Crítica: Maria – Ninguém Sabe Quem Sou Eu

A Jornada Fascinante de Maria Bethânia Revelada em um interessante documentário

No imenso universo da música popular brasileira, há uma voz que ecoa fortemente há décadas e traz consigo uma profundidade poética inquestionável. Esse talento singular, essa voz, pertence a ninguém menos que Maria Bethânia, filha de Dona Canô e José Teles e irmã do também inconfundível Caetano Veloso. Com mais de 55 anos de carreira, dos 77 completados recentemente, a cantora, compositora e poetisa, imortalizada pela Academia de Letras da Bahia, teve o documentário sobre sua vida, “Maria, ninguém sabe quem sou eu”, exibido e ovacionado pelo público na segunda edição do Festival de Cinema de Vassouras.

Escrito e dirigido pelo jornalista Carlos Jardim, “Maria, ninguém sabe quem sou eu” flerta com um estilo mais expositivo, mas acaba se mantendo como um vasto depoimento de Bethânia sobre sua trajetória e evolução artística ao longo dos anos. Jardim, em sua primeira incursão cinematográfica, aproxima a lendária cantora de seu público em um “portrait” intimista a partir de uma entrevista gravada no teatro do Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Com registros inéditos da própria artista, o diretor compõe de forma simples e funcional uma conversa sobre a sua vida pessoal e profissional.

Considerada uma das mais icônicas cantoras brasileiras, Maria Bethânia marcou o país com sua voz e dramaticidade em cima dos palcos. E em “Maria, ninguém sabe quem sou eu” ela não faz diferente. O documentário mergulha na vida e na obra da artista, oferecendo uma visão íntima de sua jornada desde o início da carreira no cenário musical até os dias atuais. Sua força e personalidade marcante é sentida a cada vivência “cantada” em frente às câmeras, permitindo em alguns momentos uma genuína conexão com o público e ampliando suas emoções e experiências em frente a telona.

Conduzido pela impactante voz da atriz Fernanda Montenegro, através de textos e poesias que descrevem sobre o jeito Bethânia de ser, o filme revela de forma interessante os bastidores e a magnificência artística dessa grande figura da música nacional. A narração acrescenta um toque de profundidade poética ao documentário, transportando o espectador para os momentos mais intensos e emocionantes da trajetória da cantora.

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Embora a direção perca a oportunidade de criar uma narrativa mais atraente e envolvente, e acaba entregando um aspecto mais jornalístico do que cinematográfico, “Maria, ninguém sabe quem sou eu” é um filme interessante, feito especialmente para os fãs da cantora, e acaba sendo uma justa homenagem a uma das vozes mais importantes do nosso Brasil.

O filme foi exibido na 2º edição do Festival de Cinema de Vassoras que está acontecendo durante os dias 16 e 24 de Junho de 2023.

Crítica: Maria – Ninguém Sabe Quem Sou Eu

Sinopse

Em um depoimento inédito e exclusivo gravado no teatro do Hotel Copacabana Palace, a cantora Maria Bethânia, que completou 55 anos de carreira em 2020, fala sobre assuntos importantes na sua trajetória. O documentário conta com a participação da atriz Fernanda Montenegro, que narra cinco textos marcantes de autores como Ferreira Gullar e Caio Fernando Abreu, sobre Bethânia, ilustrados com imagens de fãs e de arquivo, além de registros raros de ensaios e shows da cantora.

Prós

Contras

3

Nota