Quando futebol e música se torna uma grande festa
Estamos vivendo a “Copa do mundo de Catar”, o espetáculo já vem sendo transmitido para todo o mundo e mexe com diversos setores, além do campeonato. Em meio as partidas bombam também os games “FIFA23”, pessoas compram pacotes para prestigiar suas equipes em campo, artistas se inspiram no torneio ou jogadores e une futebol e música para criar suas obras e muitos outros negócios são fechados visando o lucro durante esse período. Tudo ao mesmo tempo.
O maior torneio do esporte, que movimenta as artes de uma maneira geral, também influencia outros mercados como o das apostas. Este ano a Midnite, plataforma dedicada às apostas online, viu crescer o número de apostadores interessados na Copa do Catar. Assim também como outros mercados que incluem games, comércio e viagens aumentaram as vendas de artigos relacionados ao torneio.
A música, é claro, não poderia estar de fora. Afinal, o futebol está para a música como a corda para as canecas de eventos. Além disso, em qualquer cantinho que role aquela pelada, num jogo decisivo ou no campeonato mundial, a música sempre está presente. Seja nos versos de algum cantor, seja no batuque propiciado pelos próprios atletas. E como era de se esperar, o esporte da bola serviu de tema para várias músicas, como a que Zeca Pagodinho acaba de lançar em parceria com a Brahma.
A canção na verdade é uma nova versão de “Waka Waka”, de Shakira, e chega ao público em um feat do cantor com Tierry e Bárbara Labres. Combinando vários ritmos brasileiros como funk, piseiro, arrocha, Zeca tenta emplacar “Waka Brahma” como música da copa no Brasil. Em seus versos, um emaranhado de frases prontas que não espera muito, apenas embalar um possível hexa.
Em todas as copas a FIFA escolhe seu tema principal e este ano não será diferente. Teremos uma trilha sonora com vários cantores e que incluem as músicas “Hayya Hayya” (na vozes de Trinidad Cardona, Davido e AISHA), “Light The Sky” (nas vozes de Nora Fatehi e Manal), e outras. Mas as músicas sobre futebol não se resumem apenas ao campeonato realizado de quatro em quatro anos.
Algumas músicas sobre futebol se tornaram célebres como, por exemplo, “Meio de campo” de Gilberto Gil, lançada em 1973 no álbum Cidade do Salvador. A música foi cantada inicialmente por Elis Regina, e é uma homenagem ao ex-jogador Afonsinho, primeiro jogador brasileiro a ter direito ao passe livre através da justiça. Nos versos de Gil, um alô ao atleta e para outros atletas como Pelé e Tostão, importantes nomes na conquista da Copa de 70:
“E eu não sou Pelé nem nada, Se muito for, eu sou Tostão. Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão”.
Chico Buarque, que em suas horas vagas nunca dispensou uma pelada, também prestou uma homenagem em “O Futebol”. Na letra o compositor destrincha toda a poesia dos passes de Mané Garrincha, Didi, Pagão e Canhoteiro, jogadores brasileiros da década de 70. Seus versos soam como poesia: “Se eu fosse o Rei / Para tirar efeito igual ao jogador / Qual compositor / Para aplicar uma firula exata, que pintor / Para emplacar em que pinacoteca, nega / Pintura mais fundamental / Que um chute a gol / Com precisão de flecha e folha seca”.
Torcedor do Flamengo, Jorge Benjor demonstrou sua paixão em “Fio Maravilha”, música que fez para João Batista de Sales. Conhecido como Fio Maravilha, o ex-atacante do Flamengo era especializado em fazer gols de placa. Em seus versos, Benjor lembra a torcida:
“Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa / Que a galera, agradecida, se encantava / Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa / Que a galera, agradecida, se encantava”.
Mais tarde, Fio Maravilha colocou Benjor na justiça por causa da música. Magoado, Benjor continuou a cantar seus versos nos shows, mas falando “Filho Maravilha”.
Nem só de clássicos se faz presente o tema. Quem nunca gritou a plenos pulmões “Uma partida de futebol”, do Skank? Escrita por José Fernando e Samuel Rosa, sendo o último um ávido torcedor do Cruzeiro, a letra relembra o quanto é bom assistir a uma partida de futebol, sobretudo quando seu time ganha: “A chuteira veste o pé descalço / O tapete da realeza é verde / Olhando para bola eu vejo o sol / Está rolando agora, é uma partida de futebol” e, afinal, quem nunca sonhou em ser jogador de futebol?
Atualmente o funk é muito presente tanto nas rodas quanto entre os próprios jogadores. E não faltam músicas neste ritmo. “Manto do Timão”, de MC Hariel, MC Ryan SP e MC Kevin faz uma referência à camisa do Corinthians, que possui uma das maiores torcidas do Brasil. Seus versos lembram gritos de guerra ouvidos em qualquer estádio: “Manto do timão, tô chavão, tô chavão, né? / Vou te explanando a visão no pião de a pé / Vivenciei situação, tô firmão, né? / Gavião no rasante, loco é nóis, muita fé”.
Futebol e música é uma combinação tão genuína quanto antiga, e a união das duas é tão intrínseca que fica difícil enxergar uma sem o outro. Para quem pergunta qual a arte do futebol, adiantamos que ela mora nos passes, nos dribles, no toque de brilhantismo que víamos em atletas como Garrincha, Pelé, Rivelino, Romário e que se tornaram eternas no imaginário popular.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.