags” aqui e ali, olhares ameaçadores, e a risada desesperada característica dessa versão do personagem.
Agora, vamos aos “delírios”
Entretanto, o filme não cria grandes cenas para que a loucura do Coringa seja levada a mesma potência quando comparado ao primeiro. Como dito anteriormente, “Coringa: Delírio a Dois” é um romance/musical. Arthur Fleck, prestes a ser julgado pelas mortes e o caos que causou, conhece Harley, uma residente do Asilo Arkham, e os dois se apaixonam loucamente. Logo, o filme dá mais espaço para os surtos coletivos dos dois personagens que são representados através das cenas de musicais fortemente inspiradas pelos anos dourados do cinema hollywoodiano.
Então, enquanto em primeiro plano temos o relacionamento dos dois se desenvolvendo, em segundo temos o julgamento do Coringa, que serve somente como um longo, bem longo epílogo do primeiro filme. Com diversas revisitações, flashbacks e comentários metalinguísticos, acaba que o filme chove no molhado. Ou seja: eita filmezinho lento… Ainda mais quando se comparado ao primeiro filme, que é extremamente eletrizante.
A cinematografia, entretanto, continua bem inspirada. Com referências claras aos clássicos musicais hollywoodianos que citei anteriormente, vemos Todd Phillips extremamente inspirado ao criar rimas visuais e até criar novas cenas visualmente interessantes.
“Coringa: Delírio a Dois” com toda certeza não irá agradar a todos por suas escolhas de ritmo e abordagem, mas ainda sim gera um ótimo entretenimento para as salas de cinema. Então não caia nas opiniões extremistas de que “É o filme do ano” ou “é o pior filme da última década”. As pessoas só estão sobrecarregadas pela experiência teatral e cegos pelas altíssimas expectativas colocadas em cima do filme.
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