A Palma de Ouro é um dos, se não o mais relevante prêmio do cinema mundial, perdendo o pódio somente para o Oscar. Por muito anos com o foco voltado principalmente para o cinema europeu, o festival de Cannes mostrou ao mundo através de suas exibições clássicos que ainda vivem na memória de cinéfilos de todo o mundo. Premiando novas ideias e dando destaque para cineastas que viriam a ganhar notoriedade ao longo das décadas, é inegável o poder que a premiação possui no mundo do audiovisual. Vamos relembrar de alguns clássicos que foram lançados através da disputa!
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Paris, Texas
Travis vaga perdido pelo deserto, perdido. Após 4 anos de seu desaparecimento, ele retorna ao seu irmão, sem memórias. Com um grande peso de culpa, ele tenta se reconectar com seu filho e encontrar sua esposa. “Paris, Texas”, com toda sua melancolia e o sentimento agridoce que se aloca no cerne de seu público, conquista a Palma de Ouro em 84.
Win Wenders, gênio responsável pela direção do filme, retorna novamente ao festival em 87 com “Asas do Desejo”, mas dessa vez não leva a palma, mas conquista o prêmio de “melhor diretor”.
La Dolce Vita
Uma ótima introdução a filmografia de um dos principais realizadores do cinema mundial, “La Dolce Vita”, dirigido por Frederico Felline, ganhou a Palma de Ouro de 1960. O longa é um perfeito retrato da vida boêmia em Roma nos anos 50 e 60, explorando temas como fama, decadência, e alienação na sociedade moderna. A história gira em torno do jornalista Marcello, que vive entre as celebridades, ricos e fotógrafos que lotam a badalada Via Veneto. Neste mundo marcado por um vazio existencial, frequenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.
Blow Up
Baseado em um dos contos de Julio Cortázar, a obra prima de Michelangelo Antonioni foi responsável por garantir ao diretor uma Palma de Ouro. No filme, um jovem fotógrafo que possui muitas liberdades em seu estilo de vida está entediado. Pretendendo sair da cidade em que vive pois ela “não o faz bem”, ele continua a exercer sua profissão. Um dia, ele fotografa um casal em um parque, e ao revelar as fotos, ele acredita ter feito o registro de um assassinato.
Taxi Driver
Dispensa apresentações. “Taxi Driver” foi o responsável por despertar a paixão pelo cinema no coração de muitos jovens da atual geração. O filme, além de um dos principais da filmografia de Martin Scorsese, a encarnação do cinema na terra (brincadeiras a parte), também ganhou a Palma de Ouro no ano em que esteve na mostra.
Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas
Apichatpong Weerasethakul nos entrega uma reflexão extremamente densa sobre vida, morte, e a conexão que temos uns com os outros, sejam pessoas ou espíritos. Com uma grave doença nos rins, Boonmee quer passar seus últimos momentos no campo com a família. Quando menos espera, encontra o espírito de sua esposa morta, que retornou ao mundo dos vivos em uma forma incomum. Seu filho perdido também retorna para casa, agora transmutado em um monstro folclórico. Juntos, eles percorrerão o interior de uma caverna misteriosa, onde Boonmee nasceu em sua primeira vida.
Gosto de Cereja
Badii dirige seu carro pelas ruas atrás de um “freelancer”. A proposta é simples: na manhã seguinte, a pessoa contratada deve ir até um local predeterminado, e chamar o seu nome duas vezes. Se ele responder, a pessoa deverá ajuda-lo a sair da cova que ele cavou, se não, deve jogar 20 pás de terra sobre seu corpo. Extremamente humanista, porém absurdo, “Gosto de Cereja” faz uma incrível reflexão sobre a busca por um propósito.
O Pagador de Promessas
Clássico do cinema brasileiro, primeiro e único filme nacional a ganhar a Palma de Ouro (espero que por pouco tempo). “O Pagador de Promessas” gerou muitas alegrias e muitas polêmicas dentro do cinema nacional, onde Glauber Rocha, principal nome do cinema novo, rejeitou o filme por sua estética e narrativa.
Orfeu Negro
Lembra que eu falei que “O Pagador de Promessas” foi o único longa brasileiro a ganhar a Palma? Então… “Orfeu Negro”, apesar de ter atores brasileiros, música brasileira, muita cultura brasileira e inspirado em uma peça de Vinicius de Moraes, não é considerado um filme brasileiro. “Orfeu Negro” foi dirigido pelo francês Marcel Camus, e não ganhou só a Palma de Ouro, como também o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Dançando no Escuro
Fruto da parceria entre a cantora Bjork e o polêmico cineasta Lars Von Trier, “Dançando no Escuro” é extremamente impactante. E o que esperar do realizador de “Anti-cristo” e “A Casa que Jack Construiu”? No longa, Bjork interpreta Selma, uma imigrante checa e mãe solteira que trabalha em uma fábrica no interior dos Estados Unidos. Sua salvação é paixão pela música, especialmente os musicais clássicos de Hollywood. Selma está perdendo a visão e seu filho Gene pode sofrer o mesmo destino se ela não conseguir economizar dinheiro suficiente para fazer uma operação.
Amour
Michael Haneke, conhecido por filmes como “Violência Gratuita” e “A Professora de Piano”, polêmicos por natureza, lança em 2012 um dos mais emocionantes filmes a serem exibidos em Cannes. “Amour” é avassalador, potente e visceral em sua sinceridade. O longa coloca a prova o amor de um casal de octogenários, que após complicações médicas, refletem sobre sua vida e os anos de companheirismo que tiveram juntos.
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