Menos cores, ação ainda de qualidade e uma boa continuação para o primeiro episódio. Dirigido por Chad Stahelski (Matrix), que é dublê e coreógrafo de luta, e estrelado por Keanu Reeves (Matrix), mostra a continuação da jornada de John Wick (Keanu Reeves), o Baba Yaga, horas ou dias depois do primeiro filme.
A história narra a busca por seu carro que havia sido roubado, retornando à sua profissão de assassino, mas encontrando velhas dívidas e credores.
A ação se divide em duas partes: luta corporal e tiros. As partes em que há luta são muito intensas, mas talvez em busca de uma diversidade de personagens com o físico não tão forte, não houve ritmo em algumas partes, deixando uma pausa grande demais entre golpes. No entanto, outras foram de igual ou melhor qualidade que do primeiro filme.
Nas partes de tiros, houve uma melhoria. Não só a dança com armas toma uma forma tão veloz quanto antes, se comparando a Equilibrium, mas o jogo de câmera dá mais suspense, ação e revela com mais precisão o que deseja.
No primeiro filme as cores eram um grande atrativo. Com primazia, iluminava-se cenários sempre com duas cores, por ora verde e amarelo, por outra azul e vermelho, além de outras. Cores sempre fortes, longe do branco, que davam uma atmosfera não só underground, mas de uma cena totalmente artificial e sedutora. No entanto, neste preferiu-se por quase sempre usar ciano, âmbar, blue/green e magenta, cores até então não utilizadas – e muito próximas do branco. Cores fortes apenas têm dois momentos, com o magenta e o azul – que às vezes vira ciano. Parece que se optou também por explorar a escuridão neste filme. Muitas das cenas com capangas são apenas indicadas com lanternas. Talvez se resolvesse outras questões na atuação dos dublês. Ademais, muito mais cenas a céu aberto e luz natural. Cenas até demais para essa ambientação, talvez tenha se pensado em seguir de alguma forma a estética do outro filme. O roteiro de alguma maneira exigia tais locações, mas não que a história o exigisse. Tudo poderia ter sido mais voltado às cores.
Quanto à história que procura trabalhar em cima de clichês do romantismo, carros e cachorros parece trazer um véu de sátira também ao filme, uma vez os extremos que John Wick chega para se vingar de ambos. Os atores mostram boa atuação e o crescimento da qualidade e número do elenco só mostra como a recepção do filme foi boa. Laurence Fishburn mostra sua entrada e a dupla Neo e Morfeu se reencontra depois de 17 anos no cinema. Ian Macshane (Deuses Americanos) e Lance Reddick (Fringe) mantém-se no elenco bem.
No entanto, há ainda poucas partes para as mulheres. Como em Vikings e Katheryn Winnick (Lagaertha) poderia-se explorar mais dublês que são também atrizes e fazem o trabalho bem. Ainda que haja uma personagem surda-muda, dando mais oportunidades a tais atores e sua representatividade, seu papel ainda é pequeno.
A linha do tempo não é tão ousada. De maneira geral, se seguraram na criatividade três anos depois do primeiro filme ou o orçamento falou mais alto. Uma vez com o público assegurado podem muito bem terem se resguardado, assim como foi o Tropa de Elite 2. Todavia, o filme mostra ainda uma ótima qualidade para o que se propõe e tudo aponta para uma sequência ou desfecho daqui a uns anos. Na verdade, já há boatos de que a terceira e última parte da vida de John Wick já será filmada neste ano para sair provavelmente no final do ano que vem. Então, fiquemos no aguardo para saber o que será de Baba Yaga.
Por Paulo Abe
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