A Netflix possui um catalogo recheado de comédias românticas adolescentes, que em grande parte são de pouca qualidade – salve raras excessões como “Para todos os Garotos que Já Amei”. “Crush à Altura” é o mais novo filme do gêrnero a entrar na lista de originais do streaming, mas, por sua vez o longa traz todos os problemas que um filme do tipo pode possuir: uma história fraca, personagens caricatos, piadas a nível vergonha alheia, uma grande necessidade de apresentar um estilo de vida do adolescente americano e sem esquecer a clássica disputa do rei e rainha do baile. E esse aspectos nem são os maiores problemas do filme.
O primeiro grande erro de “Crush à Altura” é a forma que introduz o argumento ou problemática que guia o filme, que por si só já frágil, mas e consegue ser piorar com as escolhas que roteiro faz. A ideia de que uma garota, Jodi Kreyman (Ava Michelle) sofre bullying por sua altura e por isso é insegura, seria aceitável se não fosse tão caricata e se o roteiro de Sam Wolfson realmente soubesse trabalhar a situação – talvez no mínimo relacionando o sofrimento e superação da personagem a isso. Contudo, a opção foi seguir as formulas fáceis dos romances adolescentes, com piadas infantis, e um roteiro manjado que insere um garoto novo, Stig (Luke Eisner), na escolar, por quais todas as garotas caem de joelhos, inclusive a nossa protagonista. A partir desse ponto, Jodi não busca se valorizar e ser uma pessoa mais atraente por gosto próprio, mas por ele, sendo a todo momento depreciativa consigo mesma. E sim, tudo isso por seu padrão de altura não se assimila com o restante das meninas da escola.

A situação do filme piora quando acrescentamos os arcos dos demais personagens da história e os analisamos até o final. O motivo? Nenhum deles se desenvolvem. Todos os personagens começam e terminam o longa da mesma forma, com as mesmas atitudes e não entregam nada de interessante durante o percurso. Nem mesmo a virada final da protagonista é convicente. Contudo, existe uma excessão aqui, mas de uma personagem que é pouco utilizada e que quando é, consegue fazer rir por toda sua loucura, sendo a única caricata que funciona, é Harper (Sabrina Carpenter), irmã mais velha Jody que se sai bem nas raras aparições, principalmente por não se levar a sério.
E o ser caricato acaba pesando em cima das atuações também, que por sua vez, acabam não destacando nenhum dos atores. Com no máximo uma atuação correta da protagonista Ava Michelle. Enquanto a direção do novato Nzingha Stewart não ousa em momento algum, apenas segue um padrão básico, e consegue entregar algumas cenas ruins, que chegam a deixar o espectador com sono, por não entregarem nada em situações desnecessárias que se alongam.
No fim, “Crush à Altura” se torna insignificante, não agrega nada de novo a quem assiste e tem uma mensagem que aparenta boa intenção, mas se perde desde o primeiro momento do filme por conta do roteiro ruim, diálogos fracos, com discursos que não convencem em momento algum. Nem mesmo o final do longa é agradável, como esses tipos de filme costumam ser.
Imagem e vídeo: Divulgação/Netflix
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