No dia 19 de dezembro de 2022, aconteceu a primeira edição do Knotfest Brasil, festival criado pela banda Slipknot, dedicado a reunir artistas e bandas do metal. Eu estive lá como público e já estou ansiosa para a próxima edição. Mas, passado o êxtase da experiência, deu para refletir sobre o que queremos (ou não) na edição de 2023, que já está confirmada:
Um Line-Up tão bom quanto o de 2022
A escolha das bandas foi, com toda certeza, o ponto alto do festival, que as distribuiu em dois palcos. No Carnival Stage passaram por lá Oitão + Jimmy & Rats, Trivium, Sepultura, Pantera e Judas Priest. Já no Knotstage tivemos Black Pantera, Project46, Vended, Mr. Bungle, Bring Me the Horizon e, é claro, Slipknot fechando o festival.
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Todos os shows que assisti foram incríveis! Não consegui assistir todos, por motivos alheios à minha vontade, mas a opinião geral das pessoas é que ninguém fez um show ruim. Para quem curte um som pesado, a organização conseguiu dar espaço para bandas brasileiras, artistas consagrados e também bandas que estão no auge, caso de Bring Me The Horizon, Black Pantera, Trivium e os anfitriões do Slipknot. Queremos mais!
Pontualidade dos shows e horário de encerramento do evento

A pontualidade dos artistas na hora de subir ao palco foi impressionante. Isso demonstra o carinho dos artistas e da produção com o público, que chegou ao sambódromo bem cedo num dia de muito calor para curtir o evento. Toda essa organização fez com que o festival terminasse cedo, pouco antes das 23h. Isso com toda certeza facilitou o retorno para casa para quem optou pelo transporte público. Além disso, como o evento aconteceu num domingo, ainda deu para se recuperar (minimamente) da maratona de shows para voltar ao trabalho na segunda-feira.
Vida longa ao sistema de pagamento unificado
Quem já foi ao Rock in Rio alguma vez sabe que talvez o maior perrengue do festival seja a dificuldade para pagar por comida e bebida no evento. Os organizadores do Knotfest Brasil adotaram um esquema de cartão recarregável aceito em todos os lugares que vendiam comida e bebida, inclusive pelos ambulantes que vendiam a cerveja no meio do público. Se acabasse o crédito, era só carregar mais com cartão de crédito, débito ou dinheiro. O cartão tinha uma tarifa de 7,00 que era devolvida ao final do evento ou trocada por um copo de água. E ainda tem mais: no meu caso sobrou dinheiro e bastou pedir o reembolso seguindo as instruções no verso do cartão. Amei!
As boas opções de comida
Talvez tenha sido o festival mais democrático que já fui no quesito alimentação. Tinha pastel, empanada, batata-frita, pizza a preços bem honestos para um festival. Experimentei o pastel de queijo pelo valor de 12,00, nada muito diferente do valor pago na feira livre do meu bairro. Contudo, se você é um pouco mais seletivo e tem mais grana para gastar, as opções gourmet eram bem interessantes também. A única ressalva que faço é pela marca de cerveja escolhida pelo festival, que não justifica os 15,00 cobrados pelo pint. Sorte que estava calor e ela estava gelada.
Mais atenção aos banheiros químicos
O banheiro é sempre um tema sensível em grandes festivais. O Sambódromo do Anhembi tem os banheiros fixos, mas acertadamente a organização colocou muitos banheiros químicos à disposição das 45.000 pessoas que estiveram lá no Knotfest Brasil. O banheiro químico não tem conforto, espelho e outras coisas que fariam as pessoas levarem mais tempo que o necessário. Então nunca tinha fila. No entanto, como já sabemos, a limpeza simplesmente não acontecia e em pouco tempo já estava muito ruim. Além disso, a pia para lavar as mãos não tinha sabonete e muito menos como enxugar as mãos.
Nos banheiros do Sambódromo, muitas filas já na metade do evento. A produção precisa investir mais na limpeza, afinal, estamos saindo de uma pandemia de COVID-19 e acho que deu para aprender bastante coisa sobre higiene das mãos com ela.
Entrada mais ágil no festival e melhor organização do espaço
A coisa que mais precisa melhorar na edição deste ano é, sem dúvida alguma, o esquema de entrada no evento. A abertura dos portões foi marcada para às 10:30 da manhã, com o primeiro show, da Banda Black Pantera, começando às 11:00. É claro que isso não tinha como dar certo. Cheguei ao sambódromo às 10:00 e a fila já dava voltas. Motivo: o público geral só acessava o festival por um único portão.

O show começou e eu ainda estava na fila, sem saber se estava no começo ou no meio dela. Não tinha ninguém orientando, o trânsito não estava fechado e tivemos que batalhar o espaço junto aos carros. Conforme passava o tempo, já nem sabia se conseguiria estar no show do Trivium. Após 2h15 minutos intermináveis na fila, enfim consegui entrar, encontrar um amigo e curtir Matt Heafy e cia quebrando tudo.
Outro ponto que precisa de ajustes é a organização do espaço. Os dois palcos se localizavam em lados opostos do Sambódromo e bem distantes um do outro, o que dificultava o deslocamento entre eles, principalmente porque o intervalo médio entre um show e outro era de 15 minutos. Além disso, no meio da caminho estavam os food trucks com filas que atravessavam a pista, dificultando ainda mais o fluxo de pessoas. Isso precisa melhorar muito.
Informações mais precisas e divulgadas com antecedência
Eu entendo, de verdade, como deve ter sido difícil planejar um festival como esse nos tempos em que vivemos. Teve adiamento por dois anos por conta da pandemia de COVID-19, cancelamento de artistas, e uma final de Copa do Mundo acontecendo na mesma data marcada para o evento. Sei que isso tudo influencia muito na liberação das informações, porém, algumas são básicas demais e precisam ser divulgadas com mais antecedência.

As informações sobre o que era permitido ou não levar só foram divulgadas faltando 10 dias para o evento. Os horários dos shows saíram há 3 dias do festival, e o mapa do evento, na véspera. Não tinha guarda-volumes e nenhuma informação sobre isso foi divulgada. O método de pagamento, que foi excelente, também não foi explicado para o público com clareza. Para quem veio de outro estado, como eu, essas informações eram essenciais para o planejamento. Tenho certeza que esse ano as coisas serão mais fáceis, e a organização terá mais tranquilidade para trazer para nós um festival ainda melhor que o de 2022.
Por fim, quero parabenizar a organização do festival e também o público presente pela excelente primeira edição do Knotfest Brasil. O meu objetivo com os elogios e críticas é contribuir para um festival ainda melhor em 2023.
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