Prime Video lança “G20” direto em seu streaming, filme de ação com a Grande Estrela
Desde que o policial John McClane (interpretado pelo astro recém-aposentado Bruce Willis) ficou encurralado, teve que lutar pela sua vida e dos reféns no prédio Nakatomi Plaza (na verdade os escritórios do estúdio da antiga Fox) contra (supostos) terroristas no filme “Duro de Matar“ (1988), o cinema de ação nunca mais foi o mesmo e, agora, é a vez da grande e multi-premiada Viola Davis ser a dura de matar nos tempos atuais.
Aos heróis invencíveis que à época do anos 80 reinavam nas bilheteiras com sucessos milionários como Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone e, vá lá, Chuck Norris, “Duro de Matar” trazia um herói de ação que realmente se machucava, errava, acertava, tinha medo de morrer e na maioria das vezes era mais esperto do que “poderoso”, e isso causou um impacto tão grande que até hoje esse conceito é imitado desde produções modestas até diversos blockbusters em que pessoas são sequestradas, confinadas em um espaço único, sem muitas saídas e somente um personagem abnegado e heroico é capaz de salvar essas vidas e o dia.
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Todo esse contexto para apresentar “G20” como um novo pretendente de peso ao sucesso no streaming da Prime Video, lançado nesta 6ª feira em que a mega estrela e multi-premiada Viola Davis é uma presidente americana em maus lençóis políticos que, na cúpula das vinte maiores economias do mundo, tenta contra tudo e (quase) todos salvar os líderes mundiais e sua própria família do terrível terrorista (?) interpretado com caretas maníacas pelo ator Anthony Starr (“prata da casa” e o terrível Capitão Pátria da série “The Boys”, da própria Prime).

Ex-militar e heroína de guerra, a presidente Danielle Sutton está tentando emplacar um programa mundial contra fome na convenção mundial em um hotel paradisíaco na África do Sul, que é atacado por outro ex-militar, mas australiano, que deseja os dados dos componentes do G20 para um mirabolante plano de desestabilização da economia mundial usando fakenews cibernéticas e deepfake de todos os líderes.
Por mais divertida que essa premissa seja e tenha em Viola uma excelente atriz que traz dignidade não importa a qual papel interprete, além dela, o filme não tem nada que realmente se destaque.
Temos muitas situações já vistas em quase todos os filmes do gênero e os problemas nem são tanto os clichês, mas sim conseguir adivinhar cada passo do roteiro como se pela memória, claro, de quem assiste a muitos filmes, tivesse sido escrito pelos próprios espectadores.
Estão lá as cenas e personagens que no começo são um problema e lá na frente serão a solução, a crueldade exagerada do vilão, as reviravoltas e traições que são telegrafadas à distância e nenhuma cena de ação minimamente memorável ou efeitos especiais que impressionem nos momentos de violência, pelo contrário, não é bem filmado e são só corpos ao chão após a avalanche de destruição da presidente e heroína.
Há alguns pequenos destaques como Ramón Rodriguez, um comediante mas num papel sólido como um segurança obstinado, e Anthony Anderson também versado principalmente na comédia, mas contido e eficiente como o primeiro-cavalheiro, esposo da presidente.
E mesmo que tenhamos essa força da natureza chamada Viola Davis e o filme tenha alguns momentos de tensão, é impressionante as oportunidades desperdiçadas que, se não fosse para elevar um filme de ação ao erudito, poderiam lhe dar um verniz mais interessante, como a questão das vinte maiores economias estarem discutindo a situação da fome, pois nem o projeto é apresentado de forma acertada.
A questão do uso do deepfake e fakenews deveria ter um pouco mais de desenvolvimento, pois é algo que faz parte da atual política mundial, mas no roteiro é só um mcguffin (dispositivo de roteiro que impulsiona a ação dos personagens e a trama de uma história, um objeto, evento, ou personagem que é motivador, mas não é essencial), gerando um contexto sem um mínimo de envolvimento que pudesse até engajar quem tivesse o interesse de imaginar uma situação em que essas ferramentas digitais possam ser usadas de forma bem mais efetiva contra os ditos poderosos, mas que as pessoas e autoridades que vivem naquele mundo são postas como totalmente ingênuas e despreparadas a esse fenômeno que é normal hoje em dia… E ainda tem a velha pataquada patriota americana e típica, pois claro, é um produto específico.
Há pessoas que vão gostar muito de “G20”, a fisicalidade de Viola Davis já vista em “A Mulher Rei” (2022) é algo positivo, utilizando armas, metralhadoras e lutas corpo a corpo, mas são tantos cortes, tantas lutas no escuro ou difusas que nem isso nesse filme se pôde aproveitar.
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Estrelas e astros podem e devem usar à vontade essa premissa de exército de uma pessoa só e é divertido, porém seria melhor que pudessem colocar algo a mais, e nem precisa ser complexo, mas simples como o clássico de Bruce Willis e do diretor John McTiernan, que até hoje não foi superado e ainda tem algo a ensinar ao cinema de ação.
Imagem Destacada: Divulgação/Prime Video

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