O Amor, o Sexo e a Literatura

Em alguns países a data que se festeja a união amorosa entre casais varia. Na América Latina espanhola e na América do Norte é chamado de dia de São Valentim e comemora-se em fevereiro, no dia 14. No Brasil, a fama do santo casamenteiro Santo Antônio de Lisboa, nos fez comemorar na véspera de seu dia.

E neste dia tão significativo para muitos, porque não ampliar o léxico romântico e a liberdade erótica com livros que enfatizam nosso lado mais sublime? Ou seja, aquele que nos remete ao sentimento mais elevado de todos: o amor. Inclusive para os solteiros de plantão, por conveniência ou não, vale a pena dar uma conferida nesta seleção que a Woo! Magazine fez para curtir o momento a dois, presentear o seu par ou mesmo conhecer um pouco mais da literatura que se ocupa do romantismo em suas mais variadas formas e estilos literários.

O livro “Pó de lua” (para diminuir a gravidade das coisas) da poetisa e publicitária Clarice Freire é uma mistura de poesia concreta, humor e criatividade. Nele encontramos palavras e desenhos fragmentados e nem por isso, menos românticos. A autora inspirou-se nas quatro fases da lua para exprimir os sentimentos dos apaixonados. Na lua cheia, a paixão e a entrega, na lua minguante, o medo, a saudade, a nostalgia e o resguardo, na lua crescente as expectativas. E por que não uma grande renovação perante a lua nova?

O autor indiano Vatsyayana, do clássico “Kama Sutra” (कामसूत्र em sânscrito) presenteou a humanidade através da literatura do desejo, discursando através de aforismos e subdividindo a obra nos três princípios básicos da filosofia hindu: a virtude por intermédio do “Darma”, o grande objetivo, assim como o acúmulo de riquezas, além do prazer através dos sentidos. Não é preciso conhecer o linguajar escrito para compreender as palavras e sim mergulhar sem preconceitos neste que muitos consideram o grande “manual prático do sexo” e fazer bom proveito dele na sua vida a dois.

Já “Amor de Perdição”, famoso romance do autor português Camilo Castelo Branco foi escrito em 1861, sendo considerado um grande expoente da segunda fase do romantismo português que todos deveriam conhecer. Entretanto a ironia com a qual ele se refere ao amor, ao sujeito em si e a crítica aos valores da sociedade reflete um caráter moderno que não deixa nada a desejar aos apelos individuais de nossa sociedade contemporânea.

Na peça de teatro adaptada para a televisão, “A Megera Domada” do aclamado dramaturgo inglês William Shakespeare nos apresenta o contraste entre a brutalidade masculina e a doçura feminina, sendo que a primeira não aparece como privilégio dos homens. Daí o nome do título, pois a protagonista é rude por excelência e direito, o que não impede os dois jovens, Catarina e Petruchio, entre idas e vindas além de muita confusão, de ficarem juntos.

“Cartas de amor de grandes homens” é um livro que nos brinda com as correspondências amorosas de nomes como o compositor Mozart, o cientista Charles Darwin, o poeta Lord Byron entre outros. Você não se arrependerá ao conhecer essa coletânea de cartas de amor que nos leva a pensar que até mesmo os gênios não escapam dos ardores da paixão.

Agora vamos concluir nossa dica de livros com a matriz que leva inúmeros casais a seguirem juntos por muito tempo: a energia da vida, o instinto humano e a sua satisfação. Wilhelm Reich trabalhou o conceito das causas sociais em cima das neuroses humanas para criticar as condições sociais a que a sociedade das últimas décadas estiveram sujeitas em “A Revolução Sexual”. O livro é revolucionário, pois, aborda por intermédio da psicologia, da biologia (através da descoberta da energia “orgone”) e da sociologia as necessidades físicas não separando-as da mente. Foi um marco junto a outros movimentos que se utilizaram do livro para reivindicar o prazer humano.

Feliz dia dos namorados!

Por Susana Savedra