Entenda como a aquisição histórica pode redefinir Hollywood, o streaming e toda a indústria do entretenimento
A notícia da compra da Warner Bros Discovery pela Netflx sacudiu o mundo do entretenimento. Depois de rumores, a confirmação veio nesta sexta-feira (5) desse que foi um dos maiores negócios da história do entretenimento. O anúncio vem gerando muita especulação e perguntas. Qual será o futuro das duas companhias? É o fim do cinema? A HBO Max vai acabar? Aqui responderemos a todas essas dúvidas em relação à fusão gigantesca.
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Por quanto saiu?
A operação totaliza quase US$ 83 bilhões em valor empresarial, com US$ 72 bilhões em valor de mercado para os acionistas. A combinação engloba dinheiro e ações — avaliando a WBD em US$ 27,75 por ação. A Netflix diz (via site Omelete) que junto com a Warner, irá definir o próximo século do entretenimento.
A notícia diz que sob os termos do acordo, os acionistas da WBD receberão US$ 23,25 em dinheiro além de US$ 4,50 em ações da Netflix por ação WBD, com um mecanismo (“collar”) que ajusta a proporção de ações dependendo do preço da Netflix antes do fechamento.
O encerramento do acordo depende da separação da divisão Global Networks da WBD — responsável por canais como CNN, TNT e Discovery — que dará origem à nova empresa Discovery Global, prevista para o terceiro trimestre de 2026. Apenas após essa cisão a compra pela Netflix poderá ser concluída.
Por que comprou?
Em uma conferência com analistas de Wall Street, os co-CEOs da Netflix, Ted Sarandos e Greg Peters, esclareceram as razões para essa histórica aquisição da Warner Bros. Discovery.
“Historicamente, muitas dessas fusões não deram certo”, disse Peters. “Muitas das falhas que vimos historicamente ocorreram porque a empresa que fazia a aquisição não entendia o negócio do entretenimento. Nós entendemos esses ativos que estamos comprando.”
“Acho que esta é uma boa história, porque este é um negócio saudável e em crescimento que vai ajudar outro negócio a crescer de forma mais saudável”, afirmou Sarandos. “As oportunidades são grandes para a produção americana e para a indústria do entretenimento como um todo.”
Em relação à questão do antitruste e ao escrutínio regulatório — incluindo uma carta de profissionais do setor ao Congresso solicitando análise rigorosa —, Sarandos descreveu o acordo, de forma confiante, como “pró-consumidor, pró-inovação, pró-trabalhador, pró-criador e pró-crescimento”.
“Vamos trabalhar muito de perto com todos os governos e reguladores apropriados, mas estamos realmente confiantes de que obteremos todas as aprovações necessárias”, declarou o co-CEO.
É o fim do cinema?
Essa é uma pergunta feita nas últimas horas, uma vez que a gigante do streaming, que costuma defender que a plataforma é o futuro do entretenimento, detém o estúdio com o catálogo mais valioso do cinema.
Segundo o comunicado oficial, a Netflix pretende manter o modelo híbrido que a Warner já vinha adotando, priorizando lançamentos expressivos nos cinemas antes da chegada ao streaming. A empresa reforça que a distribuição nas telonas “faz parte do valor histórico das marcas” e seguirá como etapa fundamental no ciclo de vida de cada produção. A declaração busca acalmar tensões com artistas, agentes e exibidores, que há anos manifestam preocupação com o impacto das plataformas de streaming sobre a sobrevivência do mercado de salas tradicionais.
Ainda assim, a reação dentro da indústria é de cautela. Produtoras, sindicatos e executivos enxergam a compra como um dos movimentos mais disruptivos da história recente do entretenimento — e também como um possível gatilho para maior concentração de poder. Ao assumir o controle de uma das maiores estruturas globais de produção e distribuição cinematográfica, a Netflix reacende debates sobre competitividade, negociações com talentos, janelas de exibição e diversidade de conteúdo. Nos bastidores, exibidores norte-americanos afirmam que irão monitorar de perto se as garantias de lançamento serão realmente cumpridas, enquanto agentes e guildas demonstram apreensão sobre como a plataforma poderá redefinir contratos, modelos de remuneração e participação criativa no longo prazo.
É o fim do HBO Max?
Ainda não se sabe como se dará exatamente essa integração do HBO Max à Netflix, se o streaming da Warner manterá sua marca, se será incorporado à interface da Netflix ou se funcionará como um “canal” separado dentro do app. Há sim a possibilidade de esse acervo da Warner ser absorvido pela Netflix, fazendo com que a HBO Max deixe de existir, uma vez que boa parte das produções faziam parte do catálogo da Netflix quando era a única grande empresa do ramo.
O que se sabe por ora é que o HBO Max deve ficar sob o controle da Netflix a partir de 2026, podendo haver oferta conjunta das duas plataformas para consumidores. Quanto à identidade de marca e à operação final, ainda dependem de aprovação regulatória, além de decisões estratégicas.
“Nada vai mudar hoje”
A Netflix publicou uma carta visando tranquilizar a todos em meio às reações. Divulgada pelo Deadline (via site Omelete) o comunicado diz:
“Recentemente anunciamos que a Netflix irá adquirir a Warner Bros., incluindo seus estúdios de filmes e televisão, HBO Max e HBO. Isso une nosso serviço líder em entretenimento com as histórias icônicas da Warner Bros., trazendo algumas das franquias mais amadas do mundo, como Harry Potter, Friends, The Big Bang Theory, Casablanca, Game Of Thrones e o universo DC junto de Stranger Things, Wandinha, Round 6, Bridgerton e Guerreiras do K-Pop.
O que vai mudar? Nada vai mudar hoje. Os dois serviços de streaming continuarão em operação separadamente. Temos mais passos para concluir antes do acordo ser fechado, incluindo aprovações de acionistas e agências regulatórias. Falaremos mais sobre o assunto quando tivermos mais para compartilhar. Nesse meio tempo, esperamos que vocês continuem a assistir tudo o que quiserem, quando quiserem, tudo dentro do seu plano de assinatura atual.
Sabemos que podem haver perguntas. Consultem nosso Centro de Ajuda para mais informações ou entrem em contato a qualquer momento.
Obrigada por escolher a Netflix. Nosso compromisso é trazer mais séries, filmes, jogos e programação ao vivo de qualidade.“
Enquanto isso na Paramount…
A disputa pelo controle da Warner Bros. Discovery ganhou um novo capítulo. Segundo o New York Post, o grupo Paramount Skydance estaria preparando uma oferta hostil para tentar barrar o acordo com a Netflix, argumentando que sua proposta — avaliada em US$ 30 por ação, totalmente em dinheiro — seria mais vantajosa para os acionistas. Executivos da empresa planejam ir diretamente ao conselho da WBD, apostando que os investidores rejeitarão o negócio firmado, que, segundo uma fonte, teria sido facilitado pela proximidade pessoal entre os CEOs envolvidos. Paralelamente, o Departamento de Justiça do governo Donald Trump acompanha o caso com preocupação e deve abrir uma investigação sobre possíveis riscos de monopólio decorrentes do crescente domínio da Netflix no mercado de streaming.
Imagem destacada: reprodução/Netlix/Warner/Instagram
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