Seria essa a tentativa de emplacar um novo Máquina Mortífera?!
Quando o caminho de dois homens solteiros, confusos com certos acontecimentos da vida, se cruza durante a possível solução de um problema, a testosterona vai a mil e uma palavra resume o destino que essa estrada os leva: confusão.
Com data prevista para estreia no proximo dia 21 de julho, “Dois caras legais” traz os astros Russell Crowe e Ryan Gosling, em ótimos momentos de carreira, trabalhando juntos em uma divertida comédia sobre mentiras, assassinatos, sexo e a poderosa indústria do automobilismo.
Em uma Los Angeles dos anos 70, Jackson Healy, um solucionador de problemas é contratado por uma garota para afastar possíveis perseguidores que passaram a seguir seus passos. Ao mesmo tempo, Holland March, um atrapalhado detetive presta serviços para uma senhora afim de investigar a morte de uma parente que essa jura ainda estar viva. Quando as peças dos casos começam a se encaixar, eles percebem que existe muito mais história por baixo das situações em que estão envolvidos. Decididos a descobrirem a verdade por trás de tudo, acabam unindo forças para desvendarem uma conspiração que envolve desde uma atriz de filme pornô até os mais altos círculos do poder.
Mal começa o filme e já percebemos em que época estamos. O som da guitarra nos leva, de forma inspirada, a década de 70 enquanto navegamos entorpecidos pela vivacidade dos créditos. Com uma caprichada produção, que leva o nome do conhecido Joel Silver entre tantos, o filme nos envolve com facilidade, fazendo-nos prestar atenção até mesmo nos mínimos detalhes.
Shane Black e Anthony Bagarozzi, constroem um roteiro impecável, com personagens extremamente bem elaborados, diálogos interessantes, repleto de tiradas ácidas e com uma trama muito bem costurada ao melhor estilo “Pulp Fiction” (leia-se: as revistas Pulp que continham diferentes tipos de histórias, muito bem trabalhadas, que renderam até certas continuações. E não o filme).
Mesmo com poucos filmes no currículo, como diretor, Shane Black não decepciona e nos proporciona uma direção sagaz, repleta de movimentos de câmera e ângulos incomuns que fazem praticamente o filme explodir na tela para o deleite do espectador.
O elenco afiado, além de contar com ótimas interpretações de Russell Crowe e Ryan Gosling, traz também Keith David e Kim Basinger em interpretações insossas, Matt Bomer muito bem no papel de um assassino de aluguel e o ótimo trabalho da jovem australiana Angourie Rice como filha da personagem de Gosling, que acaba funcionando como a consciência mais adulta do filme.
Philippe Rousselot trabalha com sensatez sua fotografia junto ao diretor, optando por uma paleta de cores mais alegre que dança com sutileza entre diferentes tipos de vermelho, laranja, azul e amarelo, definindo ainda mais o cenário da época, arquitetado por uma direção de arte funcional e esteticamente inteligente. A mesma, junto com o figurino, ainda é responsável por utilizar estrategicamente o rosa gritante que figura desde os créditos iniciais, pincelando-o em determinados pontos do filme, seja no neon das placas ou em certas vestes e objetos que aparecem durante a projeção. Contudo, também é possível detectarmos alguns pequenos erros de cronologia, relacionando a data em que o filme se passa com certos utensílios que não deveriam fazer parte da cena. Todavia isso acaba passando despercebido (Mas fica de brinde para os que adoram descobrir os erros de continuidade).
Mesmo possuindo uma pegada parecida com o que já foi usado pelo diretor em outros filmes que escreveu (Maquina Mortífera e Beijos e Tiros), “Dois Caras” legais funciona muito bem para os dias atuais, entretendo o espectador do início ao fim, provando que velhas fórmulas podem ser retrabalhadas.
https://www.youtube.com/watch?v=5wHrbpFfRyU
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Excelente filme. Gostei muito assitir Dois Caras Legais. Conheço o trabalho de Shane Black já faz um tempo, na verdade é um dos meus diretores preferidos. Sinceramente os filmes de ação não são o meu gênero preferido, mas devo reconhecer que Dos Caras Legais superou minhas expectativas. Encanta-me o trabalho deste diretor.