Sábado, Rio de Janeiro e muita chuva. Normalmente, essa união significa ficar em casa e curtir um ótimo filme. Mas esse não foi o caso em relação ao dia de ontem, pois a cidade recebeu um dos shows mais aguardados do ano que, com certeza, ficará marcado na história dos cariocas e de qualquer outra pessoa que teve o prazer de estar, mesmo embaixo d’água, na praça da Apoteose.
Sir Elton John subiu ao palco para agraciar um público de diversas gerações e muitas partes do Brasil. Com direito a nobre abertura do astro estadunidense James Taylor, foi um presente para todos os fãs na passarela do samba.
O tempo ruim não foi suficiente para espantar a heterogênea (majoritariamente mais madura) plateia. Aos poucos a praça foi se transformando em um mar de gente – ou de carinhas de chuva – que não parava de encher. E debaixo de muita água fria, o público aguentou firme para então ter sua merecida recompensa.
James Taylor chegou com um pequeno atraso de 5 minutos – e todos agradecemos o compromisso com o público. Após abrir seu show fez um simpático discurso (EM PORTUGUÊS) narrando sua alegria por estar de volta ao Brasil depois de tantos anos. Explicou que, infelizmente, estava com seu dedo quebrado e, portanto, não poderia nos tocar sua guitarra. No entanto, deixou a responsabilidade com um substituto a altura: Michael Landau (considerado por muitos um dos melhores guitarristas do mundo). A apresentação de James correu encantadora e envolvente. Ao começar a se apresentar, um céu estrelado entrou também em cena e o acompanhou durante toda a primeira hora de seu show, e mesmo com a posterior chuva forte, o cantor e sua banda (que também estavam se molhando bastante) ofereceram uma linda experiência para todos.
Em aproximadamente uma hora e meia de show, apresentou sucessos de sua carreira como “Walking man” e “Sweet Baby James”, canções de outros artistas e novidades como “Today today today”. A qualidade dos arranjos era indiscutível! Com uma banda composta por músicos de longa estrada e talento, somando a equipamentos de ponta, o público recebeu som limpo e com muita propriedade.
O show de James Taylor mostrou aos presentes um cantor sensível, divertido e que esbanja simpatia. Sua hora e meia de apresentação trouxeram à Apoteose amor para encher e transbordar.
Então chegou a hora tão esperada da noite: como bom britânico, não só não se atrasou como subiu ao palco cerca de 15 minutos antes do esperado. Exatamente as 22h, Sir Elton John pisou em cena com um figurino belíssimo, de bom gosto e nada básico: todo de preto, suas calças de alfaiataria tinham nas laterais os mesmos cristais que revestiam seu blaser – que ainda tinham duas coroas bordadas próximo às abotoaduras e um Brasão com as letras “EJ” nas costas, tudo em dourado e, é claro, brilhando muito. Junto a sua banda composta por músicos “cabeças brancas” muito experientes, o muso apresentou um show entusiasmante.
Atacando com os muitos clássicos de sua carreira, como “Bennie and the Jets”, “Rocket man” e “Sad song” – entre tantos outros de tantas décadas de estrada – em grande parte foi acompanhado do coro dos devotos fãs. O show alternava canções para levantar o público com todo romantismo do cantor. Em meio a tanto deslumbre, “Your Song” veio como um abraço forte para lavar a alma junto com a resistente chuva. Desses momentos da vida em que sentimos uma emoção difícil de explicar fluindo uniforme em meio a uma multidão – comunhão!
Aproximadamente na metade de sua apresentação, Elton John teve seu momento solo… E que momento! Suas mãos nos levaram a passear em diversos lugares, em uma narrativa hora melancólica, hora eletrizante, por vezes romântica e também alegre. Em cerca de cinco minutos de solo instrumental guiou os presentes por um emaranhado de emoções que só mesmo a música pode despertar. Muito talento e carisma para um curto espaço de tempo.
O sistema de iluminação também foi um show a parte em diversos momentos por fazer da chuva uma forte aliada. Ver as gotas fatiadas pelos canhões de luz trouxe uma arrepiante sensação de sorte por estar podendo desfrutar daquele momento tão único.
Se essa de fato será a última visita do músico ao Brasil não sabemos. O que se sabe é que a experiência dessa noite foi mesmo inesquecível!
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