Nos anos 90, o game designer francês Frédérick Raynal plantou as sementes do survival horror, com o lendário “Alone in the Dark”. No entanto, ele também fez parte do desenvolvimento de outro sucesso: Little Big Adventure. Enquanto a série não é tão lembrada hoje em dia, fez um grande sucesso na época, chegando a vender mais de 350 mil cópias, já no seu título de estreia.
O game de ação-aventura contava com gráficos inovadores – lembrando que foi lançado em 1994 – trazendo personagens e cenários coloridos, fugindo de parecerem exagerados ou caricatos. Todas as falas das personagens eram dubladas, trazendo um diferencial do que havia disponível na época. Também haviam belas sequências de animação, que funcionavam bem como recompensa conforme o jogador avançava em sua jornada.
LBA, também conhecido como Relentless: Twinsen’s Adventure, conta a saga de Twinsen para libertar o seu planeta de um regime ditador. O líder deste regime, Dr. FunFrock conseguiu seu poder ao criar um exército de clones, que usa para controlar, vigiar e aniquilar os Twinsunianos. Caso estejam se perguntando: sim, a história é um tanto inspirada por Star Wars!
A Mecânica de LBA
O jogo traz uma visão isométrica, com cenários pré-renderizados, sendo os personagens e objetos móveis em 3D. Há um simples esquema de controle: Twinsen move-se livremente pelo mapa, podendo andar, correr e pular pelos cenários. Um esquema interessante na jogabilidade são os 4 modos de “comportamento” que você usa para diferentes ações: Normal, Esportivo, Agressivo e Discreto.
Em todos os quatro modos, você consegue movimentar o protagonista, mas cada um adequa-se a diferentes situações. Enquanto no modo Normal, você anda e fala com outros NPC’s normalmente, no esportivo você tem a opção de correr e pular. O modo agressivo é utilizado durante as lutas, e o modo discreto serve quando você precisa esconder-se.
Também são encontradas várias armas e itens mágicos que serão utilizados para obter novos poderes e avançar no jogo, viajando por todo o planeta Twinsun.
Enquanto o jogo era brutalmente difícil, principalmente no quesito combate, mesmo para os padrões da época, teria seus aspectos problemáticos resolvidos na sequência que seria lançada três anos depois.
Little Big Adventure 2: Twinsen’s Odyssee
E em 1997, tivemos Little Big Adventure 2: Twinsen’s Odyssee. O game trouxe todos de seu predecessor melhorados: os gráficos em geral avançaram, o combate está menos difícil (ainda é brutal, afinal: anos 90), a movimentação está mais fluída, há mais mundos para explorar, mais diálogos dos personagens e as animações estão maiores e mais belas que nunca. E é graças às melhores animações que é possível se deixar levar ainda mais pela história e se sentir mais recompensado ainda ao completar as missões que surgem.
Um elemento que não se destacava tanto no game anterior, mas que chama a atenção neste (até por questões de melhorias tecnológicas), é a trilha sonora. Composta por Philippe Vachey, captura bem o clima de fantasia, infância e aventura (e pode ser conferida no Spotify, o que eu confesso ter sido uma ótima surpresa).
Em LBA 2, Twinsen precisará viajar para outro planeta, o que é a desculpa perfeita para o inventivo design de novos personagens e cenários ir mais além. Mesmo com as melhorias então disponíveis, tornando toda a parte gráfica muito mais bela, ainda haviam muitas limitações, que a equipe da Adeline Software (desenvolvedora da série) consegue fazer um trabalho simples, mas cativante.
Se era tão bom, porque não voltou?
Embora hoje em dia a saga esteja um tanto esquecida, é certamente uma daquelas que fica na memória de quem a descobriu nos anos 90. As aventuras de Twinsen por diversos planetas, andando por cada canto de cada mundo, precisando conversar com quase todos os NPC’s para descobrir como completar sua missão torna-se inesquecível.
Por vários anos houveram rumores de que uma sequência poderia ser feita, no entanto, tudo que se sabe hoje em dia é que não há nada em desenvolvimento, pois Frederick Raynal não tem mais os direitos sobre a série. Até rascunhos e pistas da história foram compartilhados pelos membros que desenvolveram os games anteriores no passado, mas infelizmente, nada mais foi feito.
Os dois games de LBA ainda podem ser encontrados para computadores no Steam e GOG, além das versões do primeiro jogo para Android e iOS.
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Ahazou!
Baixaria o jogo no celular se tivesse espaço.
-q
Por serem jogos feitos originalmente para DOS/Win95, eles pegam em praticamente qualquer PC!
Recomendo q vc tente jogar, acho q vc ia amar! 🙂
Obrigado pelo texto. Me lembrei hoje desse jogo! Sensacional, com certeza uma jóia perdida dos anos 90. Abraço!