Devemos julgar um livro pela capa? A resposta pode ser provocativa, mas a Brasiliaris acredita que sim. Mais nova editora que planeja valorizar os clássicos, inclusive aqueles esquecidos, chega no mercado com promessa de outro olhar para atrair novos leitores.
Por tantas vezes já se discutiu as dificuldades do mercado e o perfil do leitor no país, e não por acaso as linhas de atuação são as mais diversas no Brasil, que, apesar da crença popular, segue crescendo na área.
Tentamos usar referências dos livros que sejam cruciais junto com elementos modernos. Vamos tirar aquela impressão das obras clássicas com capas simples que não chamam a atenção dos jovens, e que parecem ser desinteressantes
Rodrigo Aguirre, da Brasiliaris.
Pode ser verdade que não são poucos aqueles que lançam exemplares mais trabalhados, e isso corresponde a uma maneira de atrair adeptos à bibliofilia. Porém, no mesmo sentido, será que o leitor consegue se recordar de quantas edições de Orgulho e Preconceito viu serem lançadas nos últimos anos?
Como lançamentos garantidos estão títulos como “Casa Velha”, de Machado de Assis; “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá” de Lima Barreto; “A Bela Madame” de João do Rio; “O Fim do Mundo” de Joaquim Manuel Macedo; “Ânsia Eterna”, de Júlia Lopes de Almeida; “As Visões” de Santa Teresa do Francisco Mangabeira, e outros, o que acena para um acervo bem diverso meio a apostas que poderiam soar mais óbvias — e até superexploradas.
No ano em que são celebrados 160 anos de seu nascimento, buscamos mostrar a importância da escritora para a sociedade, organizando uma campanha nas redes sociais
Tomaz Adour, da Brasiliaris
O projeto, que visa editar mais de 300 clássicos, é uma iniciativa de Tomaz Adour e Rodrigo Aguirre, ambos da Editora Vermelho Marinho. Como bem recordam, a iniciativa passa invariavelmente pelo resgate de falas femininas, como as da escritora Julia Lopes de Almeida, uma das fundadoras da Academia Brasileira de Letras que, porém, não pôde ocupar uma cadeira por ser mulher.
Ainda mais ambicioso é a reedição de mais de 10 mil obras do século passado, incluindo o trabalho filológico de resgate de escritoras que usavam pseudônimos masculinos, estimados serem mais de 2 mil; apesar de tão importantes, deixados à margem da história.
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