No último sábado (28/01) aconteceu a segunda noite do “Queremos! Tropical”, na varanda do Vivo Rio. Depois de Liniker e Os Caramelows, comentado pela colaboradora Júlia Cruz, que também estive presente, chegou a vez da curitibana Karol Conka dar o ar da graça numa noite marcada de sucessos, poder e, claro, muita ferveção, afinal o calor do Rio de Janeiro não é para qualquer um.
Já ouviram falar do filme “Onde Os Fracos Não Tem Vez”? Então, essa expressão usada como título da produção serve perfeitamente para descrever o que foi e o que é o show da Conka. Pessoas mentalmente fracas, que não apoiam e/ou não acreditam nos movimentos contra o machismo, o sexismo, a homofobia e o racismo, não tem e não terão vez mesmo, ficando no chão com o empoderamento da rapper.
Para quem não a conhece (o que não vamos discutir, mesmo achando um absurdo), aos 30 anos, Karoline dos Santos de Oliveira, é uma das principais, senão a principal, representante feminina do rap nacional. A curitibana que ganhou um concurso de Rap de sua escola, começou a carreira lançando suas músicas na rede social MySpace. Em 2011 lançou oficialmente seu primeiro single, “Boa Noite”, e em 2013 o seu primeiro álbum “Batuk Freak”. De lá pra cá foi emplacando um sucesso atrás do outro e, mesmo sem lançar um novo projeto há mais de três anos, ela continua na mídia lançando músicas novas e clipes que dialogam diretamente com o seu público já cativo.
Antes de Conká subir ao palco, a noite começou ao som da DJ Bruna Strait, com cachos platinados, um look bem “glow glamm” e muita simpatia, que animou a pista aquecendo os corpos de quem ali estavam presentes. Já após o show, foi a vez do DJ Jimmy Jay assumir as picapes e manter o clima irreverente da festa, tocando um pouco de tudo e resgatando, no fundo do baú, algumas músicas de Pop e R&B que todo mundo curte cantar e dançar.
Voltando as atenções para nossa estrela, já era quase meia-noite quando Karol Conká subiu ao palco, acompanhada pelo DJ Radio, ao som de “É o Poder”, que foi ecoada aos quatro ventos pelo público fervoroso que a aguardava. Cheia de swing e simpatia, ela cantou vários sucessos de seu álbum como “Corre, Corre Erê”, “Gueto Ao Luxo”, “Gandaia”, “Bate a Poeira” e “Boa Noite”, além do single “Lista VIP”, feito em parceria com o DJ Boss In Drama, sempre acompanhada pelas as inúmeras vozes que traziam as letras na ponta da língua.
Para quem conhece seu som, sabe muito bem que suas composições estão diretamente ligadas a sua vivencia sendo mulher e negra. Sem perder o bom humor, as músicas são muito animadas e servem como uma espécie de “presta atenção que o recado tá dado”. Além de sua presença natural, ela ainda se diverte durante as execução de suas canções e apresentou trechos de duas novas músicas que estarão em seu novo álbum de estúdio a ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano. A primeira foi “Farofei” que segue bem a linha de ironia sobre a burguesia brasileira, dizendo o quanto pode ser feliz com as coisas mais simples. Já em “La La La”, ela aborda a necessidade de se fazer corretamente, leia-se ‘bem feito’, o sexo oral nas mulheres. Afinal, hoje tem muito ator pra pouca ação.
https://www.youtube.com/watch?v=vhbR_DGglBU
E nesse quesito, de expor, impor e esclarecer suas vontades e a sua realidade como mulher, em determinado momento, ela pega uma capa preta dizendo curte usar capas porque se sente meio gangster e ri. Nessa hora, começa uma sequência de músicas com um teor de empoderamento feminino absurdo, deixando o público ensandecido. “Você Não Vai” e “100% Feminista”, feita em parceria com a funkeira MC Carol, que já citamos em nosso MixTape, cai como uma luva para o momento e mais uma vez: O recado tá dado!
O show conta ainda com alguns momentos de descontração. Segundo Karol, ela não tem bailarinos porque ela gosta de chamar os fãs para subirem ao palco para dançarem com ela, e de fato aconteceu. Primeiro chamou duas pessoas do público, que mais tarde ela revelou ser dois fãs que a acompanham sempre, desde o inicio da carreira, e fizeram um momento Beyoncé. Dançando com eles e fazendo um “Lipsync of Your Life”, mas sem toda a pressão que a frase tem para quem conhece RuPaul, de “Sorry” (se não me engano), da Beyoncé. Ela aproveitou para agradecer o carinho recebido e, em outro momento, foi a vez de um outro fã dançar com ela ao som de “Toda Doida”, indo até o chão.
Outros momentos do show que não poderia deixar de citar, foi quando a Karol parou de costas para um dos assistentes, para que ele pudesse arrumar seu retorno, ao som de “Work“, da Rihanna com o Drake, e ficou rebolando enquanto o público se divertia em ver o sensual seduction alá Conka. Outra hora divertidíssima foi ao dizer que adora pegar nos peitos e balança-los, que no final dos shows chega a ficar com dores, mas, segundo ela, como os rappers pegam muito nas ‘bolas’, as dela ficam em cima.
Infelizmente o que é bom, uma hora acaba, e o show ia chegando ao fim. Com quase 1h2o de apresentação, pulando, cantando e suando muito, a “Alma de Purpurina” (frase escrita em seu short), vai apresentando as últimas canções. Não podemos negar que a música “Sandália” fez muita falta no repertório da noite mas, tudo bem, a gente releva. Com “Tombei” Karol encerra o show de suas músicas e antes que pedissem o famoso bis ela veio e literalmente terminou de tombar com o cover de “Back To Black”, da Amy Winehouse. Depois de uma noite dessa só podemos dizer: Lacradora! Queremos mais Karol Conka!
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muito bom o seu artigo
Oi Janetre, agradeço o elogio e a leitura. Beijos