Enquanto “The Vampire Diaries” utiliza de rostos bonitos e romances épicos e “True Blood” tem uma pegada mais quente e adulta, “Midnight, Texas” é o bom equilíbrio dos dois. Baseado no livro “Midnight Crossroad” (2014), de Charlaine Harris, também criadora de “True Blood”, a nova série da NBC conta com uma narrativa sobrenatural que, ao longo dos episódios, nos faz relembrar de outras obras do mesmo gênero.
Com vidente, bruxa, anjo caído, vampiro e até um homem-tigre em uma mesma cidade, a história apresenta diversas confusões. Aparentemente, os problemas na cidade de Midnight, no estado do Texas, começam a voltar, depois de muito tempo, com a chegada de Manfred Bernardo (François Arnaud), um psíquico que fugia de ser assassinado pelas dívidas da avó morta – que, na verdade, é sua grande companheira até os dias atuais. Gypsy Xylda, como a parente de Manfred era conhecida por um dos moradores da cidade, já havia habitado esse lugar e ela mesma indicou para o neto que seria o lugar ideal, onde as pessoas entenderiam e o aceitariam, do jeitinho que ele é.
Ao pôr os pés, ou, no caso, as rodas de seu mini trailer no local, viu que era uma cidadezinha bastante sombria e, aparentemente, abandonada. Contudo, já tinha resolvido toda a burocracia com o proprietário de sua nova casa, essa que combinava perfeitamente com o astral da cidade. Bobo Winthrop (Dylan Bruce), dono do casebre de Manfred e da casa de penhores, é um dos humanos locais. Para os fãs da história de Julie Plec, que acabou esse ano, lembraria um Matt Donovan, porém mais velho e com menos atitudes imaturas.
Vivendo com o perdido no meio de toda essa fantasia, temos Lemuel Bridger (Peter Mensah) – o vampiro que tem novos métodos de se alimentar dos humanos – e Olivia (Arielle Kebbel), a humana mais badass que poderíamos conhecer no gênero drama sobrenatural. Conhecida e amada por uma boa parte do público de TVD como Lexi, os fãs conseguirão matar a saudade, por ter a mesma atitude, apenas com a diferença de não ter um Stefan para desabafar e, muito menos, sangue de vampiro correndo em suas veias. Ainda para acrescentar as comparações, o gato falante que ajuda uma das moradoras é tão nonsense quanto ao da sequência de filmes da Sabrina.Quanto aos outros moradores, temos Creek (Sarah Ramos), a humana que lembra remotamente Bella Swan por ter as mesmas características fracas e, para os que vivem em busca de casais para torcer, é o interesse amoroso recíproco do novato. Além dela, ainda no grupo das meninas, temos a versão namasté de Bonnie Bennett, chamada Fiji (Parisa FitzHenley), cuja paixão é seu amigo Bobo, mas sendo um amor impossível por este estar comprometido – mesmo com a sua noiva desaparecida.
Para o time dos homens, temos mais dois sobrenaturais: Joe Strong (Jason Lewis), o anjo caído que representa bem o ser místico esteticamente e Reverendo Emilio (Yul Vazquez) que, quando entra em lua cheia, se transforma em tigre – novamente, é possível ver os mesmos problemas vividos por Tyler Lockwood.
De volta ao personagem principal, Manfred, que não precisou realizar grandes atos para ser aceito como um midnighter. A partir do momento que o grupo se junta, cada um com sua característica única, eles estão dispostos a vencer o mal que chega com frequência, principalmente envolvendo os motoqueiros que se intitulam “filhos de Lucifer”. No caso do neto de Xylda, ele precisa lidar com os espíritos que aparecem em busca de salvação. Com dificuldades de expulsá-los de sua casa, fica nítido que o obstáculo da cidade é ainda mais complicado que parecia.Mais a par da situação e dos aborrecimentos que o local carrega, Joe deixa claro que Midnight tem uma energia diferente, especialmente, por ter o véu que divide os vivos dos mortos. Com tamanha maldade, vinda tanto dos seres não naturais, como dos próprios humanos, faz com que essa barreira fique enfraquecida. Esta reflexão, um tanto hobbesiana, de que o perigo está nos homens também, deixa a obra de Monica Breen mais interessante.
Além dos habitantes texanos precisarem cuidar do mal que se manifesta, os casais em paralelo são criados como um clichê necessário de toda série americana. Por mais que nenhum deles seja épico como Damon e Elena, eles servem como forma de desviar e relaxar os próprios personagens. Afinal, todos podem estar correndo perigo, mas voltar para quem nos ama no final do dia, é essencial em qualquer circunstância.
É verídico de que existe uma falta em ter um vampiro adolescente e que lide com os dramas de sua idade, porque isso dá dinheiro e o público jovem se vicia, mas vivenciar um mais velho, com um passado fora do padrão traz para o telespectador uma visão nova e original.
“Midnight, Texas” acabou sua primeira temporada com dez episódios recentemente, tendo grandes chances de ser renovada.
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