Ainda soa, em meu ouvido,
A melodia da tua voz reclamando o meu olhar.
Ainda vejo os teus olhos,
Fitando-me, como um caçador fita a sua presa,
Prescrutando os meus pensamentos.
O vento sopra meu cabelo,
Enquanto eu desfio entre sorrisos,
A desculpa que me levara até ali.
Teus gestos, por alto custo, contidos,
Tua mão segurando o teu desejo,
Como quem tenta conter o vento.
Tuas palavras dizendo o contrário
De tudo o que querias dizer.
O tempo era muito pequeno,
Mas era mais uma prova de amor.
Naquela tarde quente,
Venci tempo e distância pra chegar até você.
E tivemos tão pouco tempo pra ficarmos juntos.
Talvez você não fosse capaz de suportar por mais tempo.
A vontade de me tomar nos braços, como um menino,
Me encher de amor, de beijos, de carinho,
Sem se importar onde estávamos,
Abrindo a guarda, abandonando de vez a vigilância.
Foi tão rápido quanto um relâmpago,
Tão forte quanto inesquecível,
Quando nos separamos,
Encontrei, bem perto, um lugar lindo:
Árvores, sombras e vento fresco;
Um clima gostoso de intensa tranquilidade;
Como eu desejei que você pudesse estar ali.
Voltei pra casa com imagens suas
Passando em “slow motiom” na minha cabeça.
Nosso amor continuava sendo um encontro vocálico.
Entretanto, não era um ditongo, nem crescente, nem decrescente,
Como estes versos sem rimas,
Sem conseguir chegar a lugar algum.
Continuávamos como um hiato, um eterno hiato de amor,
Condenados a viver para sempre em sílabas separadas.
Por Ivo Crifar
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