Foram debatidos diversos aspectos em relação ao filme “Wasp Network”
A Woo! Magazine participou de uma entrevista coletiva para a divulgação do filme “Wasp Network”, durante a 43ª Mostra de Cinema de São Paulo. Estavam presentes o diretor francês Olivier Assayas, o produtor brasileiro Rodrigo Teixeira e os atores Édgar Ramírez e Leonardo Sbaraglia. Eles abordaram diversos assuntos, inclusive sobre as dificuldades em adaptar o livro “Os últimos soldados da Guerra Fria” do escritor Fernando Morais.
Recortando apenas as falas do cineasta, o próprio discorreu sobre a relação livro e filme:
“não conheci o autor pessoalmente, mas já conhecia a obra, que é muito complexa e cheia de dados. Eu como cineasta foquei mais na humanidade dos personagens e não muito nas questões históricas e jornalísticas do livro de Morais. Mas é claro que todos os fatos presentes no livro contribuíram muito para a narrativa do filme.”
Ainda sobre a adaptação, houve depois da exibição do filme no Festival de Veneza, uma remontagem para melhorar alguns pontos de entendimento da história e Assayas respondeu uma pergunta sobre isso: “nós corremos muito para terminar e colocar todos os detalhes. Tivemos muito cuidado em verificar todos eles, e havia muitos dados no livro. Na verdade, na montagem após o festival de Veneza, não foram feitos muitos ajustes. Os principais foram para que o público pudesse entender a narrativa política. Agora o filme ficou mais fácil em relação às questões políticas entre EUA e Cuba. É um filme um pouco mais longo [do que a versão exibida no festival de Veneza]. Acrescentamos 3 minutos.”
Assayas também foi indagado a respeito de seus filmes documentais e sobre o posicionamento de “Wasp Network” ao mostrar um vídeo original de Fidel Castro relacionado aos espiões cubanos que agiam nos EUA. Fidel, com seu jeito populista de ser, responde à TV sobre as ações desses espiões e como os EUA, o país que mais espionava naquela época, eram hipócritas ao condenar os Cubanos. O cineasta francês respondeu: “eu fiz, assim como em meus documentários, uma pesquisa muito envolvente dos dados que fizeram parte do filme. Eu fiz toda a lição de casa, e como cineasta, sou responsável que esses dados sejam apurados em todos seus detalhes. Eu não sou cubano e nem americano, mas preciso me apoiar nos fatos e checar tudo em detalhes, nos apoiamos em livros, em filmes e em noticiais antigas, como eu fiz em “Carlos” que é cheio de detalhes e controvérsias. Tenho que focar nos detalhes e na pesquisa.
E continua: “Não podia agradar a Cuba e nem os exilados, tive que ter muita coragem na construção para poder colocar este filme de pé. Claro que não sou castrista, não gosto desse regime totalitário. Eu vejo os cubanos como vítimas, e quando eu acrescentei o clipe do Fidel Castro, eu percebi que estava colocando os fatos como eles são, não que eu goste, mas precisei ser honesto e usar essa fala no meu filme. Tentei reconstituir toda a narrativa dos exilados cubanos.”
“Wasp Network” estreia ainda em outubro de 2019, e terá um título em português.
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