Candidato brasileiro ao Oscar, “O Agente Secreto” é, acima de tudo, muito divertido
A temporada de premiações está se aproximando, e as campanhas para o Oscar começaram a todo o vapor! E esse ano o Brasil tinha diversas opções de escolha para nos representar e conquistar a estatueta. Mas, quase que como por unanimidade, todos concordavam que “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, era um dos favoritos. Premiado desde sua exibição em festivais, garantindo prêmios para a direção e ator principal em Cannes. E após assistir o filme durante o festival do Rio, somos obrigados a dizer: o baiano tem o molho!
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Antes de falar do longa em si, uma coisa que não pode escapar é a imediata comparação que naturalmente será feita entre O Agente Secreto, e o nosso representante anterior no Oscar, “Ainda estou aqui”. E, apesar de estarem inseridos no mesmo tema (ditadura militar no Brasil), ambos são intrinsecamente diferentes um do outro.
Enquanto o filme de Walter Salles adota uma narrativa e estrutura pautada em um drama hollywodiano moderno, fazendo o que foi considerado por muitos um filme “americanizado”, Kleber na sua obra adota um estilo narrativo bem diferente do habitual. Apesar de em entrevistas o diretor “zoar” alunos de cinema por dividir filmes em 3 atos, ele divide o filme através de 3 titulos, além de um maravilhoso prólogo, e um repentino epílogo, que pode soar como um banho de água fria na ação que estava sendo construída, e desagradar alguns telespectadores.

Adotando um humor muito próprio, que muitas vezes (muitas) beira o mórbido, a casualidade e a malandragem irão definir os rumos da fuga de Marcelo, brilhantemente interpretado por Wagner Moura, aqui um professor caçado durante o fervoroso Carnaval de Pernambuco. E através das andanças do seu personagem, iremos nos deparar com diversos outras figuras, e todos eles com um carisma elevadíssimo. Impossível não rir com Dona Sebastiana interpretada por Tânia Maria, com seu jeito pouco discreto de abordar a delicada situação de Marcelo e os outros “refugiados”, que possuem seus próprios objetivos de vida e inspirações para continuar vivendo.
E para pautar o ritmo da história, Kleber faz inserts de uma arquivista nos tempos atuais, pesquisando entre arcevos da ditadura, como fitas de áudio e jornais da época. E, devo dizer, essa ligação direta com a atualidade através desses documentos entrega ao filme uma riqueza impar, além de fazer um pequeno gesto de referência ao seu trabalho anterior, “Retratos Fantasmas”. Kleber transpira seu amor pela história do Brasil, e faz um movimento de fortalecer o cinema enquanto memória e espaço de disputa coletivo e político, moldando nosso futuro.
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Dito isso, sim, estamos muito bem representados para o próximo Oscar. Mas sem querer ser o estraga prazeres da festa, mas como dito anteriormente, diferentemente de Ainda Estou Aqui, O Agente Secreto possui um DNA próprio, e faz escolhas corajosas para contar a sua história, principalmente no que diz respeito ao seu final. Talvez não seja o favorito de muitos para a estatueta de melhor filme estrangeiro, mas estamos nas trincheiras pela estatueta de melhor ator!
Imagem Destacada: Divulgação/CinemaScópio Produções

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