Crítica: Shrinking

“Shrinking” (também conhecida como “Falando a Real”) é uma série de comédia dramática estrelada por Jason Segel e Harrison Ford, além de um elenco de atores maravilhosos. A trama acompanha um psicólogo em processo de luto após a perda de sua esposa.

No entanto, o luto intenso acaba fazendo com que ele negligencie o relacionamento com sua filha adolescente, que também está lidando com sua própria jornada de aceitação da vida sem a mãe.

A vizinha dos dois, Liz, toma a iniciativa de cuidar da jovem Alice enquanto tenta colocar o pai, Jimmy, no caminho certo.

Virada de chave

Um dia, cansado de ouvir seus pacientes reclamarem de coisas que, em sua opinião, podem ser resolvidas facilmente, Jimmy “perde a cabeça” e começa a falar a verdade, ou pelo menos o que ele pensa, para cada um deles, chegando ao ponto de incentivar uma de suas pacientes a terminar com seu marido problemático.

Claramente, essa não é uma atitude recomendável – ou legalmente aceitável – para um psicólogo, mas é o ponto de partida para uma mudança significativa na vida de Jimmy. Ao mesmo tempo, ele começa a atender um jovem ex-militar chamado Sean, que lida com problemas de raiva extrema, e juntos eles desenvolvem uma amizade dentro e fora do consultório.

O papel icônico de Harrison Ford nesta série é o do psicólogo Paul, que é frio, racional, prático e luta silenciosamente contra uma condição física. Sua presença eleva as cenas em que está presente, proporcionando momentos de alívio cômico inesperado e nada intencional.

Completando o trio de psicólogos, Gabby é não apenas a terceira integrante da clínica, mas também a melhor amiga da falecida esposa de Jimmy e madrinha da filha deles. Ela traz um toque de alívio cômico para a série, interpretando o papel de “tia legal”, e funciona muito bem.

Comédia + Drama = Shrinking!

“Shrinking” possui um roteiro de alta qualidade e reúne talentos da televisão e do cinema em uma obra linda e dolorosamente humana. A alternância entre cenas dramáticas e cômicas permite uma reflexão profunda no meio de um sentimento de “coração quentinho”.

Existem muitas lições que você pode tirar de uma série que envolve psicologia, luto, relação de pai e filha, relação profissional entre amigos e superação de traumas. E fazer isso sem uma carga pesada que deixa um nó na garganta é difícil e poucas obras conseguem fazer.

Um bom exemplo de série bem-sucedida nesse aspecto é “Eu Nunca”, da Netflix, embora com uma abordagem mais jovial e menos determinante, uma vez que os personagens principais estão no início de suas vidas repletas de possibilidades.

O núcleo jovem de “Shrinking” é feito pela já citada anteriormente Alice, o jovem ex-militar Sean e o filho de Liz, a vizinha. Os três estão muito bem em seus papéis, sendo Sean um outro ponto cheio de drama e comédia da obra.

Mas é injusto não destacar a atuação de Lukita Maxwell, que está muito segura no papel de Alice. Ela contracena diversas vezes sozinha com o gênio Harrison Ford e não deixa demonstrar que existem décadas de diferença na profissão entre os dois.

Shrinking é a série perfeita para assistir sozinho, com um amigo, com a família (salvo algumas cenas) e depois indicar para todo mundo. Gera reflexões interessantes sem te deixar refém por semanas a fio e te faz rir naturalmente.

Com apenas 10 episódios de aproximadamente 30 minutos cada, Shrinking está disponível no streaming AppleTV+ e já foi renovada para a segunda temporada.