É a Netflix na sua zona de conforto em mais uma série de sucesso com espiões; veja crítica em spoilers de “O Agente Noturno”

Mais do que outros streamings, a Netflix tem investido bastante no filão das séries de espiões: a segunda temporada de “O Recruta”, “Black Doves”, “Fubar” (com a lenda dos filmes de ação Arnold Schwarzenegger), agora a segunda temporada de “O Agente Noturno” e inclusive séries de outros países como “Fauda”.

Pensando bem, quem não gosta desse gênero de ação e espionagem que envolve segredos de estado, intrigas, suspeitas, traição e reviravoltas?

E a série “O Agente Noturno” nas suas duas temporadas tem tudo isso e o faz muito bem.

A primeira temporada introduziu esse novo espião, Peter Sutherland, personagem dos livros escritos por Matthew Quirk como mais um herói americano, patriota e abnegado (como quase todos os outros em filmes e séries) que agora recém-promovido a agente de campo, se encontra em uma situação mais grave e mirabolante do que antes.

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Nada, absolutamente nada que vemos aqui é muito diferente do que vimos em outras obras, mas o capricho da realização e os momentos de tensão bem filmados e idealizados dão fôlego à narrativa da série e prende os expectadores até o final, lembrando que os clichês, quando bem utilizados a serviço de uma história bem contada, divertem de verdade.

Ajuda o texto ter vindo de um livro em que todas as características e tramas principais já se encontram escritas, já são um laboratório de sucesso e é só ter o cuidado de realizar as adaptações estruturais necessárias para transposição em outra mídia, seja ela qual for.

Mesmo que não seja o caso de interpretações fabulosas, os atores e atrizes das duas temporadas nos apresentam os arquétipos que já nos condicionamos a gostar e estão no nosso córtex cerebral mesmo que por osmose, o que facilita e muito a aceitação de algumas coincidências, atitudes consideradas meio incondizentes com as situações (para não escrever estúpidas, que nós como civis não faríamos) e aqueles minutos bregas que tanto esperamos para celebrar a viagem.

A começar pelo protagonista Gabriel Basso (“Jurado Nº2”), que é o típico “durão” em todos os quesitos, desde a pancadaria, postura, fala e interpretação, mas que é bem carismático ao que se propõe e para esse que vos escreve pessoalmente, remete (com todo respeito) aos heróis brucutus dos anos 80 e 90, onde o próprio Schwarzenegger, citado neste texto, era o rei.

Mas nada que o desabone, pois tudo faz parte da fantasia de ‘somente’ desvendar mais uma conspiração contra americanos, agora com participação de iranianos que, diga-se de passagem, são muito respeitados na série, inclusive com o chefe da segurança que poderia ser um sujeito sem profundidade e monotemático, mas que revela uma fraqueza inesperada e que faz muito sentido devido a situação cultural do país, embora o mesmo não possa ser dito do real inimigo da vez.

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Quantos aos outros coadjuvantes, Navid Negahban realiza seu trabalho com a dignidade de sempre e Amanda Warren como a chefe do Agente Noturno, traz uma frieza e arrogância divertida de acompanhar.

Se não há muito desenvolvimento e aprofundamento dos dramas dos personagens, como por exemplo na excelente e divertida “Black Doves”, pelo menos há diversão garantida nas idas e vindas da narrativa para marcar o triunfo de mais um sucesso da Netflix, onde, se a concorrência não tomar cuidado, pode se tornar a casa dos espiões.

_{“O Agente Noturno”. Imagem Destacada: Divulgação/Netflix}

O Agente Noturno – Segunda Temporada | Mais Conspirações em Outra Série de Espiões Americanos

Sinopse

Segunda temporada de "O Agente Noturno". Peter e Rose continuam com o trabalho no FBI enquanto precisam lidar com um criminoso de guerra.

Prós

Enredo competente, série divertida de assistir, e um bom exemplar do gênero de espiões;

Elenco que segura a onda e um protagonista carismático;

Série bem filmada, realizada com um bom padrão de produção.

Contras

Clichês em demasia, que, mesmo com a trama empolgando, antecipam algumas ações.

4

Nota