Já está disponível no streaming da Prime Video a serie “Detetive Alex Cross”, personagem egresso dos livros de James Patterson e com dois bons filmes protagonizados pelo grande Morgan Freeman nos filmes “Beijos que Matam” (1997), “Na Teia da Aranha” (2001) e posteriormente uma nova aparição no filme “A Sombra do Inimigo” (2012) protagonizado pelo ator Tyler Perry da série cinematográfica cômica de Medea.
Assim como Jack Reacher e Jack Ryan, Alex Cross é daqueles heróis da chamada “literatura de aeroporto”, livros que são verdadeiros best sellers e muito populares nos Estados Unidos e vejam só, agora todos os três tem séries na Prime Video.
Mas há algumas diferenças entre esses personagens: Jack Reacher é o militar gigante e casca grossa típico brucutu dos filmes de ação dos anos 80 e 90, porém dotado de inteligência e de um apurado dom de dedução; Jack Ryan é o espião anti James Bond, pacato, inteligente e obstinado chegou a se tornar presidente; e temos Alex Cross com Doutorado em Psicologia e versado em traçar perfis de seriais killers, agindo no FBI onde os caça com precisão e astúcia.
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Ou seja, perfis diferentes ao gosto do freguês e nesta nova série, Alex ainda está na fase intermediária de sua carreira, como policial das ruas de Whashington, com um parceiro e longe da fama alcançada pelos filmes dos atores anteriormente citados.
Aí reside a diferença dos filmes e do personagem, pois a série foi criada especialmente para a Prime Video e com um enredo inédito em comparação aos livros.
E esse detetive tem um ótimo adversário, um assassino milionário e manipulador que rapta pessoas para num fetiche doentio, transformá-las por meio de cirurgias plásticas e dentárias nos seus seriais killers americanos favoritos, executando-os exatamente como morreram na vida real.
É realmente perturbador, pois tudo segue com uma metodologia precisa e impactante, executada com frieza e devoção, cortesia do ator Ryan Eggold irritante na medida certa no papel, pois ele é a cara da impunidade que todo milionário parece ter atualmente na américa.
Voltando ao protagonista, Alex Cross é um personagem negro que na série é tanto respeitado como odiado na sua comunidade onde prefere morar, pois é tido como um “vendido” pelos seus pares simplesmente por fazer parte de uma força policial que oprime seus iguais.
Esse é um componente bastante importante na série, sua diversidade!
Há pessoas de diversas etnias, idades e classes sociais que compõe um verdadeiro mosaico como na vida real e que se prestam a descrever e fundamentar o mundo em que o detetive vive e a forma como tenta conviver com sua família composta pela avó e os dois filhos, já que o encontramos em pleno luto pela morte violenta de sua esposa há um ano atrás por um atirador que nunca foi encontrado pelo herói.
Esse luto parece a grande diferença dos os outros atores que interpretaram o Doutor Cross porque pareciam mais centrados, enquanto a interpretação Aldis Hodge é bem mais passional, inconstante e bem marrento, a ponto de comprar brigas com pessoas erradas e na hora errada, ao contrário do que um especialista em comportamento humano faria, mas aqui tem-se a desculpa do luto que ele se recusa a sentir.
De qualquer forma a série começa bem interessante e com bons cliffhangers nos finais dos episódios como em qualquer série episódicas que seguem uma só história, mas a obrigatoriedade de ter dez capítulos deixa alguns enfadonhos, arrastados e até repetitivos, pois há sempre mais uma traição, uma descoberta “genial” do herói na última hora ou alguma estupidez que pessoas treinadas não deveriam perpetrar, mas nada que impeça a diversão, pois parece fazer parte desse tipo de produto.
Quanto às atuações e claro evitando comparações, Aldis o novo Cross não é tão carismático, tem mais marra que charme e temos que esperar para ver como ele continuará interpretando o detetive na próxima temporada já confirmada.
Seu parceiro John Sampson interpretado como um personagem de filmes Blacksploitation por Isaiah Mustafa, é bem mais carismático assim como a Kayla Craig da atriz Alona Tal!
Inteligente, desbocada e grande aliada do herói, toda vez que aparece consegue equilibrar até a “dureza” de Aldis Hodge, é daquelas pessoas na série que (ainda) não idolatra os dons de Cross e o vence a maioria das discussões na base da ironia.
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O saldo geral é positivo e vamos aguardar se a próxima temporada será baseada em algum dos livros ou será uma história independente como essa, pois só de termos um herói diferente do habitual vale a pena acompanhar desde que claro, venha com as eventuais evoluções que a série requer.
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