Baseado em bestseller, filme com veteranos astros ingleses desafia a inteligência para chegar ao “quem matou?” na adaptação de “O Clube do Crime das Quintas-feiras”
Que a Netflix um pouco mais que os outros streamings é pródiga em produzir/adaptar filmes de suspense/mistério, é notório e não faltam exemplares como as diversas obras baseadas nos livros do escritor americano Harlan Coben (“A Grande Ilusão”, “Safe”, “Não Fale com Estranhos”, “O Inocente”, “Confie em Mim”, “Fique Comigo”, “Desaparecido Para Sempre” e “Silêncio na Floresta” e recentemente “Apenas Um Olhar”) e a parceria com cineasta e roteirista Ryan Johnson da série de filmes Knives Out (com o astro Daniel Craig, o último James Bond) e séries como “Ozark” que consolidam sua audiência.
E a mais nova aposta é a primeira adaptação da série literária “O Clube do Crime das Quintas-feiras” do britânico Richard Osman, que traz a volta da direção do sumido Chris Columbus, diretor americano famoso pelos filmes da franquia Esqueceram de Mim e o primeiro filme baseado no fenômeno literário “Harry Potter”.
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Para interpretar os personagens principais dos livros capitaneados pelos aposentados e residentes, num castelo que na verdade é um asilo de luxo cujos moradores mais ilustres compõe o clube de detetives de casos há muito esquecidos, foram escalados nas devidas funções: o líder de sindicato Ron (Pierce Brosnan, vejam só, outro astro de James Bond), a espiã Elizabeth (Helen Mirren), o prolixo e paciente psiquiatra Ibrahim (Ben Kingsley) e a doce e interessada enfermeira Joyce (Celia Imrie).
Já adianto que todos estão muito bem nos seus papéis e personas que quem acompanha a carreira desses atores já se acostumou com uma pequena curiosidade: Brosnan, Mirren e o ator Geoff Bell (num papel importante que movimenta a trama dessa adaptação literária) estão juntos em outra excelente série “Terra da Máfia” exibido no streaming Paramount+ Brasil, mas aqui interpretando personagens totalmente diferentes e convincentes.
Com esse calibre de veteranos como astros, a trama traz questões importantes e modernas como gentrificação, especulação imobiliária, “incompetência” policial quando se lida com milionários. Também traz nuances familiares com a abordagem dada à filha de Joyce e o filho de Ron — interpretado por Tom Ellis (da série “Lúcifer”) — e o respeito que a policial novata — interpretada pela espevitada Naomi Ackie (de “Mickey 17”) — tem pelos aposentados, que são bons exemplos, mas que direcionam a trama mais à rotina dos personagens principais do que o desenvolvimento e desdobramentos do assassinato em si, que, embora parta de uma ideia inteligente, carece de impacto.
Porém é gratificante ver esses veteranos se divertindo e com ainda muita lenha para queimar. Esperamos mais mistérios para resolver além de algumas soluções muito simplistas que a direção do geralmente quadrado e preso na zona de conforto Chris Columbus infelizmente não soube elevar ou teve interesse de destacar do lugar comum.
Da forma que está, é mais um filme de mistério divertido da Netflix que atrai mais pelos seus astros e estrelas do que especificamente pela qualidade de uma das vertentes mais divertidas da literatura que é o “quem matou”, imortalizado por escritoras como Agatha Christrie, que até hoje e por muitos anos mais, fascinam e atraem as audiências do mundo inteiro.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix
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