O universo musical que era dominado pelos homens, começou a ter novos rostos nada masculinos. Isso porque a mulherada chegou ao mercado metendo, literalmente, o pé na porta e conquistando seu espaço que, antes, poucas conseguiam e mesmo assim o sucesso não era tão grande se comparado aos cantores sertanejos.
Para quem não sabe, o gênero “Sertanejo” é um estilo musical brasileiro que surgiu em 1910, mas só teve suas primeiras canções em 1929, a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires, trazendo ‘causos’ e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Inicialmente era conhecida como música caipira, do interior, e com o passar do tempo, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, o estilo começou a sofrer modificações para se construir uma referência musical mais forte, mercadologicamente falando, passando por diferentes fases.
Mesmo não sendo fã do gênero, como artista, não posso deixar de aplaudir e reconhecer o trabalho dessas mulheres e de outros cantores e duplas, seja homem ou mulher, que conseguem mostrar o seu trabalho e colher frutos oriundos dele. Para ser mais honesto ainda, eu escuto sertanejo de vez em quando, mas só a dupla Chitãozinho e Xororó – Amo/Sou.
Então vamos começar o nosso MixTape dando voz a mulherada sertaneja que dialoga com o público feminino. São românticas, curtem dor de corno, dão a volta por cima e ainda tiram onda e mandam indiretas, bem diretas, para quem quiser vestir a carapuça, viu?!
Começando com uma que já tem um tempinho de ‘casa’, vamos falar da bonita, mas nada estilosa, Paula Fernandes. A mineira de Sete Lagos é uma das principais vozes nacionais e já ganhou até o Grammy Latino. Ela que começou a cantar ainda criança hoje voa alto desde que lançou “Pássaro de Fogo”.
Falando em voos altos, é lógico que Marília Mendonça entra nessa lista. Uma das mais novas vozes do mercado já superou a britânica Adele em players no YouTube. Cantando sua verdade ou, se preferirem, a realidade, Marília, que ainda nem tem um quarto de século já é um dos maiores sucessos do momento, assim como sua música “Infiel”.
Se tem duplas masculinas, porque não teria duplas femininas?! Pois é, e entre elas temos três que podemos destacar. Estamos falando das famosíssimas Maiara e Maraisa, Simone e Simaria e Day e Lara.
Maiara e Maraisa são irmãs gêmeas e, aos 28 anos, conquistaram o público após serem “descobertas” por nomes já famosos no meio. Por ser um universo muito masculino, e ainda assim curtirem o gênero, elas começaram a escrever suas próprias canções e hoje temos “10%”, para cantar no bar, acompanhado daquela cachaça e de uma porção de torresmo, coisas de mineiro.
Simone e Simaria também são irmãs, mas a diferença entre elas é de dois anos. Primeiro conquistaram o nordeste brasileiro cantando forró e hoje elas são uma das duplas mais requisitadas e bem pagas do mercado. As baianas que moraram em Mato Grosso, e depois foram para São Paulo, explodiram no mercado com o sucesso “Meu Violão e O Nosso Cachorro” foi feita por Simaria com o parceiro Nivardo Paz, durante uma época sofrida de suas vidas.
Enquanto isso, a formação de Day e Lara foi feita de maneira diferente. Day é sobrinha de Zezé di Camargo e cresceu no meio sertanejo. Ela, que já compôs para duplas e cantores famosos, chegou a cantar gospel, pop e poprock, até que conheceu Lara por intermédio de um amigo. Com o incentivo da prima Wanessa, após terem composto 3 músicas juntas para ela, disse que deveriam formar um dupla. E hoje nós temos “X Na Comanda”.
É lógico que tem uma rainha da sofrência, pelo menos é como andam chamando-a. Tudo isso porque Naiara Azevedo assume e se diverte ao falar que já foi “corna” muitas vezes e não tem problema hoje com isso. Tanto não têm, que essas experiências já lhe renderam várias composições, incluindo o hit “50 reais”, que possui um refrão chiclete que não sai da sua cabeça.
E para fechar nosso MixTape, volto no tempo para uma das pioneiras do movimento feminino no sertanejo, quando essas meninas provavelmente nem estavam nas fraldas. Não estou falando das Irmãs Galvão, nem das Irmãs Castro, mas da rainha da estrada ou, usando o título que lhe foi dado: A Rainha do Sertanejo. Fazendo parte do que se considera a terceira fase sertaneja, temos a inigualável Roberta Miranda que foi a primeira cantora da MPB a vender mais de um milhão e meio de discos no lançamento de seu primeiro álbum. Sem contar que “A Majestade O Sabiá” é um hino, com licença.
Com sofrência ou não, gostando ou não, elas já conquistaram o público e estão brilhando nos palcos pelo Brasil. Acho que nunca tivemos um Mix tão feminino como o de hoje e terminar com essa música me fez lembrar dos almoços de domingo em família. Mas eu vou ficando por aqui e, como sempre, eu deixo aquele cheiro, aquele abraço apertado e aquele beijo molhado.
Êta chão molhado! ‘Inté’…
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Gostei muito do site! parabens!
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