Emocionante, inteligente e transformador são três palavras que traduzem “A vida secreta de Walter Mitty”. Ele é a adaptação do conto escrito por James Thurber, em 1939. É o tipo de filme, que de uma forma muito especial, acaba acordando o espectador para a vida. É possível dizer que o longa é uma verdadeira declaração de amor à vida e uma jornada de redescobertas. Com uma narrativa, que envolve o público, e com um personagem principal que dá conta do recado, o filme consegue cumprir muito bem o seu papel.
Com a direção de Ben Stiller, “A vida secreta de Walter Mitty” não é mais um daqueles filmes que contam a história de fracassados que dão a volta por cima. Na verdade, ele consegue abordar um tema clichê de uma forma bem singular e sem cair na mesmice. Vale ressaltar que Ben Stiller também atuou no filme, dando vida a Walter Mitty. Mesmo acumulando essas duas funções, é possível dizer que o ator e diretor fez um ótimo trabalho. Aliás, a forma como ele construiu o personagem principal foi essencial para que o longa encantasse o público.
Ben Stiller ganhou a fama, ao longo do tempo, de ser um péssimo ator, mas nesse filme ele prova que é capaz de conduzir um papel de uma forma brilhante. No elenco também é possível ver nomes como: Kristen Wiig, Shirley MacLaine, Adam Scott, Sean Penn, Kathryn Hahn e entre outros.
A trama conta a história de Walter Mitty (Ben Stiller), um gerente de negativos da Revista Life, que leva uma vida pacata. A revista começa a passar por uma reformulação e, no meio disso tudo, Walter recebe uma carta de seu fotógrafo preferido com um rolo de negativos.
O longa retrata a jornada de redescoberta de Mitty explorando a fotografia de cada lugar que o personagem passa. O ponto alto do filme são as imagens das paisagens. São esses diversos cenários que contribuem para que o espectador se envolva ainda mais com a obra. As cores são responsáveis por dar um toque de beleza e elas conseguem aproveitar muito bem as paisagens. A paleta de cores evolui ao longo da história junto com a transformação de Walter Mitty, indo dos tons de cinza aos tons mais claros e iluminados. As outras participações Shirley MacLaine, Kathryn Hahn e Sean Penn ajudam a dar ritmo para que a trama não fique apenas contando a história de um homem solitário.
A trilha sonora é a melhor parte e tem um papel fundamental, fazendo com o espectador fique com vontade de pegar uma mochila e partir para uma viagem sem rumo. É através dela que a trama ganha vida e corpo. O longa tem como tema a canção “Space Oddity”, de David Bowie, que exemplifica o sentimento do personagem principal em sua jornada. Outra faixa importante é a suave e envolvente “Don’t Let It Pass”, da banda Junip. Os compositores da trilha são o Theodore Shapiro e o talentosíssimo José González. É ele o responsável pelas duas faixas mais sensacionais da trama a “Step Out” e “Stay Alive”. Com influências do folk, José González investe em uma suavidade e um violão acústico para dar um ar singular as suas composições. Todas as músicas contribuem para que o filme seja ainda mais inspirador e complementa aquilo que está sendo contado no longa. Com certeza, é o tipo de trilha que será escutada inúmeras vezes e que entrará para as listas das playlists preferidas.
“A Vida Secreta de Walter Mitty” é uma mistura de emoções. São momentos engraçados contrapostos a instantes de profunda reflexão sobre a incessante busca pela felicidade. É uma jornada que transforma aos poucos os personagens e também o espectador.
Por Larissa Marques
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