Homenageando ícone da MPB, “Djavan, o Musical: Vidas Pra Contar” está em cartaz em turnê
“Djavan, o musical – Vidas pra contar” segue a linha clássica dos musicais biográficos ao traçar, com fidelidade e emoção, a trajetória de Djavan — da juventude em Maceió ao estrelato internacional. Com uma estrutura narrativa linear e foco nas passagens mais marcantes da vida do artista, o texto de Patricia Andrade e Rodrigo França combina cenas dramatizadas, números musicais e momentos de bastidores para contar a história de um dos maiores nomes da música brasileira. É uma homenagem que busca tanto informar quanto emocionar, amparada pela força das canções que marcaram gerações.
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A direção de João Fonseca é marcada pela segurança de quem domina com maestria a linguagem dos musicais biográficos. Com uma carreira consolidada nesse gênero, Fonseca já deu vida aos palcos às histórias de gigantes como Tim Maia, Cássia Eller, Cazuza e Tom Jobim, sempre equilibrando emoção, ritmo e autenticidade. Aqui, mais uma vez, ele conduz a narrativa com sensibilidade e precisão, criando passagens que fluem com naturalidade entre os momentos dramáticos e os números musicais. Sua direção valoriza tanto o carisma e a musicalidade de Djavan quanto a beleza de sua trajetória, resultando em um espetáculo envolvente, acessível e fiel ao espírito do artista homenageado.
Raphael Elias impressiona ao dar vida a Djavan com uma entrega vocal e cênica de notável precisão. Sua voz, extremamente semelhante à do cantor alagoano, é um dos grandes trunfos do espetáculo — há momentos em que, de olhos fechados, é impossível distinguir intérprete e homenageado. Mais do que imitação, Raphael alcança uma conexão profunda com o timbre, a suavidade e o balanço característicos de Djavan, recriando sua presença com tanta fidelidade que, por vezes, parece que estamos diante do próprio artista. Sua performance emociona não apenas pela técnica, mas pelo respeito e afeto evidentes em cada canção.
Cada integrante do elenco de Djavan, o musical – Vidas pra contar contribui com interpretações marcantes e cheias de verdade. Marcela Rodrigues brilha como Dona Virgínia, mãe de Djavan, transmitindo com delicadeza e força o amor e a proteção materna. Alexandre Mitre e Ester Freitas dão vida aos irmãos Djacir e Djanira, construindo uma relação familiar crível e tocante, cheia de cumplicidade e apoio mútuo. Eline Porto se destaca como Aparecida, a primeira esposa, trazendo sensibilidade e naturalidade a um papel fundamental na trajetória pessoal de Djavan. Douglas Netto, no papel do produtor musical João Mello, incorpora com carisma e segurança a figura que ajudou a moldar o som e o sucesso do cantor. Já Milton Filho, como Elegbara, o guia interior, acrescenta uma dimensão mística e poética ao espetáculo, simbolizando as forças espirituais que acompanham Djavan em sua jornada artística e pessoal.
Alguns dos momentos mais divertidos e surpreendentes do musical estão nas aparições de grandes nomes da MPB, interpretados com brilho por Aline Deluna (Maria Bethânia), Érika Affonso (Alcione), Gab Lara (Chico Buarque), Tom Karabachian (Caetano Veloso) e Walerie Gondim (Gal Costa). O quinteto arranca gargalhadas da plateia ao recriar com impressionante precisão os trejeitos, os timbres e os modos de falar desses ícones da música brasileira. Não se trata apenas de imitação, mas de um jogo cênico afiado, que brinca com a familiaridade do público com essas figuras e transforma cada entrada em cena num pequeno espetáculo à parte — hilário, afetuoso e cheio de talento.
A direção musical de João Viana e Fernando Nunes brilha ao conduzir as canções de Djavan com sensibilidade e precisão, respeitando a essência original das composições e, ao mesmo tempo, trazendo frescor e energia ao espetáculo. Os arranjos vocais de Jules Vandystadt enriquecem ainda mais a experiência, oferecendo harmonizações delicadas e sofisticadas que potencializam o impacto emocional das interpretações. Complementando esse trabalho primoroso, o design de som de João Paulo Pereira se destaca pela clareza e equilíbrio, garantindo uma qualidade sonora impecável que envolve o público e valoriza cada detalhe musical, transformando a apresentação em uma verdadeira imersão auditiva.
Já a direção de movimento de Marcia Rubin imprime fluidez e musicalidade às cenas, criando uma dinâmica cênica que acompanha com leveza o ritmo das canções e das emoções.
A excelência de Djavan, o musical – Vidas pra contar também se revela nos elementos visuais e estéticos que compõem o espetáculo. O cenário assinado por André Cortez tem como elemento central uma grande estrutura com janelas que se abrem e se transformam, revelando cenas e memórias com delicadeza e inteligência cênica. Essa arquitetura dinâmica permite que diferentes atmosferas surjam com fluidez, acompanhando o ritmo da narrativa e criando espaços simbólicos que evocam desde paisagens da juventude em Maceió até estúdios, palcos e encontros marcantes da vida de Djavan.
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Os figurinos de Karen Brusttolin traduzem com sensibilidade as diferentes fases da vida de Djavan e de seus interlocutores, equilibrando autenticidade e teatralidade com sutileza. O visagismo de Sidnei Oliveira contribui para caracterizações precisas, reforçando com discrição e inteligência a identidade de cada personagem. Cada detalhe contribui para uma encenação coesa, sensível e visualmente encantadora.
Com todos esses elementos reunidos — a música vibrante, as interpretações cativantes, o cuidado estético e a condução segura da narrativa — Djavan, o musical – Vidas pra contar se firma como uma homenagem grandiosa e afetuosa a um artista que transformou sua vivência em poesia sonora. Mais do que revisitar a trajetória de Djavan, o espetáculo convida o público a sentir a alma de suas canções, celebrando a beleza de uma obra que atravessa gerações com lirismo, inventividade e emoção genuína. É teatro musical feito com excelência e coração.
Imagem Destacada: Divulgação/Sympla Bileto

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