Em “Shazam! Fúria dos Deuses”, ao gritar a palavra SHAZAM, o jovem Billy Batson se transforma no Mortal mais Poderoso da Terra, adquirindo a saberia de Salomão, a força de Hércules, a resistência de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio. É um personagem muito interessante, criado para fazer frente ao Superman e que, por uns bons anos, décadas atrás, se tornou mais popular e vendeu mais quadrinhos que o seu “primo” mais famoso.
Uma breve história: ele não foi criado com o nome de Shazam. Essa era a palavra do mago que escolhera um campeão de coração puro e pela qual ele acessava seus poderes! Ele era chamado de Capitão Marvel.
Essas décadas passaram e estamos no segundo filme, — filme esse baseado na reformulação do herói da DC chamada de Novos 52 — protagonizado pelos mesmos atores do primeiro, agora com a adição da “rainha” Hellen Mirren e de Lucy Liu.
O primeiro filme estabeleceu, com certa graça pueril, a introdução desse personagem em um estúdio perdido entre a “megalomania sombria” de um diretor específico e após sucessivas bilheterias que não empolgaram. Era uma nova forma de fazer filme para toda família, em que os pais e seus filhos pudessem se enxergar e mirando na concorrência que nada de braçada no ramo dos filmes de super-heróis há mais de uma década!
O resultado desse segundo filme é bem decisivo, pois se não traz novidades à fórmula, pelo menos é agitado, tem personagens carismáticos e, desta vez, traz toda família do filme anterior agindo ativamente na trama. O problema é que tudo isso já vimos antes… E melhor.
Há ainda subtramas que poderiam ser mais interessantes, como explorar melhor a história das Filhas de Atlas (afinal, Hellen Mirren está no filme!), que vem reclamar o poder que Billy recebeu e que elas imaginam terem o direito, pois levou a ruína o pai delas. Por isso, elas vêm ao nosso plano (mundo ou reino, parecido com os conceitos dos filmes do Thor), buscar um artefato, ligado à Árvore da Vida, mas isso implica em nos destruir (outra semelhança com o conceito de terraformação do Homem de Aço).
“Shazam! Fúria dos Deuses” tem boas piadas e sacadas em situações em que os heróis e vilões se encontram, mas elas poderiam ser mais interessantes e espertas, pois algumas soam apenas bobas. Para piorar, a propaganda de um doce fará alguns profissionais de marketing se retorcerem nas cadeiras.
É certo que a ideia principal está lá: como um adolescente agiria de tivesse os poderes de deuses. No entanto, as vezes o filme fica enfadonho, e não ajuda a mania de Zachary Levy (o antivax que faz o herói), simplesmente ser mais bobo e chato do que sua versão mais jovem (Asher Angel), que é mais compenetrado e bem menos espalhafatoso. No primeiro filme, se justificava por ser uma estreia, mas no segundo filme, os ajustes tinham que ser feitos. Parece o típico caso de conformidade artística… Deu certo, então vamos deixar como está e só aumentar os perigos, escalar os efeitos, piadas, explosões e voilá!
Talvez, no entanto, isso não baste, já que neste momento “Shazam 2” fez somente R$ 30,5 milhões nas bilheterias dos USA (que é o que importa, quando se trata de sequências), com o agravante de que todo esse universo cinematográfico da DC será reformulado em breve pelos novos comandantes James Gunn (cineasta que conseguiu esse emprego pelos êxitos que teve na Marvel) e Peter Safran. Ou seja, fez-se um filme mediano, com personagens que nem se sabe se continuarão a fazer parte dos planos. Tudo, portanto, tem cara de “fim de feira”, como se “a nova” DC quisesse se distanciar para começar do zero!
Claro que só se pode analisá-lo pelo que ele é, apenas um filme, independente da tapeçaria que o estúdio quer ou queria montar, mas é uma pena, pois o conceito do personagem deveria ter muito mais apelo entre os jovens (imagina, ser um adolescente com poderes dos maiores deuses que já existiram), mas infelizmente, ele é só … Chato.
*Atenção: Em “Shazam! Fúria dos Deuses” há duas cenas pós créditos que até poderiam apontar em uma certa direção, caso a reformulação da DC não estivesse em curso. Mas segue o aviso.
Por Roberto Rezende.
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