Com a participação de Alice Braga e Ben Aflleck, Robert Rodriguez lança seu novo filme “Hypnotic – A Ameaça Invisível”. O diretor e roteirista é amplamente conhecido por seus filmes de ação, e neste projeto que foi desenvolvido por longos 20 anos, aposta em uma premissa mais complexa. No longa, o detetive Danny Rourke tem sua filha sequestrada, e nenhuma pista é deixada quanto ao seu paradeiro. Determinado a encontra-la, o policial se vê no rastro de um homem capaz de cometer crimes que distorcem a realidade.
Mesmo que a premissa seja interessante, como pode perceber, não é inovadora. Pensando em filmes mais recentes, Satoshi Kon em 2006 já havia lançado o excelente “Paprika”, animação na qual o tema também tangência a distorção do que é real e do que é ilusão. 4 anos depois, Cristopher Nolan realiza o filme “A Origem”, que além de ter claras referências ao filme do cineasta japonês, possui, também, claras diferenças na estrutura da narrativa. Aqui, Robert Rodriguez parece ignorar a existência dos filmes anteriores e faz o que pode ser um dos piores filmes do ano.
Com longos diálogos expositivos que precedem todas as cenas de ações do filme, o diretor desafia a inteligência, ou melhor dizendo, a paciência do seu público. Todos esses diálogos sendo feitos exclusivamente pela personagem da Alice Braga, que não brilha no seu papel, mas em comparação com seu colega de elenco, Ben Affleck, entrega um resultado satisfatório.
O ator parece desinteressado em interpretar o detetive Danny Rourke, e aliado ao péssimo texto e a sua falta de carisma, o resultado não poderia ser outro. Não poderíamos nos importar menos com o detetive e o que aconteceu com sua filha desaparecida. Se esse caos não te parece suficiente, toda essa falta de criatividade é amarrada por uma terrível montagem, que sufoca até os pequenos momentos onde a direção de Rodriguez indica lapsos de algo visualmente interessante. Mas novamente, nada que possa salvar o filme do roteiro que facilmente poderia ter sido gerado por uma inteligência artificial.
Hypnotic após seu primeiro ato mostra que sim, é possível ficar pior.
Em um filme que brinca com a verdade, temos aqui espalhados pelas uma hora e meia de duração do longa, diversos plot-twists. Essas viradas serviriam facilmente para engajar a audiência ao filme, mas só é capaz de gerar ainda mais desconforto. Após a primeira virada do roteiro, todos as outras se tornam ou previsíveis ou, de certa forma, cômicas. Hypnotic aos poucos caminha para se tornar uma paródia de si mesmo, e provavelmente irá gerar muitas risadas pelo quão boba toda a trama se tornou. Talvez, se o projeto tivesse um viés alinhado para o cômico e vendido de tal forma, não se tornasse o terrível fracasso que é.
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Após todo esse sofrimento sem fim, aprendo que tempo é sem dúvidas relativo. O projeto que, segundo o próprio diretor, esteve 20 anos em desenvolvimento, não justifica o investimento de anos e muito menos o investimento monetário de 65 milhões de dólares.
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