Lollapalooza 2024 | SZA faz show engessado mas irretocável

SZA apresenta show protocolar, mas faz bonito no Lollapalooza

Cantora, compositora, e ainda ficwriter nas horas vagas, SZA traz show muito bem cronometrado para não deixar fã passando vontade, mas peca pela previsibilidade. A americana comandou o fim da última noite de apresentações no Palco Budweiser, no Lollapalooza 2024, e esse é um pouco de como foi seu show.

Fiz tudo por amor

Da cantora que consegue fazer até uma esquete no Saturday Night Live render um superhit órfão de status de oficialidade nas plataformas, SZA é uma inquestionável máquina de hits, sem ao menos aparentar fazer muito esforço, não há quem questione — sem estar despido da sanidade — que seu nome combine tão bem com o nome do festival, embora muito bem poderia estar no palco principal do Rock in Rio.

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Com o status de multigrammyada, mais do que nunca a estadunidense sabe a que veio e que sua presença de palco e, evidentemente, a voz, sustentam uma performance por duas horas de se fazer amém. O que se viu, no entanto, foi uma versão menos potente dos seus completos, o que é mesmo de se esperar, mas insere uma artista de seu calibre na monotonia e traz pouco espaço para inventividade.

Saindo do roteiro, entre aspas, senão para mandar beijos aos brasileiros, a surpresa da noite ficou pelos arranjos de samba que trouxe na apresentação de “Kiss Me More”, parceria com Doja Cat. Seria repetitivo dizer que “Kill Bill”, “All The Stars” (trabalho com Kendrick Lamar) e “Snooze” colocam na mesa a moral de headliner; falar mal de SZA é difícil e falar bem é redundância.

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Essa não é uma exclusividade de SZA, outros principais nomes do festival como Sam Smith e Hozier , mas seja pelo gênero musical (e como o pop é impiedoso com personalidades femininas) quanto pela sobrenaturalidade de Sam, essas coisas passam despercebidas. Em retrospecto, foi um show belíssimo, difícil de desagradar e para não deixar fã reclamando que a sua canção favorita ficou de fora. A hora e a vez de SZA no Lolla 2024 mostram que ela será lembrada como uma A list nas décadas por vir, mas mesmo os imortais fazem shows mais protocolares.