Longa baseado no livro de Collen Hoover é a 4a melhor estreia nas salas brasileiras em 2024
O longa “É Assim que Acaba“, uma adaptação cinematográfica do best-seller homônimo da autora Colleen Hoover, chegou às telas recentemente com bilheteria promissora: já são R$ 18,18 milhões.
É a quarta melhor estreia dos cinemas brasileiros segundo a consultoria Comscore. Nâo é para menos o filme estrelado por Blake Lively já tinha uma alta expectativa. Os fãs do livro aguardavam ansiosamente pela estreia.
Sobre o livro
Publicado em 2016, É Assim que Acaba rapidamente conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo, tornando-se um dos livros mais populares de Colleen Hoover. É o livro do ano e é o mais vendido da Amazon!
A história aborda temas complexos e sensíveis, como violência doméstica, relacionamentos abusivos e resiliência emocional.
Contém Spoilers
O enredo segue Lily Bloom (Blake Lively), uma jovem determinada que se muda para Boston para abrir sua própria floricultura. A narrativa se desenvolve a partir de sua relação com Ryle Kincaid (Justin Baldoni), um neurocirurgião com quem ela inicia um relacionamento apaixonado.
No entanto, à medida que a trama avança, Lily passa ser agredida por Riley, decide se separar, descobre uma gravidez e em paralelo reencontra Atlas (Brandon Sklenar), seu namorado da época de adolescência.
A partir disso temos a jornada da protagonista para de fato acabar com a violência. Afinal “É assim que acaba” é o fim do ciclo familiar de violência vivido pela autora que quis retratar a própria história.
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Autora de É assim que acaba se inspirou em história familiar
Hoover se inspirou na história da mãe para dar vida à Lily Bloom, segundo o Splash do UOL::
“Eu me lembro de escutar meu pai gritando, então espiei de trás do lençol bem no instante que ele pegou nossa televisão e a jogou em minha mãe, derrubando-a no chão. Ela se divorciou antes de eu completar três anos. Depois disso, toda lembrança que tenho de meu pai é boa. Ele nunca perdeu a cabeça comigo ou com as minhas irmãs, apesar de ter feito isso tantas vezes com minha mãe”, escreveu.
“Eu queria escrever algo realista relacionado à situação de minha mãe, que é uma situação enfrentada por muitas mulheres. Eu queria explorar o amor entre Lily e Ryle para sentir o que minha mãe sentiu quando teve de decidir se ia abandonar meu pai, um homem que ela amava do fundo do coração”.
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É Assim que Acaba mostra o ciclo da Violência Doméstica
A principal diferença do livro para o filme talvez esteja na percepção de Lily sobre a violência de Ryle. Enquanto no livro o questiona e ameaça deixá-lo, ao mesmo tempo duvida de si mesma ao questionar se não poderia ter sido um acidente.
Já no filme aos poucos se apercebe da situação e, apesar de buscar justificativas, aos poucos percebe que é vítima e a partir daí busca novas soluções.
O ponto em comum na percepção da violência sofrida por parte de Ryle é que em ambos os casos ela procura uma forma de negar os acontecimentos, como se isso a protegesse da necessidade de encarar a dura realidade de ser agredida por quem ama. É a fase negação do ciclo da violência doméstica conforme destaca o Instituto Maria da Penha:
“As mulheres que sofrem violência não falam sobre o problema por um misto de sentimentos: vergonha, medo, constrangimento. Os agressores, por sua vez, não raro, constroem uma autoimagem de parceiros perfeitos e bons pais, dificultando a revelação da violência pela mulher. Por isso, é inaceitável a ideia de que a mulher permanece na relação violenta por gostar de apanhar.”
Violência Doméstica é uma realidade brasileira
Embora o longa não seja ambientado no Brasil, faz uma contribuição para discutir sobre o tema. Afinal os números nacionais são alarmantes. A CNN Brasil citou que, segundo o Datajud, a base de dados do Conselho Nacional de Justiça:
- Entre janeiro e maio deste ano no Brasil, foram documentadas 380.735 ações judiciais, o que equivale a média superior a 2,5 mil novas ações judiciais por dia em todo o país.
- Os novos processos pesquisados são referentes aos crimes de violência doméstica contra a mulher, estupro, e feminicídio.
- Foram 318.514 casos de violência doméstica, 56.958 de estupro, e 5.263 de feminicídio em apenas cinco meses.
É Assim que acaba traz uma história com viés positivo, pois a protagonista é uma mulher em busca de parar de sofrer com a violência e ao mesmo tempo honrar a sua mãe, que não teve a mesma oportunidade.
Está em exibição nos cinemas e promete emocionar ainda mais pessoas
*Imagem Destacada: Divulgação/Sony Pictures
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