A peça, com direção de Lázaro Ramos, já na segunda semana de exibição tinha vendido todos os ingressos para a curta temporada de 20 de janeiro a 19 de fevereiro, no Sesc Ginástico, Centro do Rio. “O Topo da Montanha” realiza turnê pelo Brasil e a cada cidade que passa recebe elogios e deixa reflexões. O Rio de Janeiro foi uma das capitais que recebeu o espetáculo que estreou em São Paulo, no Teatro FAAP, em outubro de 2015. Protagonizada por Lázaro Ramos e Taís Araújo a obra reinventa o último dia de Martin Luther King e conquista a platéia com uma narrativa contundente e certa dose de humor. Em entrevista exclusiva para o Portal Woo! Lázaro Ramos falou um pouco sobre a peça:
“As pessoas entram no teatro achando que vão ouvir falar apenas de Martin Luther king e, chegam aqui, encontram um pouco de comédia e na parte mais dramática elas se enchem de informação, de reflexão; e se sentem acolhidas e um pouco mais potentes para lutarem contra o preconceito, contra todas as discriminações que existem”.

“O Topo da Montanha”, da premiada autora norte-americana Katori Hall com tradução de Silvio José Albuquerque, propõe ao público uma reflexão sobre igualdade e conta os últimos momentos de Martin Luther King. O texto de Katari estreou pela primeira vez em Londres, em 2009, e ganhou versão na Broadway, em 2011. No Brasil, passou por Belo Horizonte, Salvador, Curitiba e iniciou em São Paulo uma verdadeira subida ao sucesso que rendeu a Taís Araújo indicação ao Prêmio Shell de melhor atriz.
No palco do Teatro Sesc Ginástico, a dramaturgia acontece no quarto 306 do Hotel Lorraine, cidade de Memphis, EUA. Após o último sermão o reverendo Martin Luther king, vivido por Lázaro, retorna ao hotel, sob forte chuva e conhece a misteriosa camareira Camae, Taís Araújo, que estava em seu primeiro dia de trabalho. Os personagens arrebatam o público que, ora ri e ora chora. O cantor e ator Sérgio Loroza foi prestigiar a peça:
“Essa quantidade de gente colorida no teatro é uma coisa muito difícil de se ver. As pessoas estão curtidindo o que está sendo feito. Taís e Lázaro talvez sejam um dos maiores representantes do povo negro nas Artes Cênicas no Brasil”
, disse Loroza visivelmente emocionado com o espetáculo e continuou, “O ódio não pode vencer, morô (sic). Existem várias maneiras de se vencer. Eu quero torcer pro amor”.

A atriz e estudante de Artes Cênicas Thaís Nascimento ficou feliz de ver temas tão importantes no teatro,
“Ela (a peça) me tocou, porque fala de mim. A gente já começa rindo e depois que você está imersa eles falam sobre o racismo. A gente tem que se unir e não desistir. O Lázaro quebra a quarta parede e fala pra gente de passar o bastão”. No entanto, ela reclama de quase não ver em cartaz peças como “O Topo da Montanha”,
“(…) é difícil achar peças assim. São coisas pontuais, de vez em quando aparece uma. Tem que ter mais!”, lamenta a atriz Thais Nascimento que tem um trabalho voltado para a temática racial.
A peça “O Topo da Montanha” foi inspirada no último discurso de Martin Luther King “I’ve Been to the Mountaintop” (Eu estive no topo da montanha), na igreja de Mason, em Memphis. O pastor, que em 1964 recebeu o Prêmio Nobel da Paz, liderava grandes marchas e lutava pelos diretos civis dos negros nos Estados Unidos. O ator e diretor Lázaro Ramos se sentiu lisonjeado por falar para uma plateia tão diversa,
“eu acho um privilégio hoje em dia você conseguir levar ao teatro tantas pessoas diferentes para ouvir falar de temas próximos aos direitos humanos”.
Satisfeito com o trabalho ele concluiu, “estar no teatro com mais de 500 pessoas juntas pensando em bons sentimentos é um privilégio”.
Por Leonne Gabriel
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Sucesso sempre meu amigo! Ótima entrevista. Desejo tudo de maravilhoso nessa jornada! Bjs