De volta após um hiato de dois anos, a série de viagem do tempo queridinha da Netflix está dando o que falar — e com razão.
Com uma temporada bem diferente das anteriores, os fãs vão ter algumas surpresas de sabor um tanto amargo — porém igualmente ótimas novidades.
Confira a crítica sem spoilers da 3ª temporada de The Umbrella Academy:
Pode não parecer, mas é Umbrella
Uma das decisões mais relevantes para o roteiro da nova season é o foco na relação entre os personagens, para bem e para o mal.
Se até então o público costumava ver tudo se diluindo em um ritmo frenético, deve notar algum estranhamento. Porém, há uma boa razão para isso.
Tratando-se do terceiro apocalipse para a equipe, não seria novidade que as coisas começassem a soar batidas: os irmãos Hargreeves se separando logo após se reunirem, Five sendo o único em primeiro momento a se importar, todos tomando decisões estúpidas — principalmente Número 7 — e o time se vendo obrigado a consertar, etc. Logo, algumas mudanças não cairiam de todo mal, certo?
No entanto, o que se vê é uma mudança de tom desacertada ao humor do absurdo. Piadinhas escatológicas e com o jeito dos personagens sempre existiram, sem que o humor ácido deixasse de se fazer presente, mas não engolindo o show em caricatura de si mesmo.
Se encarado friamente, The Umbrella Academy é essencialmente uma homenagem ao nonsense. Exemplos? Primeiro quem sabe a revelação da infância de Leonard Peabody, ou ainda o próprio conceito de Reginald, total vilão de novela das sete.
Todavia, o ilógico funciona só enquanto a série faz o público acreditar — a famosa suspensão da descrença — e esse fio foi em partes perdido nessa terceira temporada.
Sinta-se em casa, mas se lembre que não está
Mesmo antes do anúncio do trailer, o fandom já tinha suas grande expectativas para a introdução de novos personagens — prontamente frustrada
. Há algo de mau aproveitado por todo canto: histórias sendo descartadas sem aviso, drama demais no que não se devia e faltando acolá.
Não é bem a atuação que sempre fez o público criar laços (apesar de Aidan Gallagher interpretar brilhantemente seu papel) — até pelo tom pastelão – mas com a audiência se voltando totalmente aos interior dos personagens, o que não era exatamente um problema antes passa a ser.
Parece não ser caso de culpar o elenco, como feito por parte da comunidade, sim de se perguntar onde algumas personalidades deixaram de ser críveis. Nesse sentido, um dos Hargreeves — bem quisto por muitos, deve-se dizer — serviu senão de muleta para redenção de Viktor, o 7º.
E qual a maneira tradicional de fazer o público simpatizar com alguém? Abandonando-o para sofrer. Assim foi feito com esse fazendo Viktor de capacho, mesmo que isso seja um exagero para o tom de seu personagem. Daenerys Targaryen, temos visitas.
A conveniência de roteiro não é algo novo em Umbrella, basta pensar nas circunstâncias do primeiro fim do mundo. Porém, a perda súbita de inteligência de personagens como Cinco faz o telespectador se perguntar se não está sendo feito de idiota.
Dessa vez, não há sequências de lutas eletrizantes, a despeito das oportunidades desperdiçadas na sequência final e graças à “barriga” da temporada. Por causa disso, há partes da história em que nada relevante acontece (Episódio 8), enquanto tudo se deslancha no último capítulo.
Último adendo, aqui em alerta: discrição aos que forem assistir – há uma situação mau retratada de abuso jogada entre as cenas.
Longe de ser um desastre
Depois de algumas longas reclamações, o leitor pode se perguntar se vale a pena assistir a terceira temporada da série, isso se já não for um fã ávido agora furioso.
Frente a isso a resposta é simples, pois apesar dos percalços, Umbrella continua sendo Umbrella: a velha e boa história da família disfuncional se (des)acertando.
Especificamente nesses dez capítulos deram espaço para interações não antes exploradas, como Allison e Diego, bem como momentos especiais entre os sete.
Graças à transição de Viktor, alguns momentos especiais também foram proporcionados, inclusive uma sequência musical entre todos os irmãos, no masculino mesmo.
Exagerado e divertido em um ótimo sentido, o aspecto fantasia continua no ponto certo, mesmo com oportunidades desperdiçadas.
Já a trilha sonora é um caso a parte, e é difícil de superar os padrões criados pela segunda temporada nesse quesito — mas o que falar da sequência com (I’ve Had) The Time of My Life?
Sobram motivos para aguardarmos ansiosos pela próxima season.
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