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Crítica

Crítica | Deixa

“Deixa” explora liberdade, medo e escolhas com atuações notáveis e direção habilidosa.

Imagem: Divulgação/Carcará Filmes/Borboletas Filmes & Pombagens

“Deixa” é um Retrato Impactante de Liberdade e Medo

“Deixa”, um curta-metragem dirigido por Mariana Jaspe, é uma experiência cinematográfica importante e comovente, que explora a complexidade da liberdade e as barreiras do medo. 

Imagem: Divulgação/Carcará Filmes/Borboletas Filmes & Pombagens

Desde o seu início, somos lembrados de forma perspicaz sobre as prisões invisíveis que muitas vezes criamos em nossas próprias vidas. Como indivíduos, frequentemente nos sentimos aprisionados por nossas próprias escolhas, medos e circunstâncias impostas pela sociedade. Às vezes, ignoramos o nosso desejo de algo diferente, mantendo-nos encarcerados em uma vida que não desejamos verdadeiramente. Durante 15 minutos somos levados a mergulhar nessa obra que aprofunda a dor de forma intensa e desafiadora. 

O filme gira em torno de Carmen, uma mulher que está prestes a perder sua liberdade à medida que seu marido é libertado da prisão. Após anos de vida sob o peso da reclusão emocional e mental, Carmen construiu uma nova existência ao lado de outra pessoa. No entanto, agora, tudo o que ela conquistou, como sua felicidade e liberdade, está à beira do colapso. 

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O filme faz uso de uma única locação de forma extraordinária, transformando-a em um espaço de tensão e emoção. A eficácia da equipe de produção, que traz nomes como Erika Candido e Marco Pigossi, é admirável e eles desempenham papéis fundamentais na realização do projeto ao criar uma experiência rica em detalhes. 

O roteiro é uma das maiores forças de “Deixa”. A estrutura habilmente elaborada, personagens profundamente envolventes e diálogos precisos atraem a atenção do público desde o primeiro instante. A história de Carmen deixa o espectador ansiando por mais, desejando desvendar completamente as vidas e experiências dos personagens. A narrativa é simples, mas capaz de desafiar as expectativas tradicionais e criar um espaço para reflexão e empatia.

Imagem: Divulgação/Carcará Filmes/Borboletas Filmes & Pombagens

Mariana Jaspe, conhecida pelo filme “Carne”, captura a essência da narrativa com um olhar afiado sobre a violência e a luta das mulheres para escapar desse ciclo. Ela tece uma atmosfera de claustrofobia desde o primeiro momento, com a presença sinistra de um telefone. A câmera em constante movimento e a escolha pelo uso de zooms criam uma sensação de enclausuramento, uma prisão contínua, amplificando a ansiedade que cresce a cada cena. Já os planos longos, geram suspiros e uma estranha sensação de arrastamento, incômodo. A cena íntima entre os personagens de Zezé Mota e Dan Ferreira é particularmente notável pela sua delicadeza e intensidade.

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O elenco de “Deixa” oferece performances excepcionais. Dan Ferreira, Jéssica Ellen, Wilson Rabelo e Daniel de Souza contribuem para a construção sólida da história de Carmen. No entanto, o destaque vai para a fabulosa Zezé Motta. Ela personifica uma mulher forte ao mesmo tempo que vulnerável. Sua atuação é impressionante, impecável, transmitindo as emoções de sua personagem através de gestos psicológicos marcantes. Os espectadores são convidados a compartilhar a jornada emocional de sua personagem, culminando em um clímax arrebatador.

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Imagem: Divulgação/Carcará Filmes/Borboletas Filmes & Pombagens

Fernando Marron traz uma fotografia escura, pesada, amarga, pincelada por tons mais vibrantes em alguns momentos – o que ajuda a criar um ambiente intenso ao mesmo tempo que sombrio. A paleta de cores, sombras e ângulos de câmera refletem a dualidade do medo e da liberdade. A composição visual intimista nos deixa perdido em frente ao abismo que espera a personagem.  

A montagem aguçada e o design de som eficaz tornam o filme uma experiência ainda mais poderosa. Os cortes precisos e fluidos mantém a narrativa em movimento, enquanto o som contribui para a tensão, ajuda na atmosfera do filme, e eleva a trama a novos patamares de impacto emocional.

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“Deixa” é um filme forte, impactante e pungente. E nos convida a refletir sobre as prisões que construímos em nossas vidas e as escolhas que a vida nos impõe. É sobre o poder do cinema nacional e da capacidade de contar histórias capazes de marcar profundamente o público.

Vídeo: Divulgação/Carcará Filmes/Borboletas Filmes & Pombagens

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Crítica | Deixa
Sinopse
Prós
Atuação excepcional de Zezé Motta
Narrativa envolvente
Atmosfera intensa
Contras
Duração limitada
Restrição de locação
4.5
Nota
Written By

Daniel Gravelli é especialista em comunicação de alta performance, apaixonado pela arte e pelo seu potencial na conexão humana. É diretor, produtor, ator, roteirista, e acumula mais de 30 anos de experiência no mercado cultural. Adora cozinhar e descobrir novidades sobre o mundo.

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