O Natal está chegando, e com ele uma avalanche de filmes românticos cheios de clichês começa a tomar conta da TV. Mas esse fim de ano temos uma boa alternativa nos cinemas. “Noite Infeliz” repete em 2022 o feito de “Duro de Matar” em 1988: um filme carregado de violência, humor ácido e uma coleção de referências a outros filmes do gênero, inclusive o estrelado por Bruce Willis. Confira a seguir a crítica de “Noite Infeliz”:
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Na história, o Papai Noel (David Harbour) chega a uma mansão para entregar seus presentes como de costume, porém, é surpreendido por uma equipe de elite de mercenários que invadem a casa fazendo uma rica família refém. No entanto, essa figura natalina não é bom velhinho que vendem para nós, nem a família é aquela que se reúne para fazer piadas sobre pavê.
Filme apresenta referências e bom desenvolvimento de personagens
O desenvolvimento dos personagens é o grande acerto do roteiro. O Papai Noel é um alcóolatra boca suja com alguns super poderes, que faz o que faz não por escolha, mas por necessidade. Isso é explicado ao final do filme, mas não queremos dar spoilers porque a proposta é muito boa. A família Lightstone é toda detestável, a começar pela matriarca milionária e corrupta Gertrude (Beverly D’Angelo) que estimula a competição entre os filhos. Só se salva mesmo a neta Trudy (Leah Brady). Entre os mercenários, o líder Mr. Scrooge (John Leguizamo) é o clássico chefe de gangue, irônico e sanguinário.
Outro ponto interessante é que o roteiro não tenta esconder referências e nem mesmo tratá-las como easter eggs. Ao contrário, elas são declaradas e bem inseridas nos diálogos. A porradaria rola solta. Tem bastante sangue e objetos inusitados sendo usados para matar. Essas cenas de ação são o ponto alto do filme e são muito bem dirigidas, mas nem tudo são flores na direção.
Direção é boa, mas peca em algumas escolhas
O diretor Tommy Wirkola (“Zumbis na Neve” 1 e 2) fez um bom trabalho mas pecou em algumas escolhas. No início temos uma longa apresentação do Papai Noel, no entanto, sua origem só é revelada próximo do final do filme, em uma conversa bem chata dele com Trudy por um Walkie Talkie. Aliás, esses diálogos entre os dois são os responsáveis pela queda de ritmo durante o filme. São conversas longas demais e não servem para muita coisa, já que o Papai Noel já sabia que Trudy era uma boa menina.
Como já foi dito, as cenas de ação são muito boas, mas os super poderes não são tão super assim. A exceção de uma cena específica, eles não têm muita influência nas brigas. Do ponto de vista técnico está tudo bem mas não há nada de extraordinário na fotografia ou som. A trilha sonora original de Dominic Lewis é bem decepcionante e só recicla os elementos tradicionais das músicas de Natal.
As atuações em geral são medianas, exceto o protagonista David Harbour (“Stranger Things”). Carismático, faz você acreditar que não há ninguém melhor para viver um Papai Noel esmagador de crânios em busca de redenção. Queremos saber cada vez mais sobre ele, quem sabe em um filme de origem detalhando mais o caminho que o levou a ser Papai Noel. Ao final de quase duas horas, “Noite Infeliz” já desponta como um clássico de ação e comédia natalina que, entre altos e baixos, vale a pipoca.
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