Miguel Nader estará de volta aos palcos do Rio de Janeiro ao lado de Hermes Carpes, em uma única apresentação da peça “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, com o texto clássico de Plínio Marcos, que já foi adaptado para o cinema e teve diversas montagens diferentes para o teatro.
Atualmente, Miguel Nader está no ar com as reprises de “Cúmplices de Um Resgate”(SBT) e “Amor Sem Igual” (Record). Além disso, está em diversos trabalhos disponíveis na Amazon, Netflix, Globoplay, YouTube. O ator falou com a Woo! Magazine sobre o espetáculo, sua carreira e projetos futuros.
Confira a entrevista:
Amanda Moura: Você já passou pelo teatro, TV, filmes e até trabalhos direcionados para o público infantil. Você acha que ter a chance de interpretar personagens para públicos tão diferentes é o grande barato de ser ator?
Miguel Nader: O grande barato é poder tá sempre trabalhando. Sou um privilegiado. Agora o curioso é que pela a idade da pessoa que me aborda, eu sei de qual trabalho ela me conhece, se lembra de mim.
A.M.: Seus personagens de “Cúmplices de um Resgate” e “Detetives do Prédio Azul” ganharam bastante destaque. Você tem interesse em mais projetos para o público infantil?
M.N.: Tenho. Devido a isso acabei montando um espetáculo infantil “Cúmplices do riso”, em parceria com o Palhaço Xulipa. Junto com o ator Ricardo Lyra Jr, abri um curso de Teatro para crianças, além já de outros trabalhos que realizei voltado ao público infantil. Muitas portas se Abriram a partir disso. Quando fiz um show no Ibirapuera e tinham 10 mil pessoas por sessão no Ginásio e todas gritando o nome do seu personagem, é de arrepiar. Nunca imaginei que um dia passaria por isso.
A.M.: Falando um pouco sobre cinema, como foi interpretar Rômulo no filme de suspense “Atração de Risco”?
M.N.: Foi um processo difícil. Filme feito na raça. O resultado ficou honesto, mas sinto que faltaram alguns detalhes. Valeu a experiência.
A.M.: O humor é também outro grande destaque na sua carreira. Atualmente, uns defendem o humor sem limites e outros que é preciso cautela com certos assuntos. Você acha que é possível encontrar equilíbrio no humor para evitar uma piada sem graça?
M.N. Se a piada é sem graça, é aconselhável evitar [risos]. Humor é pra ser engraçado. O equilíbrio é bem vindo em qualquer lugar. E esse equilíbrio tem valer pra todos os lados.
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A.M.: Você interpretou o Rei Birsa de Gomorra na novela Gênesis, da TV Record. Como foi a experiência de participar de uma produção épica, que retrata uma época tão distante?
M.N.: Engraçado que a época é distante e a história tão próxima. Contar uma história conhecida por todos e manter o frescor, interesse do público… É uma tarefa nada fácil. Foi uma participação breve, pois não quiseram e nem podiam retratar o que foi Sodoma e Gomorra. Acho que o público ficaria escandalizado [risos].
Foi minha primeira novela Bíblica e precisei estudar bastante. O interessante é que tínhamos farto material de pesquisa.
A.M.: E você está na peça “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de Plínio Marcos e um dos grandes clássicos do teatro Brasileiro. Como é estar numa peça de alta relevância social como essa?
M.N.: Não é sempre que temos oportunidade de fazer um clássico. É a sensação que subimos mais um degrau.
A.M.: Os dois personagens, Tonho e Paco, são antagônicos embora compartilhem a mesma realidade social. Em que aspectos você acha que Tonho se distancia de Paco?
M.N.: Tonho tem um sonho. Ele acredita que vai vencer na vida. Já o Paco, não!
A.M.: Para finalizar, como estão os próximos projetos? Já tem alguma coisa que pode contar pra nós?
Acabei de rodar o filme “Biônicos” para a Netflix e também o Especial do “Vai que Cola”, a série “Bugados” no Gloob. Participando em alguns festivais com o filme “Sayonara”, rendendo elogios e prêmios. E em preparação para a série “DNA do crime”.
Sinopse de “Dois Perdidos Numa Noite Suja”:
O texto é inspirado no conto “O Terror de Roma” do escritor italiano Alberto Moravia. Paco e Tonho dividem um quarto numa hospedaria barata e durante o dia trabalham como carregadores no mercado. Todas as cenas se passam no quarto durante as noites. As personagens discutem sobre suas vidas, trabalho e perspectivas, mantendo uma relação conflituosa. O tema da marginalidade permeia todo o texto. Tonho se lamenta constantemente por não possuir um par de sapatos decente, fato ao qual atribui sua condição de pobreza. Ele inveja Paco que possui um bom par de sapatos e este, por sua vez, vive a provocar Tonho chamando-o de homossexual ao mesmo tempo que o considera como um parceiro. Paco, que já havia trabalhado como flautista, certa noite teve sua flauta roubada quando estava muito embriagado, entorpecido. No final, na tentativa de melhorar suas vidas, ambos são compelidos à realização de um ato que modificará radicalmente suas vidas.
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