“Jovens Titãs em Ação” é quase paradoxal entre os fãs da DC comics, ao mesmo tempo em que a série se sustenta em referências e citações ao universo a qual ela faz parte, o que conta com um público um pouco mais maduro, o tom bobo e descompromissado da série acaba afastando os mesmos. Já em sua estreia no cinema, a super equipe vem com com bem mais metalinguagem, e menos inconsequências do que na tv.
Robin, Ciborgue, Estelar, Ravena e Mutano são os Jovens Titãs. Ao perceberem que todos os super-heróis estão estrelando filmes, eles decidem se mobilizar para também ter espaço nas telonas. O líder do grupo, Robin, está determinado a ser visto como um astro, com ideias malucas e até uma canção, eles partem em busca de um diretor de Hollywood, mas acabam enganados por um supervilão.
Chega a ser engraçado como a DC tem acertado nas suas animações de cinema, depois do excelente “Lego Batman”, que apresentou um tipo de humor pastiche/referencial/metalinguístico, “Jovens Titans” vem para levar esse conceito ao extremo. Desde as piadas substituindo a vinheta de abertura do logo da DC, que substituem os heróis em CGI, por versões do desenho dos mesmos personagens. A primeira cena que remete a abertura dos filmes da Marvel, com as páginas descendo lentamente, mostrando quadrinhos com versões clássicas dos personagens, revelando então estarem sendo lidos por uma Gaivota que está próxima da Torre Titã.
Os Titãs aqui estão como na serie de tv, com um diferencial de que a escolha do filme de tentar alcançar um público mais velho, beneficia muito os personagens dando um arco para o grupo, mas principalmente para Robin. O Menino prodígio aqui tem anseios e temores (isso soou sério demais para o filme?), o que acaba por gerar as mais divertidas situações, causadas pelo fato do personagem querer ser levado a sério, destoando completamente do restante da sua equipe. O restante da equipe age como complemento para o arco do Robin, mas todos tem o seu momento de brilhar, graças a uma estrutura que foi escolhida pela direção, no qual usa mini-esquetes que se moldam em um arco principal ao longo do filme.
Essa mesma estrutura escolhida pela dupla de diretores Peter Rida Michail e Aaron Horvathhora (que também assinam o roteiro do longa), em dados momentos, acaba soando repetitiva: os personagens querem algo, resolvem agir e a ação é mostrada através de um clipe musical. Claro que a maioria das cenas tem uma função narrativa ou são minimamente divertidas (com destaque para a sequência envolvendo uma música da banda “A-Ha”), mas como já foi dito acima, chegam a soar repetitivas.
Apesar das repetições, tudo é bem contornado, mostrando os conflitos do grupo com Slade, que aqui é um vilão interessantíssimo, pois seu lado cômico entra em conflito com a maneira que ele orquestra seu plano. E isso se torna ainda mais engraçado quando ele vê suas tentativas sendo frustradas pela bobeira do nossos heróis.
“Jovens Titãs”, é realmente um caso à parte no cinema de super heróis, mesmo caindo quase na paródia do gênero, isso dá a ele um estilo muito único. E numa era em que os filmes do mesmo gênero tendem a ficar cada vez mais iguais, é sempre bom ter algo diferente.
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