Corra, Lola, Corra é um filme de 1998, mas merece ser revisto sempre. Do diretor Tom Tykwer continua com um roteiro extremamente criativo e seu ritmo ágil prende, do começo ao fim.
Lola, Franka Potente, corre o filme todo tentando livrar seu namorado mafioso da morte. Ela tem 20 minutos para conseguir cem mil marcos e entregá-los aos bandidos, caso contrário seu namorado morrerá. Para isso, ela sai numa correria desenfreada por Berlim. Até aí, nada de diferente de outros tantos filmes já rodados, porém a história de Lola é contada de três formas diferentes, que mudam completamente, quando um pequeno detalhe na correria de Lola altera o curso da sua história.
O roteiro é nitidamente baseado na teoria do Efeito Borboleta, de Edward Lorenz, que prega que todos os acontecimentos estão interligados e um simples bater de asas de uma borboleta pode mudar o curso da história, provocando um tufão do outro lado do mundo. Em 2004, nos Estados Unidos, foi lançado o filme Efeito Borboleta, com uma narrativa semelhante a de Corra, Lola, Corra, em que o espectador vê o desenrolar de várias histórias, dependendo de um detalhe, uma ação que os personagens tenham feito de forma diferente. Corra, Lola, Corra também nos faz pensar na física quântica que afirma que cada um de nós vive várias vidas paralelas. E Lola, durante 80 minutos de filme, mostra as suas três vidas para nós.
Corra, Lola causou um furor no festival de Berlim, no ano de seu lançamento. Com um custo de US$ 2 milhões, baixo para os padrões cinematográficos, Corra Lola mistura animação de videogame, uma trilha sonora impactante e muita adrenalina.
Podemos ver a influência de Corra, Lola, Corra em séries como Alias, em que o cabelo vermelho de Jennifer Garner é nitidamente inspirado no visual de Franka Potente, além do próprio filme Efeito Borboleta, lançado sete anos depois de Corra, Lola.
Mas talvez o sucesso de Corra, Lola, Corra possa ser explicado para além de sua narrativa. O filme traz para cada um de nós o gostinho daquele pensamento recorrente: “Como seria minha vida se eu tivesse feito aquilo e não isso?”. Resposta que nunca iremos ter, porém podemos sentar no sofá ,com um pacote de pipoca, e nos deliciar com as três histórias diferentes que vemos no desenrolar de Corra, Lola, Corra; agradecendo pela vida que temos e pelas escolhas que fizemos.
Por Silvia Ferrari
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