Chegou aos cinemas a aguardada sequência do suspense “Buscando…” Embora seja uma outra história, ““Desaparecida…” repete a fórmula de sucesso de seu antecessor, com elenco e um plot twist ainda melhores. Confira a crítica do filme:
A trama de “Desaparecida…” retrata o desaparecimento de Grace Allen (Nia Long), uma mãe solo em viagem de férias na Colômbia com o novo namorado Kevin (Ken Leung). Quando eles não aparecem no aeroporto na data de retorno, sua filha June (Storm Reid) faz uso da sua habilidade com tecnologia para desvendar o paradeiro dos dois.
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O roteiro é bem estruturado e contempla bem a complexidade da vida em rede e das relações que se desenvolvem nela, mas faz isso de forma nada cansativa. Do mesmo modo que em “Buscando” temos um choque de gerações. Enquanto a filha adolescente faz uso massivo da internet e redes sociais, a mãe ainda tem dificuldades para usar o FaceTime, por exemplo. Essa diferença é catalisadora para conflitos característicos da relação mãe e filha e dos traumas diretamente ligados a ausência do pai.
Sobre a vida mediada pela tecnologia, o filme também acerta e faz importantes alertas. Ele deixa claro como é fácil manipular a realidade e o quão perigoso é confiar irrestritamente em tudo que se vê através das telas. E aos poucos June entra em uma sequência de descobertas que a faz desconstruir o castelo criado pela sua mãe à medida que a realidade sobre o passado dela e de seu pai se revela diante de seus olhos.
Ritmo frenético de descobertas é mérito da direção e do elenco
A direção de Nicholas D. Johnson e Will Merrick torna a busca de June por Grace frenética e claustrofóbica, nos aprisionando nas reproduções de telas dos computadores e celulares. E ao mesmo tempo reforça que nem tudo pode ser resolvido online, colocando em cena Javier (Joaquim de Almeida), um ajudante local para buscar pistas de Grace e Kevin, conferindo também momentos de alívio cômico com as dificuldades do personagem com o inglês e a própria tecnologia. Paradoxalmente, é um filme para ser apreciado na magnitude da tela de cinema.
O ritmo acelerado do filme é muito bem sustentado tanto pelo elenco principal quanto o de apoio. Storm Reid confere uma boa carga dramática a adolescente que só pensa em festas, mas que de repente se vê só em busca da única coisa que tem na vida, que é sua mãe. Reid é o grande destaque, mas Nia Long também faz com muita naturalidade a mãe preocupada e zelosa com muito a esconder da filha. Entre os coadjuvantes, o já mencionado Joaquim de Almeida e Tim Griffin, que interpreta o pai de June, também fazem bonito com a oportunidade que tiveram. A advogada Heather (Amy Landecker) aliada de Grace e Ken Leung que interpreta Kevin não têm muito espaço na trama.
O único ponto em que o filme parece errar a mão, é no excesso de habilidade investigativa de June. Ela supera a de qualquer detetive C.S.I. Não é porque os jovens são melhores com tecnologia que os mais velhos, que isso irá transformá-los imediatamente em investigadores. Mas isso não atrapalha em nada o conjunto de “Desaparecida…”, um filme que revela muito sobre os nossos tempos.
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