Na minissérie Eric que estreou em 30 de maio na Netflix, o astro Benedict Cumberbatch interpreta Vincent, criador e manipulador de um boneco que é o principal personagem de um programa matinal da Tv de grande sucesso em Nova York.
Mal humorado, irascível, no limite do alcoolismo e tóxico no trato com sua família composta por sua esposa Cassie e seu filho, o sensível Edgar que cria um boneco, o monstro Eric, para lidar com sua rotina e apresentar ao seu pai na esperança que Vincent o utilize em seu show, constantemente ameaçado pela exigência de manutenção e aumento de audiência.
Em um dia após mais uma noite conturbada em sua casa, o garoto Edgar desaparece a caminho da escola, e seus pais começam uma corrida desesperada para acha-lo e trazê-lo de volta para casa.
O que começa como uma séria relativamente comum de desaparecimento, vai se desenvolvendo em capítulos cada vez mais perturbadores com algumas pistas falsas pelos episódios e uma pitada inusitada de fábula: Eric, o monstro criado por Edgar, começa a andar lado a lado e a dialogar com Vincent, cobrando-o de suas atitudes tóxicas com sua família e perturbando ainda mais a mente já atribulada de um pai numa procura desesperada pelo filho desaparecido.
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Interpretar homens com personalidades difíceis e egocêntricos (para não escrever babacas) tem sido a especialidade de Cumberbatch, vide seus papéis em Doutor Estranho na franquia da toda poderosa Marvel Studios e nas séries Patrick Melrose e Sherlock Holmes, mas nesse caso e com esse personagem, há camadas de raiva, desespero, frustração e traumas que por ser um pai e não estar lutando somente por sua sanidade, faz a toda diferença.
O período da série é nos efervescentes anos 80, especificamente em 1985, em que a violência, o consumo de drogas, a epidemia de AIDS e a especulação imobiliária nas periferias estavam em alta, causando grande comoção e agitação social, o que é demonstrado durante toda minissérie.
Nessa metrópole caótica, perfeitamente representada pela excelente direção de arte e fotografada de forma meio onírica, é que Vincent se aventura a procurar seu filho, lado a lado do monstro Eric, que se torna seu companheiro e com quem ele conversa inclusive na frente de outras pessoas, explicitando o desmanchar da sua mente que no decorrer dos episódios, descobrimos os motivos dos traumas causados pelos seus pais riquíssimos, ausentes e esnobes (para não escrever desprezíveis).
O que exemplifica pela arte, que é impressionante como infelizmente alguns seres humanos não aprendem nada com os erros dos seus pais.
Há outro personagem também muito interessante de se acompanhar, o detetive Michael Ledroit.
Negro, gay e com um companheiro nos últimos estágios da AIDS, é um policial íntegro, incorruptível e o único que está realmente interessado em resolver o sequestro de Edgar e de outro garoto desaparecido, cuja mãe não desiste e não dá folga a ele nem à polícia de Nova York.
Um tour de force do ator McKinley Belcher III, que merece ser apreciado tanto quanto Gaby Hoffman, que interpreta a abnegada mãe do Edgar e até certo, paciente esposa de Vincent.
Após uma epifania, Vincent lança uma cartada desesperada para tentar atrair Edgar enquanto seus vícios cobram o preço da sua mente cada vez mais delirante e corre-se contra o tempo para localizar seu filho.
A série começa de forma intrigante, trazendo uma fábula perversa de assuntos pesados como corrupção policial e política, saúde mental, trhiller psicológico e claro drama, mas infelizmente no decorrer dos seis episódios se torna um pouco repetitiva pela performance citada de Cumberbatch, porém no final retorna com a emoção que uma história bem contada e com bons personagens merece para ser encerrada.
Uma inusitada, mas recompensadora experiência que vale a pena conhecer.
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Boa, vou assistir
Hoje eu vou assistir e depois volto para falar o que achei
Roberto Rezende fez um trabalho excepcional ao escrever a sinopse da minissérie “Eric”. Sua descrição é envolvente e detalhada, oferecendo uma visão clara e intrigante da trama.
A maneira como ele descreve a interação entre Vincent e o monstro Eric, bem como a deterioração mental de Vincent, é particularmente impressionante, dando aos leitores uma boa noção do tom perturbador e intrigante da série.
Em suma, a sinopse de Roberto Rezende é cativante e eficaz, instigando o interesse do público e preparando o terreno para uma experiência televisiva intensa e emocionalmente carregada. Sua habilidade em sintetizar os elementos complexos da série em uma sinopse envolvente demonstra seu talento como escritor.