Estreou em março, no novíssimo Teatro Riachuelo, um musical sombrio, macabro e muito divertido. Baseado no sucesso da teledramaturgia, “Vamp – O musical” traz ao Rio uma produção de qualidade e um tanto de saudosismo.
O espetáculo traz Claudia Ohana e Ney Latorraca, protagonistas da montagem televisiva do início dos anos 90. Muito confortáveis em seus personagens, nesse espetáculo com ar de reencontro, os atores são amparados por um elenco de peso: Claudia Netto, Osvaldo Mil, Thadeu Matos e a (impagável) Evelyn Castro, entre outros artistas incríveis.
Na trama, Natasha (Claudia Ohana) é uma jovem talentosa cantora que não consegue alcançar a fama por ser sempre vista como uma “mulher objeto”. Desesperada desiste de sua vida, quando conhece Vlad (Ney Latorraca): Um vampiro poderoso que a promete poder e sucesso em troca de sua alma. Natasha aceita o acordo, mas logo se arrepende ao ver o “monstro” que se tornou. Então conhece Penn Taylor (Evelyn Castro), uma caçadora de vampiros que a explica que só existe uma forma de quebrar o feitiço: Achar o medalhão do poder, que se encontra em posse de um capitão chamado Jonas Rocha na Baía dos Anjos. Então, juntas, partem em busca da solução desta maldição. Vlad, avisado da traição de Natasha, começa a montar seu exército para impedir que sua amada o destrua.
O espetáculo tem um senso de humor leve trazido especialmente pelos personagens Vlad e Penn Taylor. Evelyn Castro (Penn), além de possuir uma voz avassaladora, tem o timing perfeito para comédia. Com piadas bem encaixadas e (principalmente) bem contadas, arranca boas gargalhadas com sua personagem caricata. Ney Latorraca é um show a parte: Dialoga com a plateia do começo ao final do espetáculo, brincando como Vlad e como Ney – é, no mínimo, apaixonante. Revê-lo encarnando Vlad diverte e traz uma certa nostalgia (saudosos anos 90).
Claudia Ohana está maravilhosa (parece que o tempo não passou para ela). Contudo, uma crítica que se pode fazer à participação da bela é que, ao lado de cantoras tão potentes, seus números musicais acabam ficando um pouco ofuscados, uma vez que ela canta muito bem mas não consegue alcançar o nível das demais cantoras do elenco.
A produção do espetáculo consegue trazer uma estrutura incrível, com cenários movidos a tração humana. Outro destaque são as projeções e seus efeitos visuais capazes de transportar o público para um universo sombrio ou paradisíaco, dependendo da proposta. Soma-se um trabalho de figurinos e visagismo de classe, tornando toda a estrutura primorosa.
Os números de dança mostram o talento do elenco que compõe o espetáculo: Bailarinos-cantores-atores em ótima forma, em coreografias empolgantes e bem executadas. Aqui vale o destaque para “Thriller”, na qual mortos vivos sapateiam em uma coreografia explosiva (e ficamos aqui pensando como faz para aliar tantos saltos com uma voz limpa). E, de forma geral, o trabalho coreográfico (aliado a essa gente incrível) é um presente para os olhos.
A trilha sonora, toda ao vivo, traz uma qualidade instrumental completa, que atende todas as necessidades cênicas e caminha de mãos dadas com as performances dos artistas que soltam a voz no palco. Um trabalho extraordinário!
A direção de Diego Morais consegue executar um espetáculo à altura do clássico televisivo. Fluido, alegre e espirituoso, é uma opção de qualidade dentre as produções artísticas cariocas.
Um adendo importante é sobre o Teatro Riachuelo. Recém inaugurado comporta mais de mil expectadores em um espaço com infraestrutura de ponta e de muito bom gosto. Reforçando o valor da visita para prestigiar esse espetáculo inesquecível!
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